Após meses de investigações incansáveis e confrontos brutais com o Cartel de Medellín, Peña encontra-se exausto, com sua mente e espírito desgastados pela violência constante. Em busca de alívio e um breve refúgio, ele encontra consolo mergulhando e...
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Imerso em papéis e relatórios, encontrava-me em uma troca de palavras com Murphy. Nossa conversa era pontuada pelo eco da desconfiança e pelo peso das responsabilidades que carregávamos em ombros cansados. Os raios de sol, tímidos, filtravam-se pela janela, lançando um brilho suave sobre nosso ambiente de trabalho, como se de alguma forma aquilo fosse melhorar o dia de merda que estávamos tendo.
Era como se a cada passo que déssemos, Escobar, além de estar dois passos à frente, também deixava um milhar fodido de obstáculos pelo caminho. Estávamos de mãos atadas, praticamente torcendo por um milagre. Enquanto Murphy e eu discutíamos estratégias, meu telefone interrompeu o fluir de nossas palavras. Peguei o aparelho sem pressa, onde um suspiro de cansaço escapou por entre os lábios.
— Sala de arquivos, três minutos — A voz de Louise ressoou em meus ouvidos como a melhor das melodias. Suas palavras eram um chamado irresistível, um convite para o proibido.
Em um instante, tudo o que me envolvia perdeu importância diante da urgência deste chamado. Os papéis na minha mesa, os deveres oficiais, a voz de Murphy falando qualquer coisa, tudo pareceu desvanecer.
Sem demora, levantei-me da cadeira, meu semblante revelando uma mistura de antecipação e inquietação. Murphy observava, com um misto de repreensão e curiosidade, enquanto eu me afastava da sala.
— Deixe-me adivinhar — ele começara, ao levar a caneca de café até os lábios — um chamado emergencial que apenas você pode cumprir?
— Exatamente — retruquei já na porta da sala — não espere por mim.
Os passos ecoaram pelos corredores do departamento, cada vez mais apressados, cada vez mais próximos do meu destino devasso. Desci as escadas com uma velocidade quase sobrenatural e olhei ao redor, percebendo que aquele setor estava vazio pelo horário avançado. Não era segredo que Murphy e eu passávamos do horário por noites a fio, fodidamente ansiosos para acabar com o maldito Cartel de Medellín.
Por falar em segredos, me vi em frente a sala de arquivos, onde outros segredos estavam prestes a ser desvendados. Meu coração pulsava em compasso acelerado, ansioso pelo reencontro que incendiava minha alma e fazia meu pau latejar em desejo.
Adentrei a sala, o ambiente mergulhado em um silêncio intrigante. Ali, no meio das sombras e dos segredos guardados nas estantes, Louise estava à espera, e sem hesitar, avancei em sua direção. No limiar da sala de arquivos, Louise e eu nos observamos com um misto de ansiedade e cautela. Cada pequeno gesto, cada detalhe em seus olhos e lábios, pareciam contar uma fantasia sacana prestes a ser realizada.
Em um movimento rápido, rompi a distância entre nós, como se guiados por uma força invisível, totalmente envolta pelo tesão imenso que sentíamos um pelo outro, nossos corpos se uniram. Puxei-a pela cintura ao mesmo tempo que sentia suas mãos aveludadas tocando meu maxilar em direção a nuca, um súbito arrepio me preencheu de forma deliciosa. O calor de seu corpo junto ao meu era uma carícia enlouquecedora, despertando os sentidos e incendiando a pele.