Capitulo 11 - Fogueira Do Amor.

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POV CLARA:

Hoje já era o dia da quadrilha do ICAES a semana tinha passado tão rápido que eu nem notei direito. Desde o início da semana quando Helena veio aqui em casa e conversamos sobre tudo o que estava acontecendo sobre nós, eu e ela temos uma rotina juntas todos os dias.

Saia de casa mais cedo e encontrava Helena num restaurante próximo à faculdade, depois do almoço fingíamos chegar separadas ensaiamos, dessa vez todos eles tinham um selinho, nada muito demorado, ninguém estranhava ou desconfiava de nada em relação a isso, colocamos essa parte já no ensaio da última semana só porque queríamos.

Eu passei a ir de Uber para ICAES, só para sair com Helena após o ensaio, ela nunca me deixava só na portaria e ia embora, sempre pedia pra ela subir e me fez companhia por um tempo, tinha dias que ela ficava trinta minutos e voltava para sua rotina de trabalho e um desses dias ela teve a tarde livre, então ficou o tempo todo comigo.

Durante todos esses dias, quando chegava a noite eu ia me deitar Helena e eu sempre trocávamos mensagens ou ficávamos em ligação. E essa minha relação com Helena estava me fazendo tão bem, eu estava me sentindo tão feliz, estava me sentindo valorizada como a muito tempo não era, com Helena eu conseguia me sentir livre de verdade e  amada, desejada do jeito que eu sou. Ela arrancava o melhor de mim!

Helena havia me convidado para ir de carona com ela passou a festa, como Rafael já estava no ICAES desde cedo e não iria comigo, decidi aceitar. Por volta das 19h00 nós saímos da frente de meu prédio indo em direção a faculdade.

Clara: Você sabia que ver a noiva, com o vestido de noiva antes do casamento dá azar? -Pergunto ao me ajeitar no carro enquanto sentia o olhar de Helena, ao encerrar a frase deposito um longo selinho em seus lábios.-
Helena: Nossa, mas você está tão linda Clara!

Clara: Obrigada! Você também está linda minha noiva! -Digo e ajeito o cinto enquanto Helena dá partida no carro.- 

[...]


Padre Pajeú: E antes que apareça mais um cabra desgramado para acabar com a felicidade e calmaria deste lugar, eu declaro Jesuína e Xiquinha marida e muié, pela nossa própria lei. Podem beijar a noiva! No caso a outra noiva. 


O padre ponta um dedo para o outro com forçando uma cara estranha em função de serem duas noivas e ele não saber quem iria iniciar o beijo e então eu e Helena damos início ao nosso longo selinho, minha vontade era de realmente beijar Helena ali, mas sabia que não podia fazer aquilo naquele momento, mas que fique claro que eu queria beijar e muito aquela mulher. Após o casamento nós finalizamos nossa participação com a dança junto dos alunos. Na hora da dança existiam alguns casais compostos por duas mulheres e dois homens, alguns realmente namoravam e outros era apenas amigos. Trocamos um olhar segundos antes da parte que em falam "Cumprimento de damas" e na mesma hora nos entendemos. Ao invés de só uma de nós duas irmos, fomos nós duas juntas para o cumprimento, fazendo com que os outros pares formados por duas mulheres fizessem o mesmo e posteriormente os pares masculinos, afinal, desde quando num casal de duas mulheres, uma delas precisa fazer o papel de homem da relação? 

Depois de dançarmos, algumas pessoas vieram falar comigo, tirei algumas fotos e conversei com desconhecidos que me trataram muito bem. Fiquei feliz com o que passei ali, assim, eu não era nenhuma pessoa super hiper famosa, não naquele momento da minha vida, mas mesmo tendo passado quase 20 anos longe das passarelas e capas de revistas, eu ainda sim era a Clara Albuquerque, uma das modelos mais cobiçada dos anos 2000. Com os trabalhos que estava realizando recentemente, eu já sentia a diferença em meu público crescendo novamente. Depois de atender aqueles que vinham em minha direção, decidi ir comer alguma coisa, estavam muito tempo sem me alimentar e confesso que sou apaixonada pelas comidas típicas das quadrilhas. 

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