agente peña

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Numa mescla de surpresa e desorientação, meus olhos encontraram os dela

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Numa mescla de surpresa e desorientação, meus olhos encontraram os dela. O olhar de Louise era penetrante, como se soubesse exatamente o que estava se passando na minha mente. Confusão,aborrecimento e tesão.

— Será um prazer trabalhar com os senhores. — Minha atenção estava dividida entre as palavras sendo proferidas e a presença hipnotizante da gringa. O sorriso era magnético, fazendo com que todos os caras presentes na sala se sentissem idiotas, assim como eu.

Cada detalhe de sua postura e movimento parecia ser friamente calculado, como se ela estivesse perfeitamente consciente do efeito que causava em todos nós. Ver Noonan em seu ambiente de trabalho, completamente oposta ao que encontrei no bar na noite passada, me deixou ainda mais preso em sua imagem. Os botões abertos de sua camisa revelavam sutilmente parte de sua pele, a saia justa ao corpo e os cabelos agora levemente ondulados, me questionando se aquela seria sua forma natural.

Fui reduzido a um "Esse são os agentes Peña e Murphy da DEA", antes da reunião de fato começar. Naquela semana tínhamos adquirido fotos de satélite das comunas, onde parte das nossas investigações deveriam acontecer.

De todos os lugares disponíveis, Louise Noonan sentou-se bem na minha frente, as lumes castanhas pousando sobre mim numa provocação sutil disposta na forma com que ela arqueara a sobrancelha.

— Nossa equipe de triangulação estará dividida... — o Agente Smith começou a dizer, mas qualquer menção de escuta foi arrancada de mim.

De repente, senti o contato sutil, um toque suave e discreto, deliberado em minha perna. Olhei instintivamente para baixo, surpreso ao encontrar a perna de Louise subindo em direção ao meu tornozelo. Tentei manter minha expressão impassível, apoiando as costas da mão sobre o maxilar, tentando prestar atenção nas palavras de Smith.

Naquele momento, percebi que estava sendo arrastado para um jogo perigoso, uma dança entre a razão e o tesão. As palavras se desenrolaram, fotografias e mapeamentos dissecados minuciosamente pela voz grave de Smith, e eu não fazia a menor ideia do que ele falava.

— Dentro desse mapeamento, seremos capazes de entender a rotina de cada sicário — Mas que merda, a voz de Noonan era como o maldito raio de sol nas primeiras horas da manhã: reconfortante, quente e inebriante.

Meus olhos eram atraídos para ela repetidamente, mesmo quando eu tentava focar minha atenção nas discussões em andamento. A cada sugestão que ela direcionava aos outros membros da equipe, meu estômago se apertava e minha mente se enchia de questionamentos. O que diabos ela almejava com as provocações? Seria um gesto genuíno cheio de vontade de foder ou havia algo mais por trás dele? Pois a diaba não havia deixado seu número de telefone.

Aproximar-me dela seria um risco tremendo que poderia desestabilizar toda a operação. Claro que se a informação vazasse, a embaixadora decerto não iria me tirar da operação, mas ainda assim, não poderia arriscar ser descoberto.

ULTRAVIOLENCE | PEDRO PASCALOnde histórias criam vida. Descubra agora