Capítulo 17.

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6 anos depois...

Sexta-feira, 8:30 a.m

— Zuri!— me levantei para cumprimentar uma das minhas clientes mais fiéis. — É hoje.

Sorri, feliz pelo seu casamento. Ela me implorou para que eu cuidasse pessoalmente de seu penteado e maquiagem, mesmo sabendo que tenho profissionais excelentes na área. Em respeito e consideração a ela, aceitei seu pedido.

— Zú, essas são minhas cunhas e essas duas minhas mães do coração. — podem ter se passado oito anos, mas eu ainda reconheceria, a prima, irmã e mãe de Rúben, essa família me marcou de tal jeito que mesmo que eu quisesse não conseguiria as esquecer.

— Bom dia Senhoritas, sintam-se a vontade.— eu não sei se elas me reconheceram ou simplesmente fingiram que não, mas também não me importo.

Elas avaliaram meu salão de baixo para cima, não acreditando que a empresa de beleza e cosméticos Lótus pertence a mim, nós últimos três anos, Lótus se tornou uma tendência, desde perfumes, Rollon, mechas entre outros produtos de beleza, sem falar nos meus salões de cabeleireira. Até agora tenho três filiar e essa é a cede.

Ayana a irmã de Rúben foi que mais se soltou, compartilhando da mesma alegria que a Telma, a noiva. Natasha a ruiva, conversava com Elena mãe de Rúben e Antônia, mãe de Telma.

— Iremos nós vestir aqui, meu cunhado ficou de trazer nossas roupas já que saímos antes da alfaiate terminar.— Telma.

— Não vestem em casa porque?

— O casamento será na minha casa, então melhor não. E eu quero sair daqui já pronto, não quero que nenhuma Valquíria estrague a maquiagem que está me fazendo.

Ri, sem deixar de fazer o meu trabalho, estava nos toques finais do seu penteado quando Natasha se pronunciou.

— Também quero que faça meu cabelo e minha maquiagem!— disse com o nariz empinado. Eu só concordei com a cabeça e continuei fazendo meu trabalho.

Fiz o penteado e a maquiagem da Telma, enquanto minhas cabeleireiras, tratavam da manicure e pedicure. Fiz o mesmo procedimento em Ayana, e quando estava prestes a terminar a carrinha escolar parou, e Ben saiu do carro.

Meu bebê, todo galã e bem aprumado, um honorável aluno de oito anos. Nós dia que eu perdia a hora, a carinha lhe deixava em meu trabalho para que eu pudesse ir com ele para casa, invés dele ir direto e ficar sozinho. Já que moramos só nós os dois agora. Aina está trabalhando com Glets, então também está sempre viajando.

— Boa tarde.— ele disse ao entrar. As garotas que são apaixonadas por ele, responderam.

O olhar de Elena caiu em Ben, s eu juro de pés cruzados que a mulher ficou pálida. Não só ela como Natasha também, Ayana olhou para sua mãe, houve uma troca de informações silenciosas.

— Boa tarde amor como está?

— Estou bem mãe, mãe prometeu que viria me levar hoje.— terminei Ayana e fui cumprimentar meu tesouro. Apesar de estar suja de maquiagem dei um beijo em seus cabelos cacheados e loiros.

— Amor perdoa mãe, mãe esqueceu, e mãe ainda tem muito trabalho para fazer.

Ele me olhou, apesar de não transmitir qualquer tipo de reação facial, eu sei que ele está magoado. Sua indiferença a mim não engana.

— Está bem. Bom trabalho!— ele disse indo ficar em meu escritório, como sempre.

Se não ficava me observando cuidando das minhas clientes, ele se trancava no escritório, assistia desenho em meu computador ou dormia na caminha que fiz questão de colocar para ele.

— Seu filho é muito parecido com meu irmão!— Ayana comentou.

— Eu também achei. — Telma disse rindo — eu não conheci Rúben na infância mas quando vi seu filho, eu juro que vi uma versão de Rúben.

Natasha e Elena, prestavam bastante atenção, em meus movimentos, procurando uma brecha, um sentimento de culpa, vergonha ou raiva. Mas dentro de mim, não havia nada. Ninguém é mais importante que meu filho, e ele não precisa de mais ninguém além de mim.

— Foi só uma coincidência. — deixei claro em minhas palavras que não queria continuar com a conversa. E graças a isso o ambiente ficou tenso.

Já são onze, e temos de terminar com tudo antes das treze. Elas já estariam prontas se as elas não tivessem decido que queria minhas mãos na sua maquiagem e cabelos. Sem pausa para café nem nada, é só trabalhar.

Estava finalizando com a mãe da noiva, quando um Mustang vermelho parou atrás do meu BMW preto. Do Mustang saiu um homem alto de cachos loiros, e olhos vermelhos, o homem vestia roupas sócias e consigo carregava cabines com roupas. E ele veio diretamente ao meu salão. Abaixei o meu olhar, para que ele não repasse em mim, enquanto conversava com a noiva e com sua mãe.

Minhas cabeleireiras pegaram na roupa e a guardaram no quarto, para que elas pudessem se trocar. O homem estava prestes a sair, sem notar em mim. Quando Ben saiu do meu escritório correndo.

— Mãe estão te ligando!— que merda. Me virei, agradeci ao meu filho e peguei o celular.

E só para ver que era mesmo azar, a pessoa que me ligou queria me perguntar preço de próteses, mesmo sabendo que tem um número próprio para consultar os preço. Reparei que Rúben olhava muito para Ben que também estava olhando para ele, meu coração começou a apertar e me senti sufocada.

— Amor, coloca celular de mãe na carga, e diz a tia Dorca para te dar lanche. — Ben sequer prestava atenção em mim, estava hipnotizado. — Ben.

Ele se virou, e em seus olhos, eu vi, ele estava suplicando por explicações. Mas ele não disse nada. Desde que tinha dois anos, Ben nunca mais voltou a perguntar sobre o pai. Porque ele sabia que era um assunto sensível para mim. Ele segurou o celular, e foi para o meu escritório.

— Zuri!— ele me chamou.

— Rúben!— dei um sorriso forçado, e depois continuei com o que estava fazendo.

— Você pode me explicar — não deixei ele continuar e o cortei.

— Ignore, ignore o que você viu.

O Belo e a FeiaOnde histórias criam vida. Descubra agora