Capítulo 8.

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Rúben Gonzales.

Eu havia colocado na cabeça, que esse seria mais um ano, como qualquer outro, isso a até a escurinha pedir para falar comigo. Até aí tudo bem, estava acostumado com garotas e seus pedidos entediantes.

Ela é linda, com pernas arqueadas o corpo cheio de curvas, um belo para de bundas e seios. Acredito eu que se a mesma fosse rica, seria ainda mais bela.

Ouvi seu pedido bobo, eu nunca recusava a esse tipo de pedidos. Eram só pedidos, não tirava nada de mim. E sempre era o mesmo jogo, não diga a ninguém que somos namorados. Elas sempre aceitavam, não entendo porque as mulheres aceitam se sujeitar às tais condições. O estúpido amor cedo.

A maior parte, acabava desistindo depois de três meses. Porque? Porque não levo a sério os namoros, não me importo com o que elas fazem ou deixam de fazer, e quando elas finalmente percebem isso, elas caem fora.

Dificilmente uma garota negra e pobre me pedia em namoro, pelo simples fato de temer a minha família. Mas Zuri não, a idiota parecia não notar a grande diferença entre nós. Se ao menos ele fosse negra e mediana, ou negra e rica, já seria uma vantagem. Eu iria começar realmente a sair com ela de dia, mas não. Não iria machar minha reputação, nem a reputação da minha família por tão pouco.

Como, Raquel disse, meus pais ficariam chateados se soubessem que estou tentando machar a nossa dinastia. Se ao menos ela fosse influente, com certeza meus pais iriam abrir uma exceção. Porque ele só ligam para duas coisas, raça e poder. Ainda assim nunca pensei em assumir seriamente Zuri, por isso eu não me importava com essa prestações. Zuri é só mais uma.

Mas ela com certeza consegue ser uma perfeita submissa, com excepção das vezes que ela é uma cadela rebelde. E por mais irônico que isso possa parecer, isso me excita. Se ela não fosse negra, com certeza seria a namorada ideal para mim, obediente e independente. Ela tem preenche os critérios que me agradam numa mulher. Algumas das namoradas que eu tive, estavam sempre me pedido coisas, não que isso fosse difícil para mim, mas detesto quando me fazem de cartão de crédito.

Não sou o tipo de cara ciumento, principalmente quando sei que não pretendo ter nenhum futuro consigo. Mas, estranhamente, Zuri conseguia despertar emoções possessivas e ciumentas de meu âmago. E eu ainda não entendo como ou porque!

— Até quando vai continuar fazendo isso?— olhei para Mickey que sentada no carpete da sala, assistindo alguma coisa na TV. Por outro lado, eu estou deitado de costas no sofá.

— Quem te convidou para mim casa?— resmunguei. Mickey e eu somos amigos desde a infância. E meio que uma amizade forçada, porque nossos pais são amigos, nossos pais partilham literalmente a mesma profissão e os mesmos dogmas, excepto que os pais dele não são racistas, já que a sua mãe, apesar de ser uma bela branca, ela vem de uma família com uma árvore ginecológica complexa.

Mickey sempre vem a minha casa sem avisar, estranhamente ele sempre sabe quando estou em casa. E ainda por cima, é o único que não se deixa levar pelo lado príncipe em que toda escola acredita, Mickey realmente me conhece. Sou fez bem termos calhado em escolas diferentes, Mickey seria um pé no saco. 

— Zuri é uma garota excelente, porque continua lhe fazendo viver nessa ilusão? Você sabe muito bem que isso nunca passará de namoro e ainda assim você dá espectativas para ela.

— Desde quando minha vida pessoal te interessa? Ou melhor desde quando você se preocupa com quem namoro?

— Você simplesmente não respeita sentimentos femininos, e ainda sente orgulho disso.

— Você está me enchendo o saco Mickey. — ele olhou para mim e chiou, desistindo da conversa. Mickey é mais extrovertido, cuidadosa e sentimental, o total oposto de mim.

Eu sei que ele tem razão no que disse e blá blá blá, mas só se Zuri for uma completa idiota para ela pensar que isso passará de um simples namoro.

Outro dia chamei ela para casa, só não esperei que meus pais voltariam tão cedo do trabalho. Foi uma situação constrangedora, minha mãe chegou a pensar que ela era filha da governanta que vinha ajudar a mãe. Mas meu pai logo entendeu que não, apesar de Zuri não ter desmentido.

Quando eu e meus pais saímos da cozinha, Zuri permaneceu na mesma.

— Pensei que já tivesse parado de brincar com essa raça!— meu pai disse ajeitando a gravata — Isso pega mal para nossa família. Imagina se tivéssemos vindo com companhia.

— Eles iriam olhar para nós como se fossemos uns qualquer! Olha a roupa que a garota veste, da para ver que comprou no brechó.— minha mãe disse indo para o quarto.

— OK.

Quando voltei para cozinha a governanta disse que Zuri já tinha ido embora porque estava se sentindo mal. Ela só fez bem por ir embora, se poupou de muita humilhação.

Eu cresci ouvido dos meus pais, que os brancos são a raça superior e intelectual, e que para manter a nossa supremacia não devemos nos misturar com outras raças. No início isso me deixava confuso, porque não escola eu aprendia que todos somos iguais independente da cor, raça, etnia e religião. Mas quando estava com os meus pais, e principalmente com a família do meu pai, eles deixavam claro outra coisa, os brancos são superiores.

A família do meu pai é de natureza racista e influente, diferente da minha mãe que nasceu numa família sem preconceitos como dogmas, minha mãe só teve sorte ou azar, de nascer branco, numa família mediana, e se tornar esposa do meu pai. E foi a partir da influência do meu pai que ela colocou na cabeça que os brancos são superiores.

Por outro lado, eu comecei a entender a dinâmica da minha família. Todos somos iguais perante a lei, mas não nos assuntos conjugais dos Gonzales.

O Belo e a FeiaOnde histórias criam vida. Descubra agora