Jade Melo é a herdeira mais rica da América do Sul no ano de 2235 e precisa escolher um homem elegível entre os seus cinco pretendentes perfeitos para se casar.
No entanto, ela se vê num doloroso mártir quando percebe que está apaixonada por Robert...
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A monotonia era, de fato, uma das coisas que mais atormentavam Jade enquanto ela morava na casa de sua mãe. No entanto, desde que completara a maioridade e teve o seu direito por lei de sair de lá e começar a sua vida, os últimos dois meses foram mais do que o suficiente para ela sentir que o agito era um pouco mais cansativo e demandava uma energia constante da qual ainda não estava acostumada.
Na última noite ela havia, novamente, passado em claro. Estava mais do que exausta quando colocou os seus pés no seu quarto, mas não demorou muito para que o agito da manhã de uma mansão que tinha mais de vinte empregados começasse.
Apesar de tudo, conseguira dormir por algumas horas. Esperava que Olívio desaparecesse por uns tempos e não viesse trazendo mais problemas para ela resolver. Se tivesse algum assunto urgente, que ele fosse adiado ao máximo possível.
No entanto, estava feliz. Boa parte daquela noite fora um desastre, mas naquele tempo em que estivera a sós com Robert fez tudo valer a pena.
E foi com o som da sua voz chamando-a de meu amor que ela adormeceu e, como no dia anterior, sonhou com ele.
— Eu não trago boas notícias, então sugiro que comece o dia com um bom chá calmante – Oli a acordou novamente perto do meio-dia. Jade o encarou confusa. Demorou cerca de um minuto inteiro para se situar e perceber que tudo o que aconteceu não foi apenas um sonho.
— Qual é o problema? – Ela quis saber antes de tocar na xícara. – Pelo tempo escasso do meu sono, você deveria ter me trago uma boa xícara de café.
— Eu lhe trouxe o café, mas acho que deve primeiro receber as notícias antes de tomá-lo. A cafeína pode fazer o seu coração se agitar o suficiente para perturbá-la além do necessário.
— Você está me assustando, Oli. O que foi agora? Fernandes ligou? Está tudo bem com os manifestantes?
Olívio assentiu.
— Sim, ele já conseguiu a liberdade de cerca de trinta e cinco detentos. Não parecia muito feliz por ter que se meter com esse tipo de processo, mas o bom dinheiro que a senhorita o ofereceu calou a sua boca.
— O que há de errado então?
Olívio suspirou.
— Bem, leia isto – pediu, jogando na cama de Jade um jornal que estampava a sua foto ao lado de Giordano perto do restaurante.
Na primeira capa, o título gigantesco dizia: Noite agitada de Jade Melo começa no Portello e termina na 34° Delegacia de Pedra Negra.
Jade sentiu o seu coração saltar no peito antes de ler a matéria. Era óbvio que ela seria observada por todos os lugares que fosse, mas não esperava que aparecesse no jornal assim tão rápido. Aparentemente o editor também não havia dormido naquela noite, ávido por espalhar a fofoca de primeira mão.
