Capítulo 14

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— Isso era realmente necessário? — pergunto Poncho se aproxima de mim.

Ela e meu melhor amigo decidiram que seria uma ótima ideia fazer uma festa para comemorar a minha vida. Eu, particularmente, não queria nada daquilo, mas não consegui dizer não a minha avó. Sabia o quanto ela tinha sofrido enquanto eu estava em coma.

— Vovó Cecília precisa distrair a cabeça um pouco, Christopher. Foram três meses de sofrimento, nunca a vi tão abalada assim antes. Ela deu a ideia e pediu minha ajuda. — ele me encarou — Não gosta mais de festas também?

— Sim, mas não gosto de ser o motivo da festa. Só não fui contra por causa da vovó.

Observei minha avó dançando com meu pai no salão e vê-la sorrindo me deixava muito feliz. Quando Poncho me contou o quão mal ela ficou, me senti péssimo em saber que a causei tanta dor. Por isso, mais do que nunca queria dar muito orgulho a ela.

— Dulce vem? - perguntei após olhar em volta e não encontrá-la.

— Eu a chamei, ela disse que vem. — ele franziu o cenho — Está interessado em Dulce?

— Eu só perguntei porque ela ajudou muito a vovó.

Alfonso me olhou desconfiado, mas não insistiu no assunto. Eu jamais poderia contar o que aconteceu comigo, ele não entenderia e me chamaria de louco assim que eu falasse sobre ele a Anahi.

Precisava falar com Dulce para pedir que ela me ajudasse a juntar Anahí e Alfonso. Sei que ela também percebia o quanto eles se gostavam. Também queria vê-la, sentia sua falta.

Tudo parecia ter sido tão real. Eu sentia falta de seus abraços, beijos e o modo apaixonado como ela me olhava. De noite, quando me deito, é estranho não estar dividindo a cama com ela. Nunca imaginei que sentiria isso e estaria tão entregue a algo que não aconteceu realmente. Como é possível?

Ouvi meu amigo pigarrear e o observei, ele agora estava sério e podia vê-lo apertando o copo em sua mão. Olhei na direção em que ele olhava e vi Anahí entrando com o cara que estava ficando. Não me lembrava o nome dela, mas parece que estavam ficando há umas três semanas apenas, segundo meu melhor amigo.

— Como ela consegue estar com um cara tão sem graça? — ele murmurou. Precisei morder meu lábio para não rir.

— Está incomodado? — perguntei.

— Não — ele revirou os olhos e só então desviou o olhar deles, mas não me olhou — Só não sei como ela consegue estar com um cara tão babaca. Ele só sabe falar de seus músculos e academia e o quanto é difícil manter uma boa forma.

— Mas eu pensei que você não estava nem aí para ela.

— E não estou! Só acho que até ela deveria arranjar alguém melhor do que ele.

— E o que seria alguém melhor do que ele? — arqueei a sobrancelha ainda segurando o riso.

— Porra, Christopher! Deixa de ser chato! — revirou os olhos e se afastou.

Só então consegui rir, mas meu riso não durou nem cinco segundos, porque logo Dulce apareceu e estava tão linda que meu coração apertou de saudades. Na outra realidade era possível até mesmo sentir o cheiro do perfume dela e eu sabia que me sentiria embriagado só de sentir quando ela se aproximasse.

Como se sentisse que eu estava a olhando, ela se virou em minha direção e sorriu. Observei-a se aproximar e pude sentir meu coração quase sair pela boca. Eu nem sabia mais dizer o que estava sentindo. Como sempre, quanto mais eu tentava compreender toda a situação, menos eu conseguia.

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