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KIARA JONES 💌


Eu estava devastada.

Ontem Pablo havia me rejeitado indiretamente.

Eu já havia chegado em casa e tomado um banho na tentativa de relaxar, mas falhei. Meu celular apitava as notificações e tinha certeza de que era Laura perguntando o que havia acontecido durante o jantar de hoje.

Não tinha condições pra falar com ninguém agora. Eu estava acabada. Não tinha forças no momento.

Me sentia sozinha.

Eu tenho 19 anos e completaria 20 daqui 4 meses, estava grávida, o pai da criança não assumiu e eu estava sozinha em outro país.

Nasci na Califórnia, nos Estados Unidos. Desde pequena eu gostava muito de fotografar e aos 11 anos, resolvi seguir a carreira de modelo. Fui ganhando muita visibilidade enquanto crescia e então, fui contratada para modelar em Barcelona.

Claro que meus pais não aceitaram desde o início a ideia de eu morar em outro país com 18 anos, mas depois de alguns chorinhos meus e a agência apelar, eles aceitaram.

A agência bancou meu apartamento e minhas contas, mas após 1 ano e 2 meses, consegui minha independência financeira e a empresa infelizmente parou de pagar meu aluguel. Mas eu já estava me esforçando para comprar o atual apartamento em que morava. Era perfeito para mim. O tamanho ideal. Tudo do meu jeitinho.

E agora, meu emprego com certeza iria por água a baixo e meus pais teriam desgosto de mim.

Como eu contaria para eles que eu estava grávida? E nem era de um namorado.

Comecei a sentir novamente a forte vontade de chorar. Já havia deixado todas as minhas lágrimas no banho, eu conseguiria chorar mais?

E se eu abortasse? Ninguém saberia...Apenas eu...

Eu poderia alegar que foi um aborto espontâneo.

Fui tirada de meus pensamentos quando escutei a campainha. Eu não queria falar com ninguém. Continuei deitada em minha cama na tentativa de que a pessoa do lado de fora do apartamento fosse embora, mas escutei novamente o barulho e respirei fundo. Levantei, me olhei no grande espelho de meu quarto e forcei um sorriso.

O sorriso mais forçado da minha vida.

Andei em direção à porta do apartamento e abri encontrando Pedri, o olhei surpresa.

— Oi. - Ele sorri simples para mim.

— Oi Pepi. - Digo quase em um sussurro.

— Posso entrar?

— É...bem...claro. - Dei espaço e ele entrou. Ficou em pé ao lado do sofá.
— Pode se sentar, Pepi.

— Obrigado. - Ele se sentou e eu fui para seu lado.

Mordi o lábio nervosa. Estávamos em silêncio. Fiquei brincando com meus dedos enquanto esperava alguém iniciar a conversa.

— Pablo já me disse tudo. - Ele fala após 3 minutos de silêncio.

— Pedro, eu não sou nenhuma...

children - pablo gavi e pedri gonzález Onde histórias criam vida. Descubra agora