Capítulo 17

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Senti beijos em meu pescoço e uma mão percorrendo meu corpo. Era Dulce.

— Não consegui dormir e precisava vir te ver – ela sorriu.

Ainda estava de noite, mas podia vê-la pela luz do corredor que entrava pela pequena fresta aberta da porta. Acariciei seu rosto e sorri, ela estava ali comigo.

— Eu quero você, Christopher – ela disse baixinho.

Enrosquei meus dedos em seu cabelo e a beijei, puxando-a para ficar em cima de mim. Passei minha outra mão por seu corpo e apertei seu bumbum, ouvindo-a gemer contra meus lábios.

— Gostosa – sussurrei entre o beijo. Eu a queria tanto que chegava a doer o peito.

Subi seu vestido lentamente e coloquei minha mão por dentro dele, acariciando sua pele e sentindo-a se arrepiar com meu toque. Ela partiu o beijo e me olhou, eu pude então observar seu rosto mais uma vez, mesmo que o ambiente não estivesse tão claro.

Eu voltaria a beijá-la, mas o despertador tocou. Para o meu desespero, tudo não passava de um sonho.

Desliguei o despertador e sentei na cama, passando a mão por meus cabelos. Era a segunda noite seguida sonhando com ela, desde quando nos beijamos na casa de Maite, quando deito de noite só consigo sonhar com Dulce.

Levantei da cama e fui para o banheiro tomar um banho e me arrumar. Era segunda-feira e eu teria algumas reuniões no período da manhã, mas ainda me sentia frustrado por tudo não passar de um sonho e também por não saber como Dulce reagiria quando nos víssemos novamente.

»»»

Quando cheguei na empresa, Alfonso estava me esperando e eu estranhei meu amigo estar aqui tão cedo. Ele estava sério e parecia inquieto.

— E aí, Alfonso? A que devo a honra de sua visita? – sorri.

— Podemos conversar? – ele perguntou.

— Claro, tenho uma hora antes de uma reunião.

— Obrigado – ele se levantou e nós entramos em minha sala.

— Por que está tão sério assim? – perguntei, franzindo o cenho.

— Eu transei com a Anahí.

Arregalei os olhos, fingindo estar surpreso. Levando em consideração a grande tensão sexual que ficou entre eles na noite de sábado, era impossível que não terminasse em sexo. Talvez não esperávamos que fosse de primeira assim, mas ainda assim não foi uma surpresa.

— E por que você está com essa cara, Alfonso?

— Aconteceu no sábado, depois que saímos da casa de Maite. Por ironia do destino ou não, o carro dela não pegou, então ofereci uma carona a ela. Quando chegamos na casa dela, eu não consegui me controlar e a beijei. Juro que ela estava me provocando desde a hora que entramos em meu carro.

— E qual é o problema, Poncho? – perguntei, confuso.

— Eu não consigo parar de pensar nela! – ele passou a mão por seu rosto – Ela é quente, Christopher. Quente para caralho! Sabe quando tudo parece se encaixar perfeitamente? Eu sei que isso é patético, mas foi exatamente isso que eu senti naquele momento.

Precisei segurar o sorriso que queria surgir em meus lábios.

— E isso é ruim? – perguntei.

— Christopher, a gente sempre se atacou. Nós não suportamos ficar perto um do outro por mais de dois segundos!

— Não suportavam ficar perto porque se odeiam ou não suportavam ficar perto por causa da grande atração que vocês sentiam um pelo outro? – perguntei.

Poncho ficou em silêncio e evitou olhar para mim. Talvez nem ele percebesse o quanto se sentia mexido por ela.

— Me desculpe, mas o jeito como vocês se beijaram no meio da brincadeira parecia ter muita atração reprimida. Todos nós ficamos assustados – continuei.

— Eu e Anahí já ficamos uma vez – ele disse e eu arregalei os olhos. Agora sim eu estava surpreso.

— Quando?

— Há uns três anos atrás, em uma balada. Nos encontramos lá por acaso, estávamos muito bêbados e acabamos ficando. Me senti um pouco mexido na época, mas foram só alguns beijos. Nem se comparar a como estou me sentindo agora.

— Por isso que a implicância entre vocês piorou, agora faz todo sentido!

— Não sei o que fazer, Christopher.

— E se ela estiver sentindo o mesmo que você?

— Não sei. Fui embora na manhã seguinte, ela quase não olhava na minha cara.

— Talvez vocês precisem conversar – aconselhei.

— Se ela não estiver se sentindo como eu, vai me zoar pelo resto da vida, Christopher. Não posso dar essa vantagem para ela.

— Eu ainda acho que vocês deveriam conversar.

— Você está muito diferente, Christopher. O acidente realmente mudou seu jeito de pensar, né?

— Sim. Eu dou graças a Deus por isso, me sinto mais maduro.

— Não sei se acho isso bom ou ruim. – ele fez uma careta e se levantou – Preciso ir, tenho algumas coisas para fazer. Obrigado por me ouvir, mas vou fingir que seu conselho foi para que eu fique quieto na minha.

— Tudo bem – ri – Boa sorte!

— Obrigado – ele sorriu e saiu da sala.

Peguei meu celular rapidamente e mandei mensagem para Dulce. Era o motivo que eu precisava para falar com ela.

C: Oi. Está sabendo da novidade?

D: Anahí me contou ontem de noite.

C: E ela está se sentindo como?

D: Tá mexendo muito com ela.

C: Alfonso também.

D: Finalmente! :)

C: Acho que eu e você deveríamos sair para jantar para comemorar. O que você acha?

D: Está me convidando para um encontro, Christopher?

C: Sim, Dulce. Aceita?

D: Sim! ;)

C: Passo aí às 20:00 para te buscar!

D: Combinado!

Não pude evitar um sorriso e muito menos a ansiedade que me acompanhou o resto do dia.

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