Capítulo 28.

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— O alvo não era exatamente a Zuri, mas sim Loyd!— na manhã seguinte tivemos de ir a cede para ter a informação completa sobre o crime. — O crime foi orquestrado pela diretora da escola, que ironicamente é prima de segundo grau de Loyd. Ela estava atrás da fortuna dele.

— Você sabia disso?— olhei a Zuri que está sentada do meu lado esquerdo.

— Eu sabia que eles eram parte, Loyd nos apresentou. Ela sempre foi uma mulher muito simpática, para além de nós dar acompanhamento do processo escolar de Ben. Loyd surgiu que o matrícula-se lá, por causa do nível de ensino... não tinha como saber disso...

— Você não sabia que ele era a galinha dos ovos de ouro?

— Loyd é Loyd. — ela disse firme.— Que culpa ele tem se a prima é desequilibrada?

— Calma...— Efigénio tentou controlar a situação.— Rúben, Loyd não tem nada ver com o ocorrido. A diretora se aproveitou da afinidade entre ele e Zuri, para orquestrar esse crime.

Ben passou por alguns exames, físicos e psicológicos para se averiguar se não havia alguma sequela.

— Eles só disseram para eu me comportar, se não ia morrer!— ele disse dando de ombros — Então eu só ficava quieto, os observado. O que não foi difícil para mim, eles chegaram a me dar comida mais não aceitei, não tinha como eu aceitar comida de homens mascarados que me sequestraram, podia estar envenenada. Eu também não dormia ou bebia água, não queria acordar na manhã seguinte sendo extraído órgãos. Vejo sempre isso nos noticiários.

O psicólogo disse que ela está bem mentalmente, melhor inclusive do que devia estar para uma criança que sofreu um cenário de sequestro. Disse também que ele tem um raciocínio lógico muito eficaz para idade dele, Ben tem a mente de um idoso. A mente dele está sempre trabalhando. Isso é bom, mas também é mau. Ele é uma criança e devia se comportar como tal.

— Eu não exijo dele, Ben é assim desde que saiu de mim. E não...— com muita insistência Zuri também teve de passar pelo psicólogo, já que ela foi quem ficou mais abalada. — Meu filho se diverte a sua maneira, tem vários brinquedos em casa. — Zuri não se deu muito bem com o psicólogo, ou melhor, não lhe caiu bem a opinião de terceiro na criação de seu filho. — Eu não tô nervosa. Mas...— ela se sente como se estivéssemos a culpando por ter matriculado Ben naquela instituição, inconscientemente ela tenta proteger não só Loyd como também a sua honra como mãe.

Foi um procedimento difícil de passar, Porque uma coisa é viver um trauma e outra coisa é aceitar esse trauma. Saber que ele existiu pode vir a existir, mas a vida continua.

Zuri pediu que eu não implicasse com Loyd por causa do ocorrido. Mas eu não me dando por satisfeito queria saber, exatamente quem é o padrinho do meu filho.

— Peço imensas desculpas pelo sucedido. Longe de pensar que minha prima estava por detrás disso.— foi a primeira coisa que ele me disse quando nos encontrarmos no café.

De longe ele chega até a parecer uma mulher, por causa da feição serena, sutileza e gentiliza. Mas sua voz entre outras características denunciam sua masculinidade.

— Minha família é grande e com uma árvore genealógica complexa, meu bisavô um colono teve várias esposas, que lhe deram vários filhos e netos. Mas quando os portugueses foram expulsos no período da independência nacional a maior parte de seus netos ficou dispersos pelo país.— quando eu disse para ele me dar uma explicação sobre o sucedido, não pensei que ele fosse me contar toda história da sua família, sinto até desgosto de desgostar desse homem. Pessoas normais não revelam esse tipo de informação, por mais necessário que seja. — Um e outro, principalmente na parte dos homens conseguiu agarrar a herança do bisavô que não é pouca. Acaba acontecendo que encontro meus familiares por aí atrás do apelido. Eu por exemplo, sou o seu bisneto de sua primeira esposa, e todos os filhos da primeira esposa do meu bisavô tiverem melhores regalias em relação as outras. Ironicamente, atualmente sou o único filho dos meus pais, ou seja o único descendente da ramificação principal. Diferente da minha prima, que descente da quarta esposa.

