6: Brad's House

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Acordo com uma preguiça enorme, já se passaram dois dias e hoje seria o dia em que iria a casa de Brad e passar um bom tempo por lá, como combinamos na noite passada. Já havia tudo pronto em uma pequena mala que havia preparado ontem e estava mais do que ansiosa para passar as férias de verão com o meu melhor amigo. Ouço um barulho vindo do meu celular e rapidamente o verifico.

"Hey honey, já está tudo preparado? Mal posso esperar para que você passe as férias aqui em casa :D"

Olho e verifico a hora, era quase 10:30. Fui me arrumar, dei uma última olhada em minhas coisas e desci para tomar café.

Das escadas consigo ver minha mãe com seu copo de café matinal, sorri a ela e a aviso sobre me levar na casa do Brad daqui a pouco e ela concorda, terminando seu café em alguns goles. Subo as escadas e pego minhas coisas, acompanhando minha mãe em direção a casa do Brad.

Assim que chego lá, ela deixa um beijo em minha bochecha e alerta "juízo, filha" e aceno, indo em direção a porta. Antes de bater respiro fundo, estou prestes a passar o verão com alguém que gosto, com alguém que eu nem sequer imaginava que iria me fazer companhia, suspiro mais uma vez e bato na porta, sendo recebida por uma mulher que parecia estar na faixa dos 40 anos.

-Olá, deve ser a amiga que o Bradley falou que viria, pode entrar ele está lá no quintal. — ela sorri me dando passagem para entrar.

-Pode deixar suas coisas aqui na sala que já levo lá para cima.

-Não há necessidade senhora Simpson.

-Trata-me apenas por Anne, e eu faço questão de levar as coisas.

Sorri para ela e deixei as coisas ao lado do sofá, ela pega e leva para cima e eu acho o caminho até o quintal e a medida que me aproximo, um som de violão começa a invadir meus ouvidos. Assim que chego ao quintal, avisto Brad sentado na grama de costas para mim cantando com o violão em mãos, paro na porta e começo a observá-lo.

I'm gonna paint you by numbers, and color you in
If things go right we can frame it, and put you on a wall
And it's so hard to say it, but I've been here before
Now I'll surrender up my heart, and swap it for yours

Sinto meus lábios se formarem em um pequeno sorriso e começo a me aproximar dele.

I'm out of touch, I'm out of love
I'll pick you up when you're getting down
And out of all these things I've done
I think I love you better now

I'm out of sight, I'm out of mind
I'll do it all for you in time
And out of all these things I've done
I think I love you better now

-Sua voz é tão linda Brad. — digo ainda a sorrir e ele rapidamente vira em minha direção, envergonhado.

-Vo-você está aí a quanto tempo? — ele começa a levantar.

-Não precisa ficar com vergonha, sua voz é linda. — começo a me aproximar. — E respondendo sua pergunta, eu acabei de chegar.

-Eu... eu achei que você ia, sei lá, chegar depois do almoço. — ele coloca a mão atrás do pescoço.

-Eu estava pensando nisso na verdade, mas estava ansiosa demais então resolvi vir mais cedo e flagrei você aqui cantando no quintal.

-Vamos apenas esquecer esse último detalhe. — ele fica vermelho.

-Por que Brad? Sua voz é tão linda.

-Você é a primeira pessoa além da minha mãe a dizer isso, três vezes ainda. — ele sorri e eu faço o mesmo.

-Enfim, quando os seus amigos vão chegar, porque não vi nenhum deles aqui em casa.

-Eles devem chegar mais tarde, até lá teremos o sofá inteiro só para nós. — ele entra novamente em casa e eu sigo atrás dele.

-Meninos, o almoço está pronto. — a mãe de Brad avisa.

-Já vamos mãe. — Brad diz. — Onde estão suas coisas?

-Acho que sua mãe levou lá para cima. — ele concorda com a cabeça e vamos até a mesa.

-Então, Lottie não é? — a mãe de Brad pergunta depois que começamos a comer e aceno com a cabeça. — Você e o Brad estudam na mesma sala?

-Não, estudo na sala ao lado. — respondo levando uma garfada a boca.

-Então como vocês se conheceram? — com essa pergunta, memórias da minha primeira conversa com ele começam a voltar em minha mente, o dia que me envergonhei e chorei na frente dele quando disse que o amava e ele disse que não sentia o mesmo, foi horrível. Começo a sentir minhas bochechas arderem.

-Amigos em comum. — Brad responde por mim e o agradeço mentalmente por isso.

-Interessante. — ela diz e voltamos a comer em silêncio.

Assim que termino meu prato, dou a desculpa de que preciso ir ao banheiro, mas na verdade estava muito envergonhada para ficar ali e acho que Brad parecia ter notado isso.

Brad ON

Lottie vai ao banheiro com uma certa pressa e acho meio estranho, talvez seja a conversa que acabamos de ter ou só uma coisa de garota, eu realmente não faço ideia. Decido ignorar e coloco os pratos na pia.

-Ela é muito gentil e bem comportada comparada a suas outras amigas, Bradley. — minha mãe diz assim que a encaro.

-Como assim?

-De todas as garotas que você trouxe aqui, ela é a única que demostrou gentileza e bom comportamento em relação as outras, é com esse tipo de pessoa que eu acho que você deva andar filho e não essas que se exibem por aí.

-Ah mãe, já falei para você que não escolho as pessoas com quem ando, são elas que me escolhem. — respondo, mas elas me escolhem literalmente.

-Mesmo assim filho, e ela parece gostar de você pelo jeito que ela te olha e age perto de você, você não acha? — ela sorri.

-Acho não, tenho certeza.

-Certeza?

-É, umas das amigas dela me falou e eu conversei com ela sobre isso, ela me contou tudo e eu disse que eu não podia sentir o mesmo por ela e ela meio que ficou chateada.

-É claro que ela ficou chateada Bradley. — ela revira os olhos. — Se você fosse rejeitado assim, também ficaria, e outra, se eu fosse você eu começava a arranjar um jeito de gostar dela porque é difícil você achar garotas assim como ela, ao invés de pegar uma...digamos... vadia qualquer da sua escola, não a conheço de lado algum mas eu tenho uma certa certeza de ela foi feita para você, apenas disse o que penso. -ela sorri e vira de costas, subindo para o segundo andar e me largando ali.

Pois é mãe, ela pode ser feita para mim, mas em hipótese alguma fui feito para ela.

...


Dear Brad (Brad Simpson) Onde histórias criam vida. Descubra agora