𝘾𝙖𝙥𝙞𝙩𝙪𝙡𝙤 37

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[ Eu sentia uma melancolia em relação a história de Seonghwa, por mais que ele tenha pedido para eu o acompanhar na conversa com sua mãe, eu não sentia que cabia ali, eles precisavam conversar sozinhos e esclarecer as coisas passadas.
Fiquei com os pais de Seonghwa e eles aproveitaram para saber mais sobre mim e como conheci o filho deles, assim eu poderia distrair a cabeça deles enquanto Seonghwa estava em algum lugar com sua mãe biológica.

Contei sobre o dia que conheci Seonghwa, que fui fazer uma entrevista com ele no lugar da minha amiga jornalista. A Sra. Soomin me mostrou fotos de quando Seonghwa era pequeno, inclusive uma tirada no dia que encontraram ele. Os olhinhos de Seonghwa ainda estavam assustados, quietinho no canto com um cobertor, ele estava com tanto medo que a coberta parecia ser um escudo para ele.
Mesmo que eu estivesse conversando com os pais de Seonghwa, eu estava preocupada com ele... Imaginando como ele estava se sentindo nesse momento com a volta da mãe verdadeira. Eu não gosto de falar "mãe verdadeira" porque a Sra. Soomin foi e é a mãe dele.

Tinha passado muito tempo desde que ele saiu com a "outra mãe", estávamos preocupados e eu olho ansiosa para meu celular, esperando um sinal de vida dele. Eu espero que tenha dado tudo certo na conversa dele com a mãe, Seonghwa já está quebrado demais sobre esse assunto, se ele descobrir mais coisas sobre o passado dela, não sei como vai ser seu estado de agora em diante.
A Sra. Soomin quis deitar um pouco, tínhamos esperado por muito tempo pela a volta do Seonghwa, mas o pai dele continuou na sala comigo.

Após um longo tempo, a porta abre e um Seonghwa arrasado aparece, seus olhos pareciam pesados e em seu rosto não tinha mais aquela expressão convencida, safada, sexy ou divertida... Ele estava muito abalado.
O pai de Seonghwa tinha achado melhor eu dar apoio para ele nesse momento, a Sra. Soomin estava tão aluída que iria precisar da companhia do marido para ouvir suas lamúrias, se ela visse como Seonghwa está agora, ficaria ainda pior.

Seonghwa se encosta na parede e dobra uma perna para apoiar o pé na parede, cruzando os braços e fechando os olhos devagar.

— Me diz, vai... Como foi? – Eu pergunto e caminho até ele, o abraçando. Ele não retribui e faz um bico entristecido.

— Soube mais coisas do meu pai verdadeiro. – Ele diz baixo, soa com a voz rouca de quem tinha acabado de chorar – Além de que ele estuprou minha mãe e ela engravidou. – Eu suspiro, piscando devagar e o puxo para um abraço, ele finalmente retribui – Isso me machuca tão profundamente, Gracy... Você não tem noção do quão horrível é saber que você é fruto... – Ele pausa e suspira – Disso...

— Eu imagino, Seonghwa... – Respondo e toco seu rosto delicadamente. Lágrimas indesejáveis surgem nos meus olhos – Mas você sabe que não é sua culpa, não sabe? – Eu faço um carinho em sua bochecha, secando o local úmido

— Sim, eu sei. – Ele seca o rosto e força um sorriso para mim – É muito bom saber que tenho alguém para confiar.

— Eu vou estar sempre aqui quando você precisar, Seonghwa. – Eu digo e ele sorri, me abraçando mais uma vez

— Eu te amo muito, Gracy... – Eu sorrio e faço carinho em suas costas, dando um beijo em seu ombro – Eu também vou estar aqui para quando você precisar.

— Eu também te amo muito, Seong... Muito obrigada. – Eu me afasto do abraço e seguro seu rosto com minhas mãos, lhe dando um beijo calmo e amoroso. Ele me encara e sorri

Eu acolhi Seonghwa até ele se acalmar. Ele estava deitado com a cabeça nas minhas pernas enquanto eu fazia carinho no cabelo dele.

— Sua mãe foi embora? – Eu pergunto

— Não. – Ele responde – Ela sempre esteve em Seul. – Ele ri um pouco, tentando afastar a tristeza – Sempre esteve aqui. Ela disse que nunca saiu daqui porque tinha esperança de me encontrar.

Até Te Ter Em Minhas Mãos - 𝐏𝐀𝐑𝐊 𝐒𝐄𝐎𝐍𝐆𝐇𝐖𝐀 (Cinquenta Tons de Cinza) Onde histórias criam vida. Descubra agora