— OKay! Para me dizer que tudo isso, parte de um rancor de gerações.

— É por aí...

— Você sabia que ela te odiava?

Ele ficou calado alguns segundos, depois olhou para a parede de vidro ao nosso lado, que dá vista, a pequena varanda aeria.

— Não fico procurando maldade nas pessoas. Cada um tem sua dor. Qual a necessidade deu subjulgar alguém.— ele me encarou — ela podia sim ou não gostar de mim. Mas nós dávamos bem, isso era o bastante para mim. Mesmo sem saber o que se passava por detrás de sua mente. À sempre uma probabilidade de uma pessoa se voltar contra si. Porque humanos tem uma vida curta, e eles estão sempre em constante mudança. Não se pode desperdiçar sua única vida, num único roteiro.

Ultimei minha terceira xícara de café. Não tenho comentários quando a existência desse homem.

— Já pensou em virar pastor?— perguntei aleatoriamente e ele riu.

— Eu mal dou conta do meu trabalho imagino de uma congregação?

A irmã mais nova de Zuri, veio três semanas após o sucedido. Porque estava numa viagem de trabalho em nome de Glets. Glets trata gentilmente Aina, não é perverso como é como resto do mundo, descobri que é porque são amantes, não só de negócio, como também da vida a dois.

Meus pais não tiveram a coragem de vir a casa de Zuri para ver Ben, mas ligaram para ele e pediram para que ele fosse lhes ver um dia desses.

— Porque não aproveita e se muda logo para minha casa?— Zuri perguntou aleatoriamente em pleno sábado.— Você literalmente mora aqui. Você só vai para sua casa para dormir.

— Isso é um convite?

— Não é um convite — revirou os olhos — estou reclamando.

— Não reclama da presença de Loyd e Glets porquê?

Por bem, achamos melhor arranjar seguranças, tanto para Ben como para Zuri. Não podemos correr riscos, já que eles são os favoritos da galinha dos ovos de ouro. Queríamos mudar Ben de escola, mas ele protestou. Sem falar na festa de boas vindas que seus colegas fizeram para ele após duas semanas sem ir às aulas. Mesmo com o coração na mão e angústia, decidimos aceitar sua decisão.

— Eles são permanentes. Apesar deles não morarem aqui.

— Eu também sou, aceite isso. Antes de começar a viver na minha casa.

— Não seja presunçoso Rúben.— resmungou entre dentes. Fomos interrompidos, quando Ben apareceu na sala com as roupas sujas de terra. E algumas plantas nas mãos. Zuri suspira — Ben eu pensei que já tínhamos ultrapassado essa fase.

— Não farei em grandes quantidades, só quero testar os efeitos.

— O que é aquilo?— pergunto enquanto ela se aproxima dele, balançando seu avental entre seus pés.

— Samambaia. — ela estende as mãos — amor já falámos, que tipo de mãe eu seria se deixasse meu filho destruir o jardim para criar soró?

— A melhor mãe do mundo?— ri.

— Tenta de novo espertinho.— ela levou as plantas e saiu.

— Quer virar farmacêutico filho?

— Não. — ele diz se aproximando. — Eu gosto de testar tudo que é possível. É tudo pela ciência.

— Assim vai deixar sua mãe louca.

— oOoOO ela já é...— rimos — O padrinho deu um jeito de piorar seu estado mental, de tanto que ele é atrapalhado.

— Sério?

— Quem coloca a panela no gás e sai para o mercado? — estavamos entretidos na conversa quando Zuri volta. E para no mesmo local em que Ben havia parado antes, e vem os traços de areia que ele traçou até onde estou.

— Rúben.— rosna furiosa. — você irá limpar isso e dar banho nele.

— Eu?

— Vês outro promotor de caos aqui?

Ben suspira abanando a cabeça.

— é só um pouquinho de área.— ele diz caminhando em direção ao banheiro. Mas para evitar ser assassinado na frente do meu filho, o carreguei, a pesar deu não ter entendido porquê eu dou o culpado da sujeira.

O Belo e a FeiaOnde histórias criam vida. Descubra agora