1 - reencontro

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Agora.
______

Já era noite.

Eu e Luna, acompanhados de Mauro e Chris, andavamos na rua, voltando da sorveteria que estavamos anteriormente.

- Tio, quer um pouco do meu sorvete? - Luna pergunta ao Mauro.

Já tínhamos saído da sorveteria, mas Luna ainda não havia terminado seu sorvete.

- Eu quero! - Chris responde.

- Eu não falei com você, eu falei com o tio Mauro. - Luna responde.

Eu sei que deveria corriji-la, dizendo que não se deve responder assim para as pessoas, mas a vontade de rir foi maior.

- Pô, Chris. - Mauro ria também.

- 2 anos e você já fala demais hein, Luninha. - Ele disse á ela.

Me recuperei de forma rápida.

- Filha, você não pode responder assim. - Disse á ela, ainda rindo por dentro.

- Tá bom. - ela virou de frente para o Chris. - Desculpa. - sorriu fraco.

- Tá bem. Mas eu só te desculpo mesmo se você me der um pouco do sorvete.

- Tá bom. - Ela disse sem vontade e depois riu fraco. Deu uma colher do seu sorvete para o Chris.

Me abaixei, e Luna se pendurou em meus ombros, como um "macaquinho".

Ela contava sobre como tinha sido seu dia de hoje enquanto caminhávamos ao local que eu tinha estacionado o carro.

A rua estava vazia, e só precisavamos atravessar para chegar no meu carro. Mas em segundos, uma mulher esbarrou em mim. Ela tinha papéis na mão e metade deles cairam no chão. Parecia estar voltando do trabalho, por estar de salto, terno e blusa social.

- Desculpa! - ela pediu e rapidamente juntou os papéis do chão.

Ela tinha o cabelo ondulado, meio longo e com luzes. Quando levantou, me olhou. Ai sim eu pude ver o seu rosto. E...

- Bela?! - perguntei, totalmente surpreso.

Ela estava diferente, o seu cabelo principalmente.

Desci a Luna das minhas costas, e apenas segurei em suas mãos.

- Lu-Lucas? - Ela engoliu seco.

Silêncio.

Mauro e Chris, aparentemente, nem se moveram. Assim como eu e Bela.

A única pessoa capaz de quebrar o silêncio insuportável que estava naquele lugar foi a Luna.

- Papai, a gente já pode ir? O carro tá bem ali. - ela apontou.

Bela tinha um olhar angustiado, e levou sua atenção á Luna.

Deu um sorriso. Um sorriso meio nervoso e feliz ao mesmo tempo. Seus olhos brilharam, se encheram de lágrimas.

- Luna? - Bela questiona, mas mais afirmando do que questionando.

Assenti com a cabeça.

Ela voltou sua atenção á criança.

- Oi! Tudo bem? - Bela sorriu mais ainda, praticamente chorando.

Luna não soube reagir muito bem e me abraçou.

Bela tirou o sorriso do rosto aos poucos. Parecia estar decepcionada com a situação ou consigo mesma.

Entreguei a chave do carro para o Mauro.

- Leva ela pro carro. - Pedi.

- Você não vem, papai? - Luna perguntou.

- Filha, você vai pro carro com o tio Mauro e o tio Chris, e daqui a pouco eu vou lá com vocês. Tá bom?

- Tá bom. - ela sorriu.

- Vem cá, Luna.- Mauro segurou em sua mão, e os três caminharam até o carro.

...

- Ela já fala tão bem, e é tão compreensíva. - Bela limpou lágrimas.

- Ela é muito esperta. - Eu disse.

Eu olhei em seus olhos, ela olhou nos meus.

Recomeçar - (T3ddy)Onde histórias criam vida. Descubra agora