Pedra Vermelha

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— Não há ninguém nesta maldita casa, não se preocupem – Jade informou para Peter e Robert quando chegaram à mansão de Pedra Vermelha.

O lugar, situado em meio a uma praia deserta, não tinha vizinhos aos arredores em pelo menos dois quilômetros de cada lado. Os funcionários haviam deixado a residência com a desculpa de que a casa seria dedetizada, e que o administrador de Pedra Negra seria o responsável por ela pelo menos nos próximos quinze dias. Com isto, todos os vinte e três quartos, sendo oito para funcionários e quinze divididos entre os donos e os hóspedes, estavam vazios.

A casa tinha uma arquitetura antiga, mas não da maneira que Jade gostava. Não era requintada, apenas grande demais e mal decorada a ponto de deixá-la à flor da pele. As paredes de cor cinza eram tristes, o chão de madeira já estava passando da hora de ser trocado e a mobília a irritava por causa da escolha aleatória delas. No entanto, era lá onde a sua avó guardava os álbuns de família, as lembranças e boa parte das coisas que ela mais amava.

Havia também um salão, uma sala de jogos, cozinha ampla e felizmente abastecida, uma biblioteca onde os livros pareciam mofados pela falta de cuidados e de uso, salas particulares para visita e, para a completa felicidade de Robert, um piano na sala abandonada de música.

— Bem-vindos à casa da minha adorada avó Carmem. Se vocês ouvirem algum som de passos, gritos, sussurros ou gemidos no meio da noite, apenas fechem os olhos e rezem por suas vidas.

— Credo, senhorita Melo! – Olívio exclamou fazendo o sinal da cruz.

— Ou pode ser que seja eu. Vai que tenho sorte esta noite – ela provocou, piscando para Robert descaradamente.

— Eu vou fingir que não vi isso – Oli resmungou.

— Eu realmente não entendi o que quis dizer – Peter informou encarando-a confuso sobre sua fala.

— Não é nada. Apenas quero informar que a casa é velha, muito grande e estamos na praia. Costuma-se ouvir muitos sons de uivos por causa do vento que vem da maresia. Não tenham medo, eu tenho certeza de que se minha avó pudesse voltar para cá como um fantasma, ela iria assombrar o quarto da minha mãe.

— Tudo bem, se eu ficar com medo por causa dessa conversa toda, você vai me dar abrigo em seu quarto – Robert a refutou com sinceridade.

— Vocês dois voltaram a flertar, entendi – Peter só não revirou os olhos para não parecer mal-educado.

— Não é flerte, eu estou sendo sincero – Robert comunicou. – Eu não sou conhecido por ser uma pessoa exatamente corajosa, não é?

— E você vai pedir abrigo para a menor pessoa desta casa? 

Robbie o encarou desconfiado.

— Sim, quem mais os fantasmas reconheceriam por aqui?

— Não sei, talvez o Olívio? Ele não está com a Jade há anos? Já deve estar acostumado a vir aqui. Os fantasmas podem reconhecê-lo também.

𝐌𝐞𝐦𝕠́𝐫𝐢𝐚𝐬 𝐈𝐧𝐭𝐞𝐫𝐫𝕠𝐦𝐩𝐢𝐝𝐚𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora