Prólogo

978 68 16
                                    

Mulheres, bebidas, festas…

Vovó Cecília nem sabia se as coisas paravam por aí. E pedia a Deus para que fosse apenas isso.

Ela bufou antes de abrir a porta do quarto e se deparar, mais uma vez, com seu neto deitado na cama de bunda para cima apenas de cueca. Por sorte, dessa vez não tinha uma mulher com ele. Já tinha passado nervoso demais na noite anterior quando foi acordá-lo e tinha uma mulher nua ao seu lado. Tinha certeza que todas suas rugas e cabelos brancos eram culpa de seu neto, que com vinte e nove anos nas costas não tinha tomado jeito até agora. Em um ano ele seria o novo dono das empresas Uckermann, mas sabia que se ele continuasse dessa forma, em menos de um mês as coisas começariam a afundar. E ela não aceitaria ver seu império de tantos anos construído com muito suor, ser afundado por seu neto mimado. 

Ela caminhou até a janela e abriu as cortinas, fazendo o quarto inteiro clarear e seu neto se remexer incomodado na cama, virando a cabeça para o lado oposto. 

— Boa tarde, Christopher! — Gritou, dando um tapa na bunda do neto que a ignorou — Vamos, Christopher, acorda! 

— Por Deus, vovó! Me deixe dormir — Resmungou, fazendo-a revirar os olhos. 

— Te deixar dormir? Já são quase três da tarde, Christopher! Será que você poderia levantar essa bunda da cama e se dedicar ao seu emprego? — Ela olhou para o teto e falou com Deus — Senhor, onde foi que eu errei com esse menino? Sempre dei tanto amor, carinho e a melhor educação! Será que ele caiu e bateu com a cabeça alguma vez? 

— Eu estou escutando, vovó! — Resmungou novamente. 

— Eu sei, meu querido! É para escutar mesmo. 

— A senhora sabe que eu te amo, mas minha cabeça está doendo demais e eu preciso voltar a dormir! — Ele cobriu a cabeça com o travesseiro. 

— Você precisa encontrar alguém que te coloque na linha, Christopher! Por Deus! Como você vai acabar se continuar nessa vida de farra e sexo com várias mulheres desconhecidas? Meu Deus, por favor! Faça esse menino acordar para vida. Papai Noel, se você existe, como o meu presente de natal eu aceito uma linda mulher para Christopher! 

— Vovó, por favor — Ele se levantou irritado — Eu vou terminar muito feliz e sem nenhuma mulher me enchendo o saco, além da senhora é claro, se Deus quiser. E devo lembrá-la, Papai Noel não existe. 

— Céus! — exclamou irritada e saiu do quarto, antes que desse umas bofetadas em seu neto. Resmungou enquanto descia as escadas, pedindo a Deus e até mesmo ao Papai Noel, que se ele existisse o fizesse tomar juízo. 

O natal estava cada vez mais próximo e nunca foi de pedir coisas, mas esse ano estava com os cabelos em pé só de pensar que o único herdeiro das empresas Uckermann era seu neto e que precisava urgentemente fazer com que ele criasse juízo, pois no dia que completasse 30 anos, teria que assumir todo o império. 

Aquele era o último ano para colocá-lo na linha e teria até o final de março do ano seguinte para que ele se tornasse responsável para arcar com a grande responsabilidade que o esperava. Não que ela realmente achasse que conseguiria, mas tentaria. 

Não entendia porque o neto era tão avesso ao amor. Talvez fosse alguma decepção amorosa ou será que Christopher era gay e não aceitava sua sexualidade? Não é possível! Ele sempre teve todo o apoio dela e de seu avô. 

Pensou em perguntar sobre isso mais tarde, mas sabia que isso o deixaria furioso. Até mesmo a parte de aversão ao amor o deixaria irritado. Christopher talvez fosse muito mimado e por isso se tornava difícil de lidar. E se a questão era ser mimado demais, então o erro era dela. 

Christopher logo apareceu arrumado e com as chaves de seu carro na mão. Sua cara indicava uma ressaca daquelas, mas parecia não ser o suficiente para fazê-lo ficar em casa. 

— Está indo onde, Christopher? — Ela perguntou, tentando não gritar ou fazer um escândalo. 

— Na casa do Poncho. — ele disse já abrindo a porta e saindo rapidamente, não dando tempo para que ela respondesse. 

Cecília bufou e olhou para o teto mais uma vez, juntou suas mãos e suplicou.

— Faça com que ele se apaixone, por favor, ele precisa saber como é o amor. Precisa de uma nova vida! Pelo menos ter uma nova vida, mais responsabilidade. 

Olhou pela janela, vendo seu neto tirar o carro da garagem e sair dali rapidamente. Respirou fundo, sentindo-se totalmente frustrada. Não conseguiria fazê-lo mudar em tão pouco tempo. 

Um homem vestido de Papai Noel passou em frente a sua casa, ele parou e olhou para ela abrindo um pequeno sorriso, mas voltou a andar em seguida como se nada tivesse acontecido. 

Cecília se sentiu curiosa sobre o que havia acabado de acontecer, mas constatou que era apenas um homem vestido de Papai Noel e voltou a seus afazeres. Tinha uma ceia de natal para organizar hoje. 

[...]

Sim, Wishes está de volta!! ❤️

WishesOnde histórias criam vida. Descubra agora