Capítulo 21.

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Rúben Gonzales.

Ele olhou para Zuri até ela desparecer entre os corredores. Depois se virou para mim, olhando minha família sentada no sofá a sua espera. Ele analisou milimetricamente cada quanto da casa, desde as paredes até os móveis. A decoração e tudo.

— Gosta do que vê?— Meu pai o questiono após ver que ele encarava profundamente o quadro de Leonardo da Vinci. — Sabe quem é?— meu pai começou tentando o impressionar e se gabar — Está é a Monalisa, retratada por Leonardo da Vinci.

— Eu sei quem é.— ele respondeu calmamente — E sei também que o quadro é falso. — arqueou uma sombra, inclinando a cabeça para frente — O verdade está avaliado a mais de um bilhão de dólares, para além de se encontrar fora de África, não acho que sua família tenha tanto dinheiro assim.

O clima ficou tenso, e pude ver meu pai travando o maxilar. Por outro lado, Efigênio começou a rir, e ele ri de forma exagerada, para irritar o papai, mais do que ele já está.

— Você é muito inteligente, não!— minha mãe disse tentando amenizar a situação. — Venha, sente-se do meu lado.

Eu me sentei do outro lado, enquanto Ben se sentou no meio do meus pais. Efigênio continuou a rir enquanto fingia enxugar lágrimas. Efigênio sempre achou nossos pais e a tradição da nossa família supérflua. E ele sempre fez questão de a quebrar, a ovelha negra da família. Diferente de mim, o príncipe da família Gonzales que faz de tudo para manter as aparências.

Minha mãe se apresentou, e apresentou o resto dos meus irmãos. Que tentaram não o assustar, mas parece o inverso, Ben é que está os intimidando.

— Já imaginou como seria divertido se vivesse aqui?— minha mãe disse enquanto lhe mostrava os cômodos da casa.

Ele não há respondeu, apenas continuou a seguindo. Ben, só responde o que ele acha relevante, o que não acha ele ignora.

— Até onde iras os seguir desse jeito?— Ayana perguntou atrás de mim. — Não é como se a mamãe fosse rapta-lo.

Eu também não há respondi, já que estou obcecado em não perder de vista Ben e minha mãe, já que meu pai foi para o escritório. Ainda se sente ofendido pelo ocorrido, ou por ter sido chamado de pobre.

Depois a governanta nos chamou para o almoço. Meus pais se superaram no banquete, cheio de guloseimas, sobremesa de vanila, morango e chocolate.

— Não se preocupe irei o servir!— minha mãe disse dispensado a empregada. — Querido, o que acha de uma sobremesa de vanila como ponto de partida. — não só eu como meus irmãos olharam para minha mãe surpresa, já que ela desta que comecemos pela sobremesa. Realmente eles está se esforçando para o agradar.

— Não obrigada, vanila, morango, me fazem mal. — ele olhou atentamente para mesa — Queijo clover também, manteiga, ovos batidos, bolo com creme branco. — mas uma vez Efigénio não se segurou e deu uma pequena risada. Ben literalmente descartou metade do que está na mesa. — Prefiro começar pelo prato principal, minha mãe não gosta que eu coma sobremesa antes do prato principal.

— Se sua mãe não gosta você devia aproveitar não? Aqui você pode fazer o que quiser.— meu pai tentou o conquistar.

Minha mãe o serviu o prato principal, ele começou a comer ignorando tudo o que meu pai disse.

— Sabe aquém você me lembra?— minha mãe disse num tom ameno — ao seu pai quando era mais novo. Ele era igualzinho a si, muito analítico e também, ele tinha uma mania que só perdeu quando se tornou adulto, o chá não podia estar ma metade ou no topo da xícara. — os presentes na mesa riram, mas em nenhum momento Ben se mostrou interessado pela história.

— Depois do almoço podemos ir comprar alguns brinquedos para ti!— Ayana disse divertida.

— Não obrigado, prefiro o telescópio e o microscópio que minha mãe comprou, tem mais ciência.

Assim se passaram as três horas, quanto mais você tenta se aproximar dele, mas ele te barra e te afasta. Para uma criança de oito anos, o senso de autoconsciência dele é muito alto, e como se fosse um adulto no corpo de uma criança. É como se ele tivesse passado por muita coisa, e estabelecido seus próprios critérios. Quem diria que o primeiro neto dos meus pais, não seria devoto por eles.

Fique na sala com ele, assistindo, até que Zuri chegou. Em três horas, como prometido. Mal ele a viu, ele se levantou do sofá e correu até ela.

— Você se comportou? — falou bagunçado o cabelo dele.

— Sim.— ele respondeu relaxado. Deixado sua armadura cair. Me levantei também, para a saudar.

— Correu tudo bem. Não se preocupe. — digo.

— Certo. — Ben se agarra a perna dela, encostado sua cabeça a sua coxa.

— Deve ter sido muito divertido mesmo, ele está exausto. — ela disse o carregando — aí meu Deus, você já está um homem grande em! Nem parece que sai por três horas. Rúben, até mais.

— Te acompanho até a porta. — agora eu já entendo, porque apesar de seremos tão semelhantes, também seremos tão distantes. Eu não participei dos momentos mais importantes da vida dele, nem eu, nem minha família. Por isso, ele nos vê como estranhos que estão tentando o arrancar de sua mãe. Acho que terei de mudar minhas táticas, se eu quiser fazer parte da vida deles.

Ela o colocou no banco de trás e prendeu o sinto de segurança. Fechou a porta, estamos a um metro de distância um do outro.

— O que você tem feito da vida Zú?

— Porque o interesse?

— Quero saber mais acerca da mãe do meu filho.

— Tenta de novo.— disse me dado as costas, para abrir a porta de motorista, mas segurei seu braço e a puxei para mim, fazendo nossos corpos colidirem — O que está fazendo? A reputação da sua família estará no lixo se tiverem agarrado a uma mulher negra.

— A reputação da minha família sempre esteve no lixo, só que era antes de percebermos o mesmo.— curvei meu braço em sua cintura, a mantendo firme do aberto. — Quital você facilitar nossa aproximação e ser mais colaborativa.

Ela riu.

— Não quero me aproximar de você nem da sua família. Tudo que faço é pelo bem de Ben. Não há nada que você possa me dar, que eu já não tenha. Quando você teve a chance de me dar, você não aproveitou, então não irá aproveitar agora.

— Você tem razão, não há nada que você já não tenha que eu possa te dar. Mas...— coloquei minha cabeça na curva de seu pescoço. — E se eu capturar o seu coração, e o fazer refém do meu amor.

Ela ficou alguns estantes sem me responder, antes de segurar em minhas mãos, desprendendo o aberto.

— Sinceramente Ben, tente a sorte. A garotinha que você conheceu, morreu no mesmo estante que você me disse, esse relacionamento não daria certo, por mais que tentássemos, somos de mundos completamente diferentes e o meu mundo esmagaria o seu em questões de segundos. Então seja sabia Zuri, você pode até não ter grandes planos para o futuro, mas eu tenho, e são gigantes. E nada está acima dele.

Ela marcou distância, tentei a segurar, mas ela esquivou.

— Você perdeu sua oportunidade, Ben.— disse me chamado pelo mesmo apelido que deu ao nosso filho. L

O Belo e a FeiaOnde histórias criam vida. Descubra agora