Narração
-Eu sou italiano, mas falo um pouco de inglês.-Fabrizio conversava com uma jovem que estava acompanhada de seus pais.
-Meu inglês é básico... eu sou brasileira.-Ela olha para o lado, seus pais eram bastante rígidos e o tempo todo a vigiavam.Enquanto isso, Michael mostrava o desenho que tinha feito daquela garotinha com seu pai no corrimão para ela. Se tratava de Kate, o seu mais novo grudinho. Ele sempre foi apaixonado por crianças, e por isso, se deu superbem com ela. Enquanto algumas crianças brincavam com os ratos, Kate estava no colo de Mike, brincando com o mesmo.
-Kate, vamos.-O pai dela se aproxima, pegando-a pela mão.-Diga tchau pro tio Michael.
-Tchau, tio Michael!
-Tchau, pequena.-Ele acena para ela. Depois disso, ele passa a desenhar um homem aleatório, tinha isso como seu maior hobby.-Meu nome é Fabrizio. E o seu é...
-Maria Luíza. Malú.
-Malú...seus olhos são lindos, sabia?-Ela cora com o elogio.
-Obrigada...-Malú abaixa a cabeça, envergonhada. Antes que pudessem retomar a conversa, algo chama sua atenção, fazendo-a desviar o olhar. Fabrizio vira o rosto para ver de quem se tratava.
-Michael...-Ele o chama e aponta para Jacqueline, ela tinha ido visitar a terceira classe, fazendo todos parar o que faziam para vê-la. O motivo dela estar ali, era para procurar Michael.
-Senhor Jackson...podemos conversar?-Ele assente positivamente com a cabeça.-A sós...
-Claro.Michael acompanha Jacque até o convés superior do navio. Fabrizio e Carter observam sem acreditar no que viram, assim que vão embora, ambos sorriram.
(...)
-Estou sozinho desde os meus 18 anos, desde quando meus pais morreram. Eu não tinha irmãos, nem parentes naquele lugar...então eu saí de lá e não voltei mais. Pode-se dizer que sou uma folha voando solta no vento, hehehe. Bom Jacque...andamos a um quilômetro e meio no convés, falamos sobre o tempo, como fui criado. Mas acho que não foi por isso que você veio me procurar, certo?
-Senhor Jackson, eu...
-Michael.
-Michael...eu vim te agradecer pelo que fez, não por me puxar pra dentro, mas pela sua descrição.
-Por nada, senhorita.
-Olha, eu sei o que deve estar pensando. "Pobre menina rica, o que ela sabe sobre sofrimento?"
-Não...-Michael se encosta no corrimão.-Não é o que eu estava pensando. O que eu estava pensando era: "o que pode ter acontecido com essa menina pra ela achar que não tinha saída"?
-Bem...foi tudo, foi o meu mundo e as pessoas que pertencem a ele. E a inércia da minha vida, que me leva e me deixa incapaz de impedir isto.-Jacque estende o braço esquerdo, mostrando o anel de noivado.
-Você ia direto para o fundo.-Ele diz entre risos.
-500 convites já foram enviados...toda a sociedade da Philadelphia vai estar lá...e tudo o que eu sinto é como...é como se eu estivesse no meio de uma sala, gritando com toda a minha força, e ninguém conseguisse me ver!
-Você o ama?
-O que perguntou?
-Você o ama?
-Está sendo indiscreto. Não devia me perguntar isso!-Ela ri incrédula.
-É uma pergunta simples, você o ama ou não?
-Essa nossa conversa não está muito adequada.
-Por que apenas não responde a pergunta?
-Hahahaha...mas que absurdo! Você não me conhece, eu não conheço você, não devemos ter esse tipo de conversa! Você além de desconhecido é indiscreto e arrogante. E eu vou embora agora!-Jacque aperta a mão do rapaz.-Michael, quer dizer, senhor Jackson, muito prazer! Eu vim até aqui para te agradecer, e agora que eu já agradeci...
-E me insultou!
-Pois você mereceu.
-Certo.
-Certo!-Ambos continuam balançando as mãos.
-Pensei que estivesse indo.
-Mas eu estou indo.-Ela se vira para ir embora.-Você é tão inconveniente!-Jacque caminha, mas para e volta para onde ele ainda estava.-Espera! Eu não preciso ir. Esta é minha área do navio, você é que vai!
-Ora ora ora...-Michael se encosta no corrimão novamente.-Quem está sendo arrogante agora, hein?-Ele sorri para provocá-la.
-Que coisa idiota está carregando?-Ela toma o caderno de desenho da mão dele.-É artista por acaso? Hein?-Abre o caderno e começa a folheá-lo, curiosa, acaba se sentando para ver.-São muito bons...muito bons, de verdade.-Observa o desenho de uma mãe amamentando seu bebê, e as mãos de ambos detalhadas.-Mike, isso é um trabalho excepcional!
-É, mas não gostaram muito em Paris.-Michael comenta, já sentado ao lado dela.
-Paris? Você viaja muito. Para um po...para uma pessoa...com poucos recursos e...
-Pobre! Pode dizer.-Responde sorrindo.
-Ora ora ora...feitos com modelos ao vivo?-Jacque fecha o caderno quando um senhor passa perto deles, pois os desenhos continham mulheres nuas.
-Essa é uma das coisas boas de Paris. Muitas meninas querendo tirar a roupa.-Ela olha para o rosto dele rapidamente antes de continuar a ver o caderno, e solta uma risada tímida.
-Gostou dessa mulher...a desenhou várias vezes.
-É porque ela tinha belas mãos, tá vendo?
-Hmmm...acho que teve um relacionamento amoroso com ela.
-Não não...só com as mãos. Ela era uma prostituta perneta. Veja.
-Oh...
-Mas ela possuía bom humor. Olha essa senhora. Ela sentava nesse bar todas as noites, usando sempre as mesmas jóias, esperando pelo seu amor perdido. A chamavam de Madame Bijoux. Tá vendo? A roupa dela comida por traças...
-Michael...você tem um dom, de verdade. Enxerga as pessoas.
-Enxergo você.-Disse a encarando.
-E?-Ela pergunta erguendo a sobrancelha.
-Você não teria pulado.
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Titanic | Michael Jackson
FanfictionO ano era 1912. Jacqueline McQueen, uma jovem rica, está noiva de um arrogante homem de 41 anos, herdeiro de uma siderúrgica, chamado Barry Mills. Michael Jackson, um artista pobre, ganha uma passagem de terceira classe para o luxuoso RMS Titanic, e...