Luan.
Não me agradou nem um pouco o jeito que meu sogro me olhou la na boca e sustentou o olhar no meu, como se tivesse esperando algum vacilo no meu semblante, encarei de volta até ele encerrar o contato visual, saindo da salinha.
Não é de hoje que venho percebendo Pl olhando torto pra mim, ele não me fala nada, nem chegou a me questionar, mas sinto de longe a mudança dele comigo.
Essa parada mermo da ameaça da invasão ele me deixou de fora e só comentou comigo o necessário, e eu sei que no normal dele, ele iria recorrer a mim, mas hoje isso não aconteceu.
Um tempo depois que ele saiu da sala, decido sair também, passo pelos menor da segurança perguntando pelo meu sogro e eles falam que ele foi pra rua 5, onde tem uma casa que entocamos nossos armamentos mais pesados, saio da boca e decido ir pra lá.
Chegando lá vejo ele de costas, como se tivesse pensando em algo, vou entrando e ele só percebe que tô aqui quando já tô atrás dele, ele se vira com tudo, estranhando minha presença e por um momento dou uma vacilada no olhar.
Já tá me deixando puto o jeito que o PL vem agindo comigo, sem mais nem menos, fiz nada ainda pô!
Mas também nem entro muito nesse assunto, não vou esquentar cabeça com isso agora, digo a ele que fui ajudar com os armamentos, pego umas caixas e vou levando pra boca.
Entro na boca deixo tudo lá e saio deixando ele terminando de estocar mais algumas caixas- o homem tá fortão de armamento.
Vou saindo de lá e decido dar um giro pra ver como que tá as ruas.
Passo pelo bar e vejo fachado, nenhum morador na rua, nem as tia que costuma ficar de fofoca no portão, a rua tá vazia, a não ser pelos vapor que andam pra cima e pra baixo, agitados com o fuzil na mão- isso tá parecendo cenário de guerra e talvez seja o cenário perfeito pra o que tá por vir.
Todos os mano fortemente armados, em pontos estratégicos, todos de colete e visivelmente bem instruídos- É, essa guerra não vai ser pra coisa pouca não!
Depois de ver como tá o movimento nas ruas e a posição dos moleque, caminho de volta pra boca, pego um fuzil M16 e vou descendo novamente, já que não recebi nenhuma instrução do PL, hoje quem vai decidir minha posição sou eu. - quando eu chego umas duas ruas depois da boca eu já escuto os barulhos de fogos, anunciado a chegada ilustre dos cu azul.
Vou descendo a rua pra bater de frente com eles, afinal tenho que manter né - maior doideira odeio guerra, quando eu virar dono daqui algum dia eu vou fazer acordo com esses pau no cu pra não ter invasão, melhor forma, assim os dois lados ganham. Eu não me importo nenhum um pouco de fazer acordo com os canas, desde que eles fortaleçam meu lado também. Otário é quem acha que é errado ter acordo com esses porcos, e tá aí meu sogro servindo de prova.
Chego na rua e já vou direto pra laje pra meter bala nos pau no cú. Bagulho tá de verdade pro lado de ca, já vejo vários menor sentando o dedo.
Luan: coe menor onde tá o meu sogro - pergunto subindo em cima da laje - tu viu ele por aí
Pergunto estranhando o sumiço do PL - Porque e velho não arrega pra ninguém e ele não é de sumir.
-ele tá lá na rua 8 ele e os menor metendo bala nos cana, porque tem vários vindo pela grota.
Confirmo com a cabeça e começo a trocar tiro - quero ver essa favela cheia de sangue, e quero fazer acontecer de hoje não passa, o único sangue que não pode ser derramando hoje é o meu.
Quero que quem esteja me atrapalhando a chegar onde quero, vá pra terra dos pés juntos. Hoje eu tô pro crime nesse caralho.
Hoje a mãe de todo mundo pode chorar, menos a minha.
Vou meter bala em qualquer pau no cu que vier entrar no meu caminho.
Paulo.
Depois de ter feito minha oração, eu desci pra rua 8 Porque meus menor me passaram um radinho avisando que os fanfarrão tava vindo pela grota
Como eles sabem que aqui na grota não fica quase ninguém? - Papo reto eu dou minha cara pra vagabundo bater se isso não tem tramóia de alguém
Acerto um tiro em um desgraçado, e vou entrando pra dentro do confronto
Chego perto do que dei um tiro na barriga, e dou um na cabeça dele pra morrer de uma vez. Bagulho de ficar dando tiro de raspão nesses projetos de arrombados não dar certo, ou mata ou mata.
- Caralho chefe o bagulho tá de verdade Patrão - fala suando e vindo junto comigo - qual foi chefe com todo respeito mermo, mais acho melhor o senhor se entocar e não ficar na pista não pô
Fala pra mim e eu dou um riso de lado - esses menor deve achar que eu entrei pra essa vida hoje de manhã né possível.
Paulo: qual foi MV até parece que não conhece o patrão que tem Porra - escuto barulho do Radinho - tá achando que vou correr que nem rato parceiro, eu to aqui pra bater de frente com esses comédias Pô.
Radinho📱
-Ae patrão tão entrando agora pela barricada e o Paçoca escutou o Pires gritando que queria te ver - escuto uma falação na transferência do radinho - melhor tu não brotar aqui em baixo não chefe.
Pires quer me ver, então esse desgraçado vai me ver pô
Paulo: aguenta aí que vou mostrar pra ele como eu sou lindo e gostoso pessoalmente.
Radinho offline📲
Paulo: aí menorzada vou descer pra barricada porque o Pires quer me ver pessoalmente, quero vocês na atividade e sustentando daqui, nada de arregar em porra.
Falo e me viro saindo dali, bora fazer as honras do pro Pires e botar as cara pra esse pau no cu me ver. Tem hora que a única coisa que eu queria era que não existisse polícia. Porra mano a vida ia ser tão mais bela se nós traficantes tomasse conta de tudo.
Até porque nós do movimento fazemos mais do que muitos policiais por aí, tem vários que são injusto e não tem um pingo de respeito com as pessoas, principalmente se essas pessoas forem morador de favela.
Eles invadem, matam trabalhador, até criança vai no meio, usando a desculpa de que menorzinho que so queria jogar bola na rua, era envolvido no crime, isso não existe pô. - Pelo menos nós que somos do crime fazemos certo pelo certo sempre, respeitando morador e tentando fazer da favela um lugar digno de se viver.
Tô descendo o morro e pensando na minha família, na minha mulher, nas minhas filhas o no meu neto - eles são tudo o que eu mais tenho de valioso nessa vida não me imagino sem eles, e se eu fosse escolher entre viver sem eles ou morrer primeiro, eu não pensaria duas vezes antes de morrer.
As vezes sinto que meu fim tá próximo, mas quem tá nessa vida tem essa neurose mermo de que a qualquer momento pode ir de ralo.
Chego no começo da rua e já começo a trocar com um policial fajuto que brotou na minha frente, cada vez mais me dá a impressão que esses arrombado sabem de cada passo meu.
Acho que eu já entendi o recado, hoje a lei da selva, vai ser matar ou morrer!
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ERA PRA SER
Fanfiction°Nem era Pra ter acontecido, mais ela chegou que nem um furacão.