Transferida 2 - Drew Starkey

Therapy

CAMILA

O consultório da Doutora Miranda é um ambiente acolhedor e tranquilo. Estou sentada em uma poltrona confortável, um pouco nervosa, aguardando ser chamada.

Notando meu nervosismo, sinto Drew colocar a mão sobre a minha como forma de conforto.

— Você está bem? — pergunta e sinto o azul de seu olhar sobre mim.

— Sim, estou. Só um pouco ansiosa. — rio de leve.

— Obrigada por estar aqui comigo. — mudo o assunto para me distrair.

— Sempre estarei aqui por você, não importa o que aconteça. — lhe dou um sorriso agradecida.

A secretária chama meu nome, indicando que é hora da consulta. Respiro fundo e levanto-me, seguindo para a sala da psicóloga, que Drew fez a gentileza de procurar. Nem precisei me preocupar com nada, Starkey que resolveu praticamente tudo. Segundo ele e suas pesquisas, essa é a psicóloga ideal para me ajudar.

Vamos ver.

A porta se abre, e a Dra. Miranda, de pele negra com cabelos longos e crespos, com uma postura calma e empática, se apoia no batente da porta com um sorriso acolhedor.

— Olá, Camila. Sou Miranda Bloom, pode me chamar apenas de Miranda. — apertamos as mãos.

— Como você está se sentindo hoje? — pergunta indicando para que me acomode no sofá creme em sua sala.

— Olá, Miranda. Eu... estou um pouco nervosa, mas acho que é normal. Obrigada por me receber. — sou sincera.

— Não precisa agradecer, Camila. É perfeitamente normal sentir-se assim em sua primeira consulta. O importante é que você deu um passo importante ao buscar ajuda. Quero que saiba que este espaço é seguro e livre de julgamentos. Você pode falar abertamente sobre o que quiser.

Sinto meu corpo um pouco mais confortável com suas palavras.

— Por favor, sinta-se à vontade. Eu quero que saiba que esta é uma sessão segura e confidencial. Fique à vontade para compartilhar o que quiser. — diz se acomodando numa poltrona próxima, ao sofá que estou sentada.

— Eu estou aqui porque... sofri assédio no trabalho. Isso tem me afetado muito, Miranda. Tenho tido pesadelos, ansiedade e, às vezes, me sinto tão culpada, mesmo sabendo que não deveria.

— Camila, seus pesadelos são uma manifestação do trauma que você passou. Sinto muito pelo que você passou. Ninguém deveria enfrentar uma situação assim. O importante é entender esses sentimentos e trabalhá-los de forma saudável. O assédio é uma experiência traumática que pode deixar marcas profundas. Como você tem se sentido desde que isso aconteceu?

— Eu só quero seguir em frente, mas os pesadelos não me deixam. Eles me lembram do que aconteceu e me fazem reviver aquela sensação de impotência.

— O que você está sentindo é completamente compreensível. O assédio é uma violação séria e pode abalar nossa confiança e segurança. Quero que saiba que você não está sozinha nessa jornada de cura. Um exemplo disso, é o homem que está te esperando lá fora. — ela se refere a Drew.

— Ele tem me ajudado muito. — falo e a doutora sorri.

— É ótimo ver o apoio que vocês têm um ao outro. — diz e dou um sorriso.

Respiro fundo, me sentindo acolhida pela psicóloga.

— Eu só quero superar isso, Miranda. Esses pesadelos e a sensação de medo estão me consumindo. Eu não quero mais viver com isso.