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As segundas-feiras sempre foram sinônimos de recomeços. Um novo ciclo, a promessa de dias melhores, ou, no caso de Forks, um retorno à monotonia do cinza. O céu estava nublado enquanto o ônibus escolar se aproximava, arrastando consigo as vozes nervosas dos alunos que, como eu, estavam presos entre a expectativa e a incerteza.

Eu observei a chuva fina escorrendo pelas janelas, cada gota refletindo minhas próprias inquietações. Logo, estariam todos reunidos na escola, conversando sobre os acontecimentos do último fim de semana, enquanto eu me sentia como uma estranha dentro da própria pele. As memórias de Emmett e Rosalie e de nossa tumultuada relação ainda estavam frescas  em minha mente,como cicatrizes em um coração já ferido. A presença deles era um mistério que pairava sobre mim, uma mistura de amor, dor e a constante incerteza do que viria a seguir.

O ônibus parou e eu hesitei antes de descer. A mesma rotina, o mesmo corredor apertado da escola, mas o que mais me deixava inquieta era a ausência deles—da forma como seus olhos pareciam iluminar até os dias mais sombrios, e como sua presença desvanecia todas as minhas inseguranças. Mas, ao mesmo tempo, havia o peso das escolhas que tínhamos feito, as promessas que fiz a mim para ficar longe. Mas por meio desse caos todo ainda me perguntava se o perdão ainda seria uma opção.

Com um último suspiro, fui em direção ao interior da escola, onde os rostos conhecidos se entrelaçavam em risadas e segredos. Mas o que eles não sabiam era que, por trás das sorrisos, havia um turbilhão de questões.
Naquele dia, eu enfrentaria mais do que apenas mais uma segunda-feira. Eu clamava por respostas, mas, acima de tudo, desejava compreender se os ecos de minha incerteza poderiam finalmente se aquietar.

- Jéssica Stanley é uma vaca invejosa.

- O que disse? Estava distraída desculpa

- Sempre está né Ayla, eu disse que a Stanley é uma invejosa.

- Como tem tanta certeza Lu? Digo estreitando as sombrancelhas

- Está bem na cara, daqui a pouco vai dar para ouvir os pensamentos dela de como a Isabela não merece o topete.

- Ela só é uma garota infeliz, talvez ela queira dar para ele.

- Talvez não, certeza!

- Aliás, por onde andava ontem? Não me respondeu

- Eu sai um pouco.

- Com quem em?

- Foi com o dono da boate lá.

Meu rosto se encontra rubro, e seus olhos brilhantes lembrando do que havíamos feito .

- Safada.

O sinal tocou como lembrete do início das aulas, e eu e Lucie se separamos e fomos para a sala

A matéria seria história, o que é bom porquê eu amo e pelo menos eu posso me distrair.

- Alunos, iremos falar hoje sobre a guerra civil e a segregação racial. Falou o homem baixo de meia idade

- Como sabem, ou pelo menos deveriam saber. A guerra civil se instaurou por um motivo, alguém sabe o motivo?

Levantei a mão mais alto que eu pude, eu adorava esse assunto.

- Fale senhorita Carter

- A abolição da escravidão, o norte apoiava a abolição e os direitos de escravizados. Já o Sul não apoiava, eles queriam continuar a mão de obra escrava para cuidar de seus plantios.

- Correto senhorita, o quero dizer a vocês é que a guerra civil foi um momento importante. Mas a partir dele ocorreram eventos que separaram raças e estados .

La tua cantante | Rosalie e EmmettOnde histórias criam vida. Descubra agora