- A gente brigou de novo. - disse á Gabi.- De novo? - Ela perguntou e tomou mais um gole da sua bebida.
- Sim.
- Por que, Bela? Já não bastava ontem?
- Ele achou que eu traí ele. - sorri da minha própria desgraça.
Peguei a bebida da Gabi e levei até a boca.
- Nossa... - ela tirou seus olhos de mim.
Gabi olhou para frente e sorriu. Ela acenou para dois homens que estavam vindo na direção da nossa mesa.
- São os amigos que eu te falei. - ela disse.
- Amigos? Você não falou não!
- Ah, não? Devo ter me esquecido então. - Gabi disse e logo depois os homens sentaram conosco.
Um cara loiro metido e outro moreno muito mais legal que o loiro.
- Mas, vocês acreditam que o ex dela acreditou que ela tinha traído ele? Mas acreditou sem nem ter provas de nada! - Gabi apontou sua garrafa para mim.
Eu peguei a garrafa de suas mãos.
- Gabriela!
- Nossa... que babaca! - o cara moreno disse.
- Vocês vão ficar dividindo a mesma bebida? Não quer que eu te pague uma, bebê? - o loiro olhou para mim.
"Bebê" Oh nojeira.
- Não, obrigada. E eu tenho nome. - disse indiferente.
- Tudo bem, Bela. Desculpe.
- Isabella, pra você. - sorri tentando não parecer tão grossa.
Acho que estou bêbada a este ponto. Acho que estou bêbada porque só eu estando bêbada para não ter saído deste lugar ainda.
O moreno aproximou sua cadeira da minha.
- Você deve ter ficado muito mal por conta daquele idiota, não deve?
Assenti sem olhar para o homem.
Ele se aproximou mais de mim então olhei para ele.
- Você não merece isso.
Virei o rosto para frente.
- Ele deve ser muito otário. - o homem disse, completando.
- Talvez, mas... - baixei a cabeça.
- Você ainda sente algo por ele?
- Sim.
E odeio sentir.
- Você quer esquecer isso? - ele me questiona.
- Nossa, com certeza!
Ele se levantou e estendeu a mão pra mim num pequeno sorriso que dizia "então, vamos!"
- Ah, tudo bem. - ri fraco.
Quando ele me levou pro meio das pessoas, bem pertinho do palco onde o cantor estava, começou a cantar. Ele me olhou, e, eu amo essa música. Quando percebi, já estava pulando como todas as outras pessoas enquanto cantava - ele também.
Me assusto quando alguém me puxa pelo braço, me fazendo parar de cantar e pular. Ele faz eu me virar para trás, de frente para si.
- Ta vendo? Foi fácil.
Não foi. Mas eu estou me esforçando.
- Como você sabe? Você está me vendo apenas por fora, não por dentro.
- Se você deixar... - ele se aproximou. - eu posso te conhecer melhor. Assim eu vou te entender um pouco mais, não é?
- Vai ser difícil.
- Então só por essa noite, eu posso tentar pelo menos te fazer esquecer o idiota do seu ex? - Ele se aproximou mais.
- Isso ai vai ser mais dificil ainda.
Não deveria ter bebido tanto. Agora estou aqui, dividindo meus problemas com um estranho.
- Você ainda nem deixou eu tentar.
- Ok. Então o que você vai fazer desta vez?
Ele tirou seus olhos dos meus. Agora olha em outra região do meu rosto. Meu lábios. E dá um sorriso de canto.
Eu não deveria estar aqui, mas eu prefiro estar aqui do que em casa, me culpando por tudo.