Paçoca
Falar legal que tô me sentindo até mais leve por essa porra toda ter acabado, sempre odiei covardia e traição, nunca entendi legal um sujeito ter peito pra fazer essas paradas. Papo é que o clima tava pesadão aqui no morro, mesmo antes de saber quem era o filho da puta por que na real mermo engolir o Luan sempre foi uma tarefa difícil, e como chefe triplicou a dificuldade. Mas depois que esclarecemos quem era o arrombado, tudo piorou, nós tava na sede pelo cara, numa de vingar a morte do nosso eterno chefe.
Depois que conseguiram pegar o vacilão do Luan, eu fiquei por conta da segurança das patroas, porque no meio do bagulho todo o filho da puta ainda conseguiu colocar a mão na Patrícia, mais uma vez agiu na covardia e na surdina, como o verdadeiro rato que ele é. O cara esperou um mínimo vacilo dos mano e carregou a patroa pro Pinheiro, fez maldade pra caralho, meteu terror e só não matou eu nem sei dizer porque, coragem pra isso eu tô ligado que ele tinha, acho que coragem não é nem a palavra certa pra um lixo como aquele
Papo é que no meio do bagulho todo, a patroa desaparecida, os mano caçando o Luan em todo buraco, estou tiroteio e a guerra começou, não como nós esperava por que na real ninguém contava com o fato de que alguém ia ter a audácia de se juntar com um verme como o Luan, parece até piada mas o o verme arrumou um otário pra comprar o barulho dele, otário esse que se deu mal também porque perdeu a vida na guerra e perdeu soldado pra caralho, mas isso aí é o brinde pra quem compra a zoada de quem não vale porra nenhuma
Mas a parada é que quando a guerra estourou o lonca e o artilheiro me deram a missão de fazer o resgate da Patrícia, e missão dada é missão cumprida pô. Fomos eu e mais uma tropa em busca dela e levamos ela viva pra casa da Beatriz, nessa eu fiquei lá na função de fazer a segurança dela e evitar mais surpresas. Minha tarefa era manter a patroa e a família longe de mais perigo , por que quanto ao filho da puta eu tava ligado que pra ele ia ser sem leme, nós tava pesadão de armamento e com a força da tropa dos mano do alemão que compareceram, aquele arrombado ia virar pó
Desde sempre meu sexto sentido tava dizendo que era o Luan, nunca gostei desse cara,sempre achei ele testudo demais pra posição dele, mermo que o cara tivesse um lugar importante graças a moral que o PL deu, ele agia como se fosse muito além do que realmente era- eu falo e repito, eu tenho radar pra fanfarrão - meu santo nunca bateu com ele, e eu sei muito bem que o dele também nunca bateu comigo. Mas que se foda também meu bagulho nunca foi simpatia, e sim lealdade com os que me fortaleciam, como foi o caso do PL, por isso eu comprei o barulho dele mermo, o chefe era purão de coração
dava pra ver na cara do arrombado que ele era falso e comédia, tive a certeza de que o mesmo não era sujeito homem quando eu entrei na boca e vi ele macetando uma mina daqui do morro em cima da mesa - naquele exato momento o pingo de moral que ele tinha comigo foi pra casa do caralho, minha vontade foi de chegar pra mulher dele e contar tudo, só que porra é foda né mano Como vou chegar pra mina e dizer que o marido dela tá traindo ela na maior cara de pau, e além de tudo isso o pau no cu ainda tava na posição de meu chefe, eu ia fazer o que porra.
Mas a visão é que essa porra toda que ele fez não serviu de nada, nem tão pouco levou ele a lugar nenhum. Tanta sede de poder, disposição pra agir na trairagem e chegar no topo pra virar pó, ser humilhado diante de vários mano e ser morto pelas mãos da mina que ele usou pra chegar onde queria, isso aí é remédio de fanfarrão pô, que sirva de exemplo pra entenderem que comédia não passa
Finalmente aquela porra toda tinha acabado e agora nós ia conseguir dar um pouco de paz pra patroa e pras herdeiras, esse bagulho todo tava agoniante pra todo mundo, mas sem via de dúvidas eram elas quem mais estavam sofrendo, te falar que eu não sei qual vai ser o futuro do juramento, mas aposto que ou o artilheiro ou o lonca vão cuidar disso aqui bem pra caralho, e essa situação que nós viveu aqui não vai se repetir.
