La tua cantante | Rosalie e Emmett

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Nunca imaginei o modo como a minha vida chegaria ao fim. Poderia ser em um leito rodeada por entes queridos na velhice, ou talvez de forma abrupta e inesperada, como uma doença avassaladora que te consome lentamente. Mamãe decidiu mudar-se para Seattle, um salto do calor do Arkansas para o frio úmido de Washington.

Ayla observava o asfalto deslizando sob os pneus do carro enquanto a paisagem verde do Arkansas dava lugar a estradas cada vez mais isoladas e úmidas em direção a Seattle. A mudança não era sua escolha; ela preferia o clima imprevisível e os segredos escondidos das pequenas cidades rurais do Arkansas. Mas ali estava ela, resignada, tentando aceitar o novo destino que sua mãe tinha decidido para elas.

Enquanto sua mãe falava sobre oportunidades e recomeços na grande cidade, Ayla tentava se concentrar em manter o ânimo. A chuva fina começou a cair, pintando o vidro dianteiro com pequenas gotas que distorciam as luzes dos carros à frente. Ayla jogava conversa fora, tentando distrair a tensão que sentia, quando os pneus do carro perderam aderência de repente.

O coração de Ayla pulou uma batida enquanto o carro derrapava, a visão do lado de fora se tornando um borrão de luzes e sombras. O tempo parecia desacelerar enquanto o carro girava, um grito preso na garganta de Ayla. Então, o impacto veio com força avassaladora, metal retorcido e estilhaços de vidro voando pelo ar.

Tudo ficou escuro e silencioso por um momento. Quando Ayla recobrou a consciência, foi com dor e confusão. Ela ouvia vozes distantes, sons metálicos e o familiar zumbido dos equipamentos médicos. Tentou mover-se, mas uma dor aguda em seu corpo a fez recuar.

- Você está acordada uma voz disse ao seu lado.
Ayla piscou algumas vezes, tentando focalizar os olhos no médico  louro que estava ao seu lado.

- Você teve um acidente, mas está segura agora. Você está em Forks, no hospital local.

Forks. O nome não significava muito para Ayla além de ser uma cidade pequena que ela conhecia de ouvir falar. Ela olhou em volta, percebendo pela primeira vez as paredes brancas e a atmosfera tranquila do hospital. O coração dela apertou com a preocupação pela mãe, cujo estado ela ainda não sabia.

Enquanto os médicos continuavam a examiná-la e a enfermeira tentava acalmá-la, Ayla tentou processar tudo o que havia acontecido. A mudança para Seattle, o acidente, e agora estar em Forks, longe de tudo o que conhecia. Um novo capítulo havia começado em sua vida, um capítulo cheio de incertezas e desafios que ela não tinha escolhido, mas teria que enfrentar.

- Ela está bem? Perguntou minha mãe esperançosa.

- Parece que sim, ela está dando sinais, mas podem ser apenas espasmos. Quanto às sequelas, podem variar, desde confusão mental até esquecimentos repentinos, mas não é nada com que deva se preocupar - explicou o doutor.

- Tudo bem - respondeu minha mãe em um tom desanimado.

- "Mamãe?" Chamei com dificuldade.

- Olá, meu amor - disse ela, com um sorriso no rosto.

- Boa tarde, senhorita Carter. Sou o doutor Carlisle, estou aqui para substituir o Sr. Rivers", cumprimentou o médico de exóticos olhos amarelados.