Após meses de investigações incansáveis e confrontos brutais com o Cartel de Medellín, Peña encontra-se exausto, com sua mente e espírito desgastados pela violência constante. Em busca de alívio e um breve refúgio, ele encontra consolo mergulhando e...
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Adentrei a sala, e meus olhos se ajustaram a baixa claridade que a envolvia. Era um ambiente pequeno e de luz amarelada. A mesa de metal ocupava o centro, com um mapa estendido sobre sua superfície. As linhas e marcações feitas em caneta piloto vermelha representava as rotas e os pontos-chave da operação em que estávamos trabalhando. Um cinzeiro repousava no canto da mesa, cheio de cigarros apagados.
— Se nos precipitarmos, corremos o risco de espantá-los e perdermos a oportunidade de alcançar Escobar — expus minha opinião mais sincera.
— Acredito que seja melhor ficarmos à espreita, seguindo-os discretamente para obter informações mais precisas, talvez um de seus informantes possa nos ajudar.
O silêncio se instalou na sala enquanto ele aguardava minha resposta. Depois do que Gacha fez com Helena, não podia simplesmente mandar uma informante com eles, era arriscado e a promessa de um passaporte fazia com que as pessoas nesse país tomassem decisões estúpidas e mal pensadas, e o peso cairia sobre meus ombros mais uma vez.
— Os sicários de Escobar são mais inteligentes que isso — acendi um cigarro e ao sentir o calor preenchendo o interior da boca, inspirei profundamente, deixando que o sabor e sensação da nicotina invadisse meus sentidos — as levariam para um motel qualquer e não conseguiríamos nada de útil. Precisamos pensar além.
O gosto amargo e levemente adocicado do tabaco se misturava com o sabor metálico que preenchia minha boca. Era uma experiência familiar, pois costumava morder a bochecha quando estava ansioso.
Murphy analisou as fotografias que havia recebido como pista hoje cedo, enquanto eu estava ocupado. Tratava-se de quatro evidências claras dos laboratórios de Pablo Escobar, mas que por estarem no meio da floresta, ninguém saberia dizer ao certo onde era. Era uma boa pista, mas ainda assim, vazia demais para fazer alguma diferença significante.
Enquanto observava a fumaça se dissipar no ar, meu estômago roncou pela falta de um café da manhã decente. Aparentemente, meu corpo não poderia mais viver de cigarros e café.
— Pode ser mais simples do que aparenta — o loiro mirou os olhos azulados em mim, como se de alguma forma quisesse me mostrar o quão óbvio era a resolução.
Ajeitei minha postura na cadeira e encarei o ponto onde meu parceiro envolvia sua atenção, mas nada obtive.
— Em vez de chegarmos depois deles e ir para uma ofensiva ou persegui-los — Murphy continuou segundos antes de tragar seu cigarro — chegaremos primeiro. Você ficará na danceteria na companhia de alguém para disfarce e quando eles chegarem, você me manda uma mensagem pelo pager¹, assim eu coloco uma escuta no carro.
— Se essa merda der certo, nós teremos ganhado na maldita loteria, Murphy.
Concordamos em detalhes, ajustando os planos e definindo as próximas etapas da operação. Discutimos sobre os recursos necessários, os pontos de observação e os possíveis cenários que poderíamos enfrentar, afinal estávamos falando de um maldito narcotraficante que estava sempre dez passos na nossa frente.