~ Lucas
Johny já me esperava na porta de casa. Depois desses dias, ele já entendeu que quando saio de casa na manhã, vou voltar com a Luna.
Deixei a neném no quarto para pegar sua mamadeira. Luna quase consegue segurar a mamadeira completamente sozinha, sua tentativa em fez sorrir.
Penso em levar ela pra passear hoje. No parque ou até numa brinquedoteca. Eu e Bela sempre concordamos em sair de casa com a Luna. Isso muda até no humor dela - Luna sempre fica menos estressada quando sai de casa.
Falando na Bela...
Senti falta dela essa semana, claro. Mas eu pensei que seria mais fácil, que eu entenderia: acabou e pronto. Já que fui eu que terminei. Mas não foi bem assim. Não é só a falta, as vezes só me dá na cabeça ligar para ela na madrugada. Ou chorar também, enquanto ouço as músicas que ela me fez ouvir até eu gostar. Até as músicas que ela não ouve, mas se encaixam pelo menos um pouco na situação.
Autora: já pensaram numa coisa dessas? Lucas Olioti chorando de madrugada enquanto ouve "Amor de fim de noite"
- Bem que você podia aprender a falar logo, né, filha. Assim você me falava como a mamãe tá.
Luna me olhou como se entendesse tudo, mas nem se quer me deixou tirar a mamadeira da sua boca.
Esperei ela terminar o leite. Coloquei ela na sala, sentada no tapete e brincando com alguns dos seus brinquedos. Luna já consegue sentar e já está tentando começar a conversar - ela emite sons e ri muito.
Algumas horas depois, estávamos saindo de casa. Bela tinha razão quando disse que Luna ia se dar bem com publico, com câmeras. Ela cumprimentou o porteiro e umas 5 pessoas na rua com um sorriso e estendendo as mãozinhas para elas. Também não parou de sorrir quando tentei tirar uma foto dela.
Olhei meu celular. É quase a hora do almoço da Luna, mas também é a hora em que Bela sai da faculdade. Eu sempre deixo Luna com ela algumas 2 horas depois do meio dia. Assim a Bela consegue organizar antes de ter a Luna de volta, e eu consigo mais tempo com ela. Mas as vezes é bom sair da rotina. Mesmo que já tenhamos saído completamente dela quando a Bela se mudou há uma semana.
Olhei meu celular novamente. Eu posso mandar uma mensagem. "Oi, Bela. Vamos almoçar juntos com a Luna?" Ou eu posso aparecer do nada, assim ela não tem como recusar.
Quando tirei os olhos do celular, percebi que Luna estava tentando comer grama.
- Não, filha! - disse tentando tirar a grama da sua boca.
Peguei ela no colo.
- Já percebi que você está com fome. Vamos buscar a mamãe pra almoçar?
Ela tentou falar algo mais uma vez, mas só entendi um "hzsyhus". Ou seja: nada.
(...)
- Lucas? Aconteceu alguma coisa? - Bela perguntou assim que abriu a porta do carro.
- Er... viemos te buscar para almoçar.
- Ah. Tudo bem. - ela entrou no carro e fechou a porta.
Quando chegamos no restaurante, Bela pegou a Luna. Escolhemos uma mesa e já nos encontravamos pensando no que pedir.
