Ambiguidade

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— É hoje que eu pego este fantasma! – Jade brincou, aparecendo logo em seguida na sala de estar com uma câmera em suas mãos

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— É hoje que eu pego este fantasma! – Jade brincou, aparecendo logo em seguida na sala de estar com uma câmera em suas mãos. – Vocês já viram Atividade Paranormal?

— Não, mas eu espero que você esteja falando sobre um filme, e não sobre algo que tenhamos visto pessoalmente! – Peter exclamou sentindo os poros do seu corpo se arrepiarem com o vento que soprava da janela.

— Mais ou menos – ela disse enquanto colocava a câmera posicionada em cima da lareira. – Atividade Paranormal é um filme de terror caseiro dos anos 2000.

— Eu detesto filmes de terror – Olívio suspirou.

— E eu espero não viver um – Peter resmungou encolhendo-se no sofá ao lado de Robert. – De tudo o que pudesse acontecer aqui, ver fantasmas era a última coisa a se imaginar.

Em algum lugar da casa, uma porta rangeu como resposta ao vento turbulento que vinha lá de fora.

Que inferno – o massagista reclamou novamente.

— É só o vento, seu medroso – Robbie o respondeu ao sentir que ele havia se afundado ainda mais. – Não há fantasmas aqui, apenas uma casa muito grande e muito velha – e encarou Jade ali enquanto ela ligava a câmera. – Não é?

Ela deu de ombros.

— Não posso afirmar isso com toda a certeza do mundo, mas provavelmente você tem razão. Se for o contrário, nós saberemos.

— E uma câmera vai conseguir capturar uma alma penada por acaso? – Olívio questionou. – Pior! O que nós faremos se tiver um fantasma por aí? Pedir desculpas e sair correndo?

— Podemos exorcizar ele.

— É um fantasma, Jade, não um demônio tentando possuir o corpo de alguém – Olívio respondeu, mas notou que aquilo não parecia melhor. – Quer dizer, eu espero que não seja.

— Meu Deus, se eu sobreviver a esta noite, eu prometo que ando na linha pelo resto da minha vida – Peter cochichou jurando a si mesmo.

— Se você fosse mais frouxo do que isso, morreria com o próximo sussurro do vento – Robbie brincou, levando cara feia do seu amigo.

No entanto, uma rajada de vento atravessou as frestas da casa com um assobio que arrepiou a alma dos quatro presentes. A madeira velha rangia com as batidas e os buracos que porventura se abriam por causa maresia corrosiva transformava o ar vindo de fora em um lamento realmente fantasmagórico.

De repente, as luzes piscaram e a sala mergulhou na escuridão por cerca de cinco segundos. O vento uivava lá fora, fazendo os galhos das árvores baterem violentamente contra as janelas.

— Pelo amor de Deus, não me digam que a energia vai... – Peter se assustou, sua voz carregada de apreensão.

Antes que alguém pudesse responder, um estrondo alto ecoou pela casa, seguido de um grito assustado de Olívio. A câmera de Jade capturava o instante do acontecimento antes de tudo ficar escuro novamente. A queda de energia deixou o ambiente ainda mais tenso, com o som do vento se misturando aos batimentos acelerados dos corações dos amigos. O silêncio que se seguiu era ensurdecedor, exceto pelo ocasional rangido de madeira e assobio do vento.

𝐌𝐞𝐦𝕠́𝐫𝐢𝐚𝐬 𝐈𝐧𝐭𝐞𝐫𝐫𝕠𝐦𝐩𝐢𝐝𝐚𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora