Uma semana e dois dias após eu acordar do como, finalmente podia ir para casa. O médico disse que eu estava muito bem e que minha avó poderia considerar um grande milagre. Foi uma semana de varios testes para saber se havia alguma sequela, mas eu conseguia fazer qualquer coisa normalmente.
Evitava pensar em Dulce porque a realidade era totalmente oposta da que vivi quando estava em coma. Principalmente porque ela não tinha ido me visitar em nenhum dos dias que estive no hospital. Tentei não me sentir chateado com aquilo, principalmente porque certamente nós sempre nos tratamos mal e evitamos nos ver.
Assim que entrei suspirei aliviado por não estar em um ambiente hospitalar, era horrível. Vovó me ajudou a subir para meu quarto, me sentia um pouco cansado dos últimos exames. Deitei-me na cama e vovó fechou as cortinas e ligou o ar para que eu pudesse dormir um pouco.
— Dulce perguntou se você se incomodaria com uma visita dela – vovó disse e eu senti meu coração disparar.
— Porque eu me incomodaria? – perguntei.
Vovó me olhou preocupada e sei que passou pela sua cabeça o fato de eu estar estranho em relação a Dulce.
— Sei exatamente o que está passando por sua cabeça, vovó. – revirei os olhos – Eu estou bem, mas como já disse quero deixar os problemas no passado e recomeçar. Não se trata só dela, tomei uma decisão sobre a empresa e meu pai também, não se esqueça disso.
— Eu sei, mas é tão estranho que você tenha voltado tão diferente... – ela franziu o cenho me olhando por alguns segundos – Mas irei falar com ela então. Bom descanso.
— Está bem, vovó. Obrigado – me ajeitei na cama para tirar o meu cochilo e rapidamente adormeci.
»»»
Deitei no sofá e liguei a tv para jogar um pouco de vídeogame. Sentia saudades de passar a tarde jogando FIFA, mas pretendia não fazer mais apenas isso de minha vida. Assim que eu estivesse totalmente liberado para ter uma vida cem por cento normal, iria para a empresa.
O interfone tocou e eu vi minha avó passando para abrir a porta em seguida. Continuei jogando e estava quase fazendo um gol quando uma voz tão conhecida por mim recentemente preencheu o ambiente. Pausei o jogo e me virei para encará-la.
Ela não tinha mais os cabelos vermelhos. Dulce agora estava com os cabelos exatamente da cor da outra realidade. Meu coração batia tão rápido que parecia que eu iria passar mal a qualquer momento. Sabia que ela viria me visitar, mas pensei que teria um tempo para me preparar.
— Oi, Christopher – ela sorriu, mas fui acertado em cheio como um soco no rosto quando não vi todo aquele sentimento estampado em seu olhar. Nunca pensei que sentiria falta.
— Oi, Dulce – sorri. Me levantei e fui até onde estava para cumprimentá-la, abracei-a e ela pareceu surpresa com aquilo. Obviamente, não tinha costume de cumprimentar assim.
— Como você está? – ela disse um pouco sem jeito, certamente pela surpresa.
— Estou bem, graças a Deus. Deus me deu uma nova chance e eu vou aproveitar cada segundo. E você, como está?
— Fico feliz, de verdade, Christopher. – ela sorriu – Estou bem também. Que susto você nos deu!
— Obrigado por ficar comigo no hospital algumas noites e por dar apoio a minha avó. Sei que nunca fui muito legal com você e peço desculpas por isso.
— Está tudo bem – ela sorriu novamente, tentando disfarçar a surpresa que estava sentindo. O mais louco é que após os sonhos, outra realidade ou seja lá o que aconteceu comigo, eu conseguia ler Dulce facilmente. Era ainda mais maluco, mas era como se eu tivesse conhecido ela mais intimidade de verdade.
Quanto mais eu tentava entender toda a situação, menos eu conseguia entender.
Sentamos no sofá e ficamos conversando por um pouco mais de quarenta minutos. Eu tentava não ficar olhando muito para ela, mas era realmente difícil. Queria abraçá-la novamente, dessa vez um pouco mais forte e que ela retribuísse direito – o que não fez quando a abracei por estar surpresa. Precisava saber se sentiria tudo o que senti em minha outra realidade.
Dulce deveria estar confusa em me ver tratando-a tão bem e olhando-a tanta vezes. Percebi seus olhares assustados todas as vezes que me flagrava olhando-a e em como eu conversava com ela tão de boa.
Ainda tentando compreender tudo, decidi recorrer a Maite como fiz em minha outra vida. Depois, também conversaria com minha avó sobre quando conheci Dulce. Era algo que ficou martelando em minha cabeça, o ponto de vista de minha avó sobre aquilo e se realmente foi aquilo, seria assustador.
Dulce foi embora quase uma hora depois. Minha avó também ficou surpresa e veio agradecer por eu não ter a tratado mal. Isso realmente nem passou pela minha cabeça, não foi como se eu precisasse fazer um grande esforço. Eu simplesmente não conseguia ser igual ao antigo Christopher.
Tomei um banho, jantei e resolvi deitar, agora que estava em meu quarto e em minha cama, sentia ainda mais falta do corpo dela abraçado ao meu, o que era uma total loucura já que isso nunca aconteceu realmente. Esperava que Maite pudesse me ajudar.
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Wishes
Fanfiction(CONCLUÍDA) Christopher Uckermann é um mulherengo irresponsável que não quer saber de mais nada além de farrear, deixando sua avó Cecília de cabelos em pé, não sabendo mais a quem recorrer para que seu neto tomasse jeito! Um dia, ele acorda casado...