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TRÊS ANOS DEPOIS

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TRÊS ANOS DEPOIS

Retiro a luva descartável de minha mão e a descarto no recipiente de resíduos contaminados. Abro a porta da sala e dirijo-me à pia, ligando a torneira para começar a lavar minhas mãos. Em seguida, aplico álcool em gel e fricciono cuidadosamente.

Percebo a proximidade de alguém ao meu lado, o que me faz inspirar profundamente e inclinar a cabeça para trás devido ao cansaço. Sinto uma sensação de alívio enquanto as glândulas do meu pescoço relaxam com esse movimento, e assim permaneço por alguns segundos até que Thiago abra a boca.

-- Nem sempre é possível salvar a todos, você entende, não é? -- Retorno à minha postura habitual e fixo meus olhos nos seus intensos olhos azuis. Concordo silenciosamente, inclinando a cabeça em sinal de afirmativa, e, por fim, deixo escapar um suspiro. -- você foi muito bem Bella! É uma de minhas melhores alunas.

-- obrigada. -- sorrir sincera

-- quer dá a notícia do óbito a família? -- questionou curioso me fazendo fazer careta e negar rapidamente

-- não, essa parte fica somente para o senhor mesmo.

-- nem sempre, ouviu futura neurocirurgiã? -- concordei vendo-o seguir o corredor a esquerda.

Início o processo de remoção do meu traje cirúrgico descartável, descartando-o no recipiente designado para resíduos infectantes. Em seguida, volto-me para a pia novamente, com o intuito de limpar minhas mãos mais uma vez. Pego a ducha e começo a esfregá-la em meus braços, assegurando uma limpeza completa.

Deixo o local e me direciono a recepção do hospital observando que haviam varias pessoas circulando de um lado para outro a todo momento

-- pelo visto Lauro de Freitas esta cada vez mais perigosa, já é o terceiro acidente registrado só essa noite Lua. -- Rose resmungou com um pouco de indignação ao notar um homem na maca sendo levado as pressas ao centro cirúrgico conduzido por meu professor novamente, franzi o cenho vendo o estado da mulher.

-- infelizmente. -- lamentei pegando o meu telefone em baixo do balcão -- você viu o placar do jogo, Rose?

-- claro que sim, inclusive. -- ela apontou o seu celular em minha direção e vi o jogo travado já nos últimos minutos de acréscimo. -- dois gols de Pedro, já disse que seu ex é foda? -- ela disse alegre me fazendo rir

2 x 0 pro flamengo.

Gol dele.

Do homem que me fez mudar de cidade, do homem que mudou toda a minha vida

e mesmo assim não sai dela.

-- eu não gosto nem de ouvir o nome dele -- resmunguei apoiando os braços no balcão

-- se eu fosse você eu voltava pro Rio e dava um beijão nele, como perde um homem desses mulher? -- não aguentei o riso e deixei escapar dos meus lábios, mas em seguida balancei a cabeça negativamente

Salvation ● Pedro GuilhermeOnde histórias criam vida. Descubra agora