Capítulo 5 🚢❤

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Narração

-Eu sou italiano, mas falo um pouco de inglês.-Fabrizio conversava com uma jovem que estava acompanhada de seus pais.
-Meu inglês é básico... eu sou brasileira.-Ela olha para o lado, seus pais eram bastante rígidos e o tempo todo a vigiavam.

Enquanto isso, Michael mostrava o desenho que tinha feito daquela garotinha com seu pai no corrimão para ela. Se tratava de Kate, o seu mais novo grudinho. Ele sempre foi apaixonado por crianças, e por isso, se deu superbem com ela. Enquanto algumas crianças brincavam com os ratos, Kate estava no colo de Mike, brincando com o mesmo.

-Kate, vamos.-O pai dela se aproxima, pegando-a pela mão.-Diga tchau pro tio Michael.
-Tchau, tio Michael!
-Tchau, pequena.-Ele acena para ela. Depois disso, ele passa a desenhar um homem aleatório, tinha isso como seu maior hobby.

-Meu nome é Fabrizio. E o seu é...
-Maria Luíza. Malú.
-Malú...seus olhos são lindos, sabia?-Ela cora com o elogio.
-Obrigada...-Malú abaixa a cabeça, envergonhada. Antes que pudessem retomar a conversa, algo chama sua atenção, fazendo-a desviar o olhar. Fabrizio vira o rosto para ver de quem se tratava.
-Michael...-Ele o chama e aponta para Jacqueline, ela tinha ido visitar a terceira classe, fazendo todos parar o que faziam para vê-la. O motivo dela estar ali, era para procurar Michael.
-Senhor Jackson...podemos conversar?-Ele assente positivamente com a cabeça.-A sós...
-Claro.

Michael acompanha Jacque até o convés superior do navio. Fabrizio e Carter observam sem acreditar no que viram, assim que vão embora, ambos sorriram.

(...)

-Estou sozinho desde os meus 18 anos, desde quando meus pais morreram. Eu não tinha irmãos, nem parentes naquele lugar...então eu saí de lá e não voltei mais. Pode-se dizer que sou uma folha voando solta no vento, hehehe. Bom Jacque...andamos a um quilômetro e meio no convés, falamos sobre o tempo, como fui criado. Mas acho que não foi por isso que você veio me procurar, certo?
-Senhor Jackson, eu...
-Michael.
-Michael...eu vim te agradecer pelo que fez, não por me puxar pra dentro, mas pela sua descrição.
-Por nada, senhorita.
-Olha, eu sei o que deve estar pensando. "Pobre menina rica, o que ela sabe sobre sofrimento?"
-Não...-Michael se encosta no corrimão.-Não é o que eu estava pensando. O que eu estava pensando era: "o que pode ter acontecido com essa menina pra ela achar que não tinha saída"?
-Bem...foi tudo, foi o meu mundo e as pessoas que pertencem a ele. E a inércia da minha vida, que me leva e me deixa incapaz de impedir isto.-Jacque estende o braço esquerdo, mostrando o anel de noivado.
-Você ia direto para o fundo.-Ele diz entre risos.
-500 convites já foram enviados...toda a sociedade da Philadelphia vai estar lá...e tudo o que eu sinto é como...é como se eu estivesse no meio de uma sala, gritando com toda a minha força, e ninguém conseguisse me ver!
-Você o ama?
-O que perguntou?
-Você o ama?
-Está sendo indiscreto. Não devia me perguntar isso!-Ela ri incrédula.
-É uma pergunta simples, você o ama ou não?
-Essa nossa conversa não está muito adequada.
-Por que apenas não responde a pergunta?
-Hahahaha...mas que absurdo! Você não me conhece, eu não conheço você, não devemos ter esse tipo de conversa! Você além de desconhecido é indiscreto e arrogante. E eu vou embora agora!-Jacque aperta a mão do rapaz.-Michael, quer dizer, senhor Jackson, muito prazer! Eu vim até aqui para te agradecer, e agora que eu já agradeci...
-E me insultou!
-Pois você mereceu.
-Certo.
-Certo!-Ambos continuam balançando as mãos.
-Pensei que estivesse indo.
-Mas eu estou indo.-Ela se vira para ir embora.-Você é tão inconveniente!-Jacque caminha, mas para e volta para onde ele ainda estava.-Espera! Eu não preciso ir. Esta é minha área do navio, você é que vai!
-Ora ora ora...-Michael se encosta no corrimão novamente.-Quem está sendo arrogante agora, hein?-Ele sorri para provocá-la.
-Que coisa idiota está carregando?-Ela toma o caderno de desenho da mão dele.-É artista por acaso? Hein?-Abre o caderno e começa a folheá-lo, curiosa, acaba se sentando para ver.-São muito bons...muito bons, de verdade.-Observa o desenho de uma mãe amamentando seu bebê, e as mãos de ambos detalhadas.-Mike, isso é um trabalho excepcional!
-É, mas não gostaram muito em Paris.-Michael comenta, já sentado ao lado dela.
-Paris? Você viaja muito. Para um po...para uma pessoa...com poucos recursos e...
-Pobre! Pode dizer.-Responde sorrindo.
-Ora ora ora...feitos com modelos ao vivo?-Jacque fecha o caderno quando um senhor passa perto deles, pois os desenhos continham mulheres nuas.
-Essa é uma das coisas boas de Paris. Muitas meninas querendo tirar a roupa.-Ela olha para o rosto dele rapidamente antes de continuar a ver o caderno, e solta uma risada tímida.
-Gostou dessa mulher...a desenhou várias vezes.
-É porque ela tinha belas mãos, tá vendo?
-Hmmm...acho que teve um relacionamento amoroso com ela.
-Não não...só com as mãos. Ela era uma prostituta perneta. Veja.
-Oh...
-Mas ela possuía bom humor. Olha essa senhora. Ela sentava nesse bar todas as noites, usando sempre as mesmas jóias, esperando pelo seu amor perdido. A chamavam de Madame Bijoux. Tá vendo? A roupa dela comida por traças...
-Michael...você tem um dom, de verdade. Enxerga as pessoas.
-Enxergo você.-Disse a encarando.
-E?-Ela pergunta erguendo a sobrancelha.
-Você não teria pulado.

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