Lonca.
Caralho mano, vou dar o papo reto, hoje o bagulho tá pegando aqui no juramento, com tudo que vem acontecendo eu tenho me lembrado da minha trajetória, minha história tem uma parte parecida com a desse pau no cu do Luan, mas a diferença é que eu subi limpo, aproveitei as oportunidades que me deram e não pisei em ninguém, o que eu tenho eu não tomei, foi conquistado e o que eu sou é por mérito meu. Eu tô aí no crime desde menorzinho, já vi muita coisa nessa vida que me escolheu, digo me escolheu porque foi essa fita mermo que aconteceu, embora eu tivesse outra saída, mas o crime me abraçou, e hoje eu tô aí
Não nasci na minha favela, mas o destino me levou até ela, nasci e fui criado em São Conrado, apesar de boa parte da minha família por parte de mãe serem moradores do ppg, eu também passei uma boa parte da vida na favela, já que minha mãe precisava trabalhar e me deixava no morro com minha tia vera - me amarrava quando minha mãe me deixava lá ppg, eu me sentia em casa, parecia que meu lugar mermo, era ali.
meu pai assim que eu nasci descobriu um câncer e quando eu tinha 12 anos ele veio a falecer, foi aí que ficamos só eu e minha coroa no mundo, meus pais eram feirantes lá em São Conrado, e foi de lá que sempre veio nosso sustento. quando meu pai ficou doente as coisas deram uma balançada, minha mãe teve que se desdobrar em mil pra fazer tudo sozinha, cuidar de mim, do meu pai e não deixar faltar nada pra nossa casa, as coisas já eram difíceis pra nós nessa época
mas quando meu coroa morreu tudo piorou, te falar que passar necessidade, ou faltar as paradas pra nós nunca faltou, mas foi nessa aí que eu vi minha mãe ficando sobrecarregada, quando meu pai faleceu tudo desabou de vez, minha mãe caiu em uma depressão fodida, talvez pelo cansaço de tantos anos levando tudo nas costas, misturado com a dor de perder o amor dela
por que papo reto, nunca vi um amor tão real quanto o dos meus coroas. O que pega é que eu vi tudo ruir, não dava mais pra gente ficar ali em São Conrado, minha mãe já não tinha condições pra levar tudo sozinha, e eu era só um menorzinho cheio de expectativa do futuro, foi nessa que minhas tias resolveram pegar minha mãe e levar pro ppg, minha família sempre foi muito unida e a tia vera que já era aposentada e morava sozinha, foi quem se dispôs a nos ajudar, e depois de muito conversar com minha mãe, nos mudamos pra lá, de início ela não queria, por que aquele lugar onde morávamos era cheio lembras do meu pai, mas naquele momento era preciso sair dali, e assim fizemos
e foi nessa que vi minha mãe se levantando, com o apoio da família e claro meu também, que mesmo com a pouca idade que tinha sempre fiz de tudo pela minha rainha, a parada é que aos 14 anos eu comecei a ver o crime de outro jeito, minha mãe já não tava como antes, mas eu ainda queria poupar ela de trabalhar por que eu achava que ela já tinha feito demais por mim, mesmo assim ela e tia vera faziam de casa mermo, marmitas pra vender e eu entregava pelas ruas do morro, foi assim que eu me vi mais perto do movimento, te falar que por mais que eu quisesse sim dar mais condições pra minha mãe e pra minha tia que cuidavam de mim, eu não olhava o crime como uma fonte de renda
a parada é que meu olho começou a brilhar quando eu comecei a ir na boca levar quentinha, e comecei a ver fuzil e várias armas lindas, parada chegava a reluzir diante dos meus olhos. E era como se eu tivesse nascido pra fazer aquilo pra portar uma arma, é uma parada estranha até de dizer eu sei
tô ligado nisso ai, mas foi isso mermo que aconteceu comigo pô, passei ainda uns meses entregando as marmitas, mas quando fiz 15 anos conheci o Guto que era filho do dono do ppg, daí nós virou carne e unha, papo de não se desgrudar mais, foi quando eu comecei a entrar no crime ,a ficar encantado com as armas que eu já portava e com a adrenalina da vida bandida, foi só a confirmação de que era o que eu queria.
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ERA PRA SER
Fanfiction°Nem era Pra ter acontecido, mais ela chegou que nem um furacão.