Neverland-ᴋᴀᴛᴇ ʙɪsʜᴏᴘ x ʏᴇʟᴇɴᴀ ʙᴇʟᴏᴠᴀ -𝓐𝓯𝓻𝓸𝓭𝓲𝓽𝓮

Capítulo 05

-𝙰𝚕𝚎𝚛𝚝𝚊 𝚐𝚊𝚝𝚒𝚕𝚑𝚘-

➼

–Kaate… 

Aquela voz sempre encheu o coração da menina de amor e felicidade. 
Menos agora, ela queria dormir. 

–vamos querida, já esta tarde. 
–só mais 5 minutinhos, papai… 

Uma Kate de apenas 9 anos reclama se escondendo embaixo das cobertas. 

–vamos nos atrasar para a peça. 

Ao lembrar de seu compromisso com o pai, Kate praticamente pula da cama e em minutos os dois já estão na primeira fileira com um copo enorme de milk-shake de morango nas mãos esperando ansiosos para assistir pela milionésima vez Peter Pan. 

Foi assim que o amor de Kate pela história do pequeno rebelde começou. 
Com a simples tradição de todo domingo ir à uma peça, ler o livro no Central Park, se vestir de Wendy e bagunçar a casa toda rindo quando sua mãe descobre suas pequenas peripécias junto de seu pai, pintar desenhos da sininho, ou apenas falar de como envelhecer parece chato.

Não importava para Kate qual seria a programação, ela só queria estar ao lado do homem que sempre lhe transmitiu segurança. Com ou sem Peter Pan, Kate iria adorar estar ali com o seu pai. 

–Eu só queria que você me entendesse, mas parece ser muito difícil pra você! 
–Katherine não dê as costas para mim quando eu estiver falando com você. 

A morena que acabará de completar 15 anos se vira para a mãe. 

–Você que precisa entender, Katherine, é importante para o nosso nome. 
–adivinha, eu não me importo! 

Kate entra em seu quarto batendo a porta com força, mas escuta mesmo assim o grito de sua mãe do lado de fora. 

–Pessoas ricas pensam que tem o mundo nas mãos!
–você pensa isso! 

Um silêncio depois, ela escuta o sussurro de Eleanor do outro lado da porta. 

–se for pra te manter segura, eu vou ter o mundo nas mãos. 

Kate odiava isso, a maneira como sua mãe lhe usava como fantoche, tentando manipular cada movimento que ela fazia e como no final ela sempre jogava a culpa disso em suas costas, parecia que tudo era por Kate, como se cada jantar beneficente, leilão para arrecadação de fundos ou até mesmo horas de reuniões na empresa fossem culpa de Kate. 

Ela sabe lá no fundo que é. 
Mas também sabe que não é culpa dela que sua mãe não goste de nada disso. 

–Kate? 

Seu pai entra depois de bater na porta e não receber resposta. Kate rapidamente enxuga as lágrimas e aperta seu ursinho de pelúcia favorito. 

– por favor, eu não quero ir…
–amor… 

Era só mais um jantar chique onde pessoas velhas vão. 
São sempre as mesmas perguntas. 

Qual faculdade quer fazer?
Você vai cuidar da Bishop Security?
De qual marca é esse vestido? 
E os namoradinhos? 

E o sorriso falso estampado no rosto de sua mãe e de todos os outros presentes no lugar. 
Fazer coisas apenas para manter as aparências deveria ser errado, Kate odiava saber que se não fosse pelos negócios, ninguém pretendia ajudar quem realmente precisa. 

–faça isso por mim, eu vou estar perdido em toda aquela chatice. 

O homem começa a cair para cima de Kate que estava sentada em sua cama.