Capítulo 1

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Virei meu corpo na cama tentando voltar a dormir, minha cabeça doía e eu não tinha nem coragem de abrir os olhos. Até sentir um braço rodeando minha cintura.
Primeiramente, me assustei com o quarto que eu nunca tinha visto na vida. Olhei em volta tentando me lembrar de ter ficado com alguém na noite anterior, depois olhei para a pessoa que estava ao meu lado e dei um pulo da cama, me afastando rapidamente.

— O que foi, amor? - Dulce me olhou assustada, se ajeitando na cama.
Amor? O que? Porque ela estava me chamando de amor? Dulce María era uma menina que eu conheço desde conheço por gente e desde então nunca nos demos bem. Nunca houve nenhuma tentativa de aproximação nem da minha parte e muito menos da dela. Ironicamente, fizemos todos os anos escolares juntos, ensino infantil, fundamental, médio e até o superior. Sempre na mesma sala, mas nunca nos tornamos próximos. Além de tudo, nossa família sempre foi muito próxima, mas eu e ela sempre nos mantemos muito afastados.

— Por que você está me chamando de amor? - Franzi o cenho e a encarei.

— Porque você é meu marido - Ela estava visivelmente confusa, mas não mais do que eu.

— Isso é uma pegadinha? - Perguntei, procurando no quarto alguma câmera. Com certeza eu havia bebido demais na noite anterior, Poncho e Christian com certeza devem ter armado tudo isso.

— O que está acontecendo com você? - Dulce se levantou, sua expressão agora estava um pouco mais para irritada. Usava uma camisola minúscula e algo brilhava em seu dedo anelar esquerdo, um anel com uma pedra muito bonita e um aliança dourado. Olhei para minha mão esquerda e também tinha a mesma aliança dourada.

Merda, o que aconteceu?

— Se vocês acham que vão me enganar estão muito enganados, viu? - Gritei, olhando para todos os lados em busca de câmeras escondidas.

— Você está muito estranho! - Dulce me olhava como se eu estivesse louco.

Seu cabelo não era mais vermelho como da última vez que a vi, agora tinha mechas loiras e ela estava ainda mais bonita. Por mais que não nos déssemos bem, dizer que Dulce não era linda seria uma grande mentira.

— Dulce, se você estiver fazendo algum tipo de pegadinha com os meninos, pare agora. Por favor! Maite deve ter algo a ver com isso também e minha avó... - Resmunguei.

Maite era uma grande amiga minha e de Dulce também, era o tipo de pessoa que todos querem por perto, porque é incrível, cuida como se fosse irmã mais velha e era exatamente assim que eu a considerava.

— Qual é o seu problema, Christopher?

— Isso só pode ser brincadeira, Dulce! Ontem eu estava solteiro em uma festa na casa de Alfonso e hoje eu acordo casado?

— Se eu ficar escutando essas suas loucuras, vou ficar tão louca quanto você! Quando se lembrar que estamos casados há três anos, aí você volta a conversar comigo - Revirou os olhos e foi batendo o pé até o banheiro, não esquecendo de bater a porta. Típico dela.

Isso só pode ser loucura! Não faz o menor sentido eu ser solteiro até ontem e hoje acordar casado. Procurei pelas câmeras em todo o quarto e nem sinal, fui para o closet e procurei também, mas não encontrei nada. Enquanto olhava algumas gavetas, encontrei um álbum de fotos. Meu e de Dulce, do nosso casamento.
03/03/2026. Na fazenda da minha avó. Anahí e Poncho, Maite e Christian de padrinhos e quem é essa neném pequena no colo de Anahí com seus cabelos loiros e o rosto idêntico de Poncho.

Meu Deus! Isso só pode ser loucura, eu só posso estar louco! Isso é um sonho, tenho certa. Sonho não, um pesadelo, o pior dos pesadelos. Me belisco com os olhos fechados, para ter certeza que isso não passa de um pesadelo, mas quando os abro continuo com o álbum na mão, assim como a aliança continua em meu dedo.
Isso não é pegadinha, estou mesmo casado! Como isso foi acontecer?

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