Brad ON
Beep... beep... beep...beep...
Ouvir o som da máquina estava praticamente me irritando depois de passar uma hora a ouvi-lo, mas quem sou eu para me importar com isso quando a perturbação maior era ver Lottie deitada em uma cama de hospital desacordada e ter em mente que ele estava ali por minha causa.
Ela tinha razão; ela me deu tanto e eu a recompensei com nada, ela me ajuda e se importa comigo e tudo que eu faço era rejeitar uma pequena ajuda por parte dela.
Me sentia um completo lixo.
Pego em sua mão e começo a massageá-la enquanto penso em como podia mudar o rumo daquela discussão de um modo que ela não saísse tão mal. Penso em todas as vezes que a magoei em pouco tempo, consigo sentir a dor que ela supostamente deve ter sentido e eu era a causa dessa dor.
Daí me lembro de momentos antes, quando Maggie me beijou e aquilo não passou de um mal entendido. Ela me chamou e ia beijar minha bochecha e acabei por virar o rosto, fazendo algo que não deveria ter feito.
Ou seja, a culpa era mesmo toda minha.
Tudo que eu mais desejava naquele momento era que ela abrisse os olhos lentamente e apenas prestasse atenção no que eu iria dizer, mas não sei se isso vai acontecer tão cedo e eu realmente precisava dizer muito aquilo.
-Lottie, sei que não está me ouvindo e mesmo se tivesse não queria me ouvir de qualquer das maneiras, mas quero dizer mais uma vez para que você me perdoe. Sei que o que fiz foi errado, principalmente momentos atrás, e também sei que você deve estar muito chateada. Não sei se o Connor já te disse uma vez mas quando eu gosto de alguém eu não sei mostrar meu afeto por ela corretamente e acabo por chatear a pessoa e também quando me apego à uma pessoa eu não quero largá-la mais e foi assim que me senti quando viramos amigos. Quantas vezes já não ouvi comentários do Connor dizendo o quão você é especial e diferente das outras amigas que já tive, inclusive minha mãe que disse que você foi a primeira garota que ela já gostou e dizia para eu ficar mais perto de você... — respiro fundo. — E também não sou bom com palavras, mas quero que entenda que, depois que você acordar e for para casa eu prometo que consertarei as coisas entre nós e nunca mais te chatearei denovo.
Me aproximo de seu rosto e beijo sua bochecha, repousando minha cabeça ao lado da sua na cama ao som do beep da máquina.
-Bom, tenho que ir porque Connor quer muito te ver e aposto que ele teria um ataque senão deixasse. — dou um pequeno riso e desfaço-o rapidamente, indo até a porta e dando uma ultima olhada nela antes de partir pelo corredor vazio à procura do meu amigo.
Connor estava com os braços apoiados nas pernas olhando para o chão em plenos pensamentos, James e Tristan estavam encostados um no outro e as amigas da Lottie compartilhavam o choro em silêncio.
Toco no ombro de Connor e faço sinal para ele ir, seus olhos estavam vermelhos e estava sério, o que parecia ser pela primeira vez na vida, já que ele passa a vida a sorrir.
Ele levanta da cadeira e dou as indicações até o quarto da Lottie, ele segue pelo corredor em silêncio.
-Já avisaram a mãe dela? — decido perguntar na tentativa de quebrar o silêncio.
-Já, mas pelo choque dela ela disse que não conseguiria vir hoje e pediu para dois de nós passar a noite com ela. — Tristan explica.
-Connor vai querer ficar com certeza. — digo.
-E as amigas dela não vão conseguir aguentar o trampo, eu e o James não poderemos ficar então sobrou para você e o Connor. — ele diz.
-Ok, eu acho. — me arrumo na cadeira buscando por conforto. — Todos já foram?
-Sim, Connor é o último e quando ele voltar nós iremos. E se prepara porque acho que vocês terão uma longa conversa.
Assinto e encaro o chão perdido em pensamentos exatamente como Connor fazia. Penso no rosto de Lottie e as lágrimas caindo assim que proferi aquelas palavras, quando ela correu e eu tentei correr atrás para pedir desculpas, a hora do acidente... foi tudo muito rápido.
Fiquei apavorado naquele acidente, todos a volta de Lottie, eu ao lado de seu corpo caído, uma das amigas da Lottie chorando e gritando por seu nome e o cara que a atropelou perguntando desesperadamente se ela ficaria bem.
E rezo para que ela fique bem.
Longos minutos encarando o chão se passaram, Connor volta e avisa que um médico lhe disse que poderia demorar até ela acordar, eles não sabiam ao certo. As meninas, por fim, decidem ir embora e disseram que voltariam mais tarde, James e Tristan fazem o mesmo e nos abraçam, dizendo que ficaria tudo bem e vão embora.
Connor e eu decidimos revezar, um passaria o dia e o outro a noite com ela, hoje eu ficaria o resto da tarde com ela e Connor ficaria a noite. Ele pega sua bolsa e diz que depois estava de volta.
Volto para o quarto dela e sento na cadeira ao lado da cama, entrelaço nossas mãos e treino falas mentalmente para dizer a ela assim que ela acordar. Vejo sua bolsa encostada na parede do quarto e me lembro de quando ela me pediu ajuda no sábado para fazer, vou até a bolsa e procuro por um caderno e acho algo que acabou por me surpreender.
"Dear Brad"
Era um caderno que tinha uma pequena foto minha, abro-o e vejo que havia várias páginas preenchidas com textos, poemas e algumas frases.
Aquele era o meio dela de expressar seus sentimentos...
Dou uma rápida olhada nela e depois volto à olhar o caderno, fecho sua bolsa e vou com ele até a cadeira e começo a ler algumas páginas e quanto mais eu lia, mais meu peito doía.
Aquelas palavras eram coisas que ela queria me dizer, mas não podia porque eu estragava os pequenos momentos que tínhamos e acabava por decepciona-la.
Como eu queria poder voltar atrás e consertar tudo isso.
...
Olá povin!
Sorry pelos feels de vocês, pra que chorou ou teve ataque e até mesmo pra quem se revoltou, não foi intenção.
O que vocês acham que vai acontecer agora? Será que agora as coisas voltam a melhorar? Nem me perguntem pq não vou dar spolier :3
Amo vcs
Xx
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Dear Brad (Brad Simpson)
Fiksi PenggemarCharlotte tem um sonho: encontrar a pessoa certa para amar e ser amada de volta. É quando Brad se torna seu amigo, aquele que talvez seja a pessoa que irá mostrar o que é amor de verdade.