PRÓLOGO 39-

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Alicia's pov on~

Tudo aquilo estava passando tão rápido! Os shows, o tempo, a vida.

Pareciam fazer anos e anos que eu não falava com meus amigos do Brasil, minha mãe, minha família...

Toda minha vida estava ali agora! Minha vida era aquilo, e seria aquilo para sempre, era o que eu esperava e queria.

Infelizmente a Schrei tour acabou mais rápido do que pude perceber. Todas as viagens foram incríveis! Subir em um palco e poder cantar com Bill, brincar e ser eu mesma ali perto de toda aquela multidão era simplesmente um sonho. Ver Gustav, Georg e Tom tocando tão perto, com todo o talento que todos tinham era como se eu estivesse em um show como fã da banda.

Já estávamos de volta em nossas casas, ensaiando e gravando todos os dias para o novo álbum "Scream". Que será lançado ano que vem, e que parece estar tão perto.

Alguns bons meses se passaram desde tudo o que aconteceu...e sinceramente, eu não vi tudo passar! Foi como estalar os meus dedos e mudar de lugar instantaneamente, como se fosse possível.

Já era Agosto, e puta merda! Estávamos perto do aniversário de 17 anos dos gêmeos, parecia ter sido a semanas atrás quando vi aqueles garotos estranhos e tão diferentes pela primeira vez naquela audição.

Eu estava tão afundada em trabalho e no álbum que eu deveria lançar daqui alguns meses que nem percebi tudo chegando tão rápido, e os sentimentos indo embora tão "rápido".

Tudo o que eu já senti, sentia ou sinto pelo Kaulitz, eu simplesmente resolvi enterrar no fundo do meu coração, como uma cova e seu cadáver. E ali ficariam para sempre; sei que não era o que eu precisava.

Tom continuava com algo "sério" com a tal da Priscila, que sinceramente, era como uma admiradora encubada, não saia do meu pé, e queria absolutamente tudo o que eu tinha, igual um sangue suga quando encontra um bom corpo.

Eu tratava o Kaulitz como um amigo não muito próximo, apesar do mesmo saber mais da minha vida do que qualquer outra pessoa que eu convivia agora.

[...]

Nicolaz e eu estávamos conversando, dando um ou outro beijo ali, mas nada sério...para ser sincera, eu mais via ele como um grande amigo, que me ajudaria no que eu precisasse, mas sei que não era assim que ele me via.

Mas era difícil! Era difícil me forçar a sentir algo por alguém, mesmo quando eu tentava, era Nicolaz que eu beijava pensando em Tom. E isso não fazia sentido, não era o que eu queria.

Eu precisava me curar de tudo aquilo que havia acontecido...mas ainda era como se as mãos ásperas pelos calos da guitarra daquele garoto passassem na minha pele macia, o arrepio voltava, a respiração ofegante depois de todos os beijos repletos de sentimentos.

Quando meus olhos paravam nos dele, meu coração explodia! A tal cova se fechava, o cadáver voltava a vida, e todo meu corpo dançava silenciosamente, como uma explosão de alegria, esperança...

Esperança dele me puxar para perto, me beijar, e dizer que tudo não passava de uma imaginação tola minha.

Sei que era auto sabotagem, por isso mesmo eu não poderia me render aquilo ou qualquer coisa parecida com aquilo.

Me pergunto as vezes se ele também sente isso quando se força a estar com Priscila ou com qualquer outra garota...

Desejo dar um soco na boca daquela loira idiota e um tapa na cabeça do de dreads quando eu ouvia todo aquele escândalo vindo do quarto de Tom quando eu dormia lá, como se quisessem que fizesse algum efeito em mim.

Talvez fizesse! Me passavam raiva e minha insônia me dava oi.

~

Alicia- DÁ PARA PARAR DE GRITAR, PORRA?- Eu esbravejava batendo freneticamente na porta do quarto de Tom.

E finalmente pude ouvir um silêncio, me manti em pé em frente a porta por alguns longos segundos, só para me certificar de que continuaria tudo em silêncio.

Quando estava prestes a sair, pude ouvir a porta se abrir, e olhei para trás vendo um Tom nu, de toalha na cintura me observando rindo.

Tom- Estou te incomodando, Ali?- Tom estava rindo da minha cara, agora corada.

Alicia- Sim, você e essa sua gazela de estimação! Por favor, faça menos barulho, miss transa.- Forcei brutalmente um sorriso, saindo murmurando xingamentos e ouvindo a risada baixa e o som da porta de Tom se fechando novamente.

~

[...]

Todo aquele meu comprometimento com o trabalho, meu álbum, o álbum novo da banda estava me fazendo mal, e infelizmente, eu pude deixar transparecer para todos.

Mal comia, quando eu comia, era pouco, parecido com alimentar um pequeno pássaro ferido.

As olheiras fundas, o cabelo caindo sempre que eu passava a mão nele, era tudo estranho para mim.

O sentimento extremamente reconfortante da tristeza se inundando em mim, era engraçado...

Eu tinha tudo o que eu queria! Eu estava caminhando a grande fama junto dos meus amigos e das pessoas que eu mais amava, meu talento sendo finalmente reconhecido.

Mas os mesmos comentários estavam ali, todo aquele ódio em cima de mim, dos meninos, da banda.

~

Alicia- Eu não aguento mais, Billy...- Eu dizia, antes das minhas lágrimas se escorrerem pelo meu rosto, vermelho pelo choro incessante.- É tão difícil! Ver todo ódio por mim, não conseguir ver minha vida passar, perder e ganhar tudo tão rápido.- Era em meio de soluços que eu tentava pronunciar algumas frases emboladas.

Bill- Eu sei Ali, tá tudo bem...- Bill me abraçava fortemente, também tentando ser forte e não chorar ali na minha frente.

Alicia- Eu deveria estar tão feliz, tudo está indo bem, mas eu simplesmente não tenho mais controle de mim, do que eu sinto.- Eu chorava como uma criança com uma dor que não tinha fim.

Eu via o contorno do corpo de Tom e Georg na porta do quarto pela sombra dos meus olhos em lágrimas.

Bill- As coisas vão melhorar, eu te prometo.- Cada vez mais o abraço de Bill ficava mais forte, e cada vez eu chorava mais e deixava tudo ir.

Como eu odiava ser fraca!

~

O Som do Coração | Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora