porra, steve

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Durante um longo período, estive preso num ermo desconfortável entre a boa vontade e a obrigação

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Durante um longo período, estive preso num ermo desconfortável entre a boa vontade e a obrigação.

Um milhar de cenários era disposto em minha mente, criando caminhos sinuosos nos quais eu não tinha certeza se poderia seguir. A princípio, pensando sobre o que Torres havia me segredado, joguei uma pequena semente numa terra fértil, esperando que Noonan fosse colher e regar, todavia, não houve nada. No fundo, esperava que ela fosse perguntar sobre meu encontro não sucedido com Carrillo, Murphy e o agente suspeito, mas ao em vez disso, manteve-se em completo silêncio por dias, um assunto que devemos falar posteriormente.

Agora, enquanto encarava a escuridão me abraçando, percebi um movimento quase imperceptível fazendo o colchão afundar levemente. Um arrepio percorreu a espinha, e o ardor sobre meu ferimento recente cresceu no incômodo. Sem hesitação mirei a atenção sobre a pistola na mesa de canto, os dedos se envolvendo lenta e suavemente e no momento seguinte me virei olhando diretamente para a movimentação ao meu lado. Mordi o lábio ao perceber que estava com a porra da pistola focada no centro da face de Louise.

— Não faça isso — a repreendi. Meus músculos, antes rígidos pela tensão e adrenalina, relaxaram — poderia ter atirado em você.

Ela apenas permaneceu fitando-me, sem qualquer expressão facial, como se fosse apenas um objeto inanimado ao meu lado. As sombras criadas pela grande lua dançaram por sua tez, os olhos castanhos pareciam maiores graças a pupilas dilatadas, que graças a proximidade exagerada, eu conseguia enxergar perfeitamente.

— Ele disse que Gacha mandou lembranças.

— O quê? — as sobrancelhas se juntaram no mesmo instante, pois de fato, eu estava completamente perdido.

Lou umedeceu os lábios e abraçou os joelhos, agora ficara com os olhos focados na televisão desligada.

— Quando ele me encontrou, forçou-se contra mim impedindo até mesmo a minha respiração — sua voz era embargada de sentimento ruim — antes de Jefford chegar, o homem loiro disse que Gacha mandava lembranças para a DEA e que na próxima vez ele não será tão generoso...

— Lou.

— E pedirá para que todos os seus sicários façam uma fila enquanto ele mantém uma câmera ligada.

Porra, nem tinha respostas para isso. E quer saber de uma coisa? Mesmo depois de anos eu não tive nada decente para dizer-lhe. Permanecemos em um silêncio filho da puta, apenas com o som de nossas respirações pesadas ecoando pelo quarto.

— Você estava certo, Javi — por algum motivo, ela falou em inglês — Uma vez dentro não há mais volta.

— Você pode partir enquanto é cedo.

— Partir? — foi um sorriso que surgiu, mas tampouco era algo bom. Estava claro que tratava-se de frustração e medo.

— Você só está deixando as coisas ainda piores.

ULTRAVIOLENCE | PEDRO PASCALOnde histórias criam vida. Descubra agora