Fake-dating

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Olive

- O Cooper namora! - aquela apanhou-me de surpresa.

- O Cooper?

- Porquê essa cara?

- Que cara? - fiquei um pouco apreensiva que ela percebesse que havia algo que me incomodava, mas que eu não lhe podia dizer.

- A com que 'tás agora. Liv tu já não sentes nada pelo Cooper certo? - volto à realidade captada por aquela insinuação.

- Sinto alguma coisa pelo Cooper?? Gwen?! Eu já te disse que nunca senti nada além de amizade por ele.

- Oh Livie desculpa - abraça-me. - eu aqui toda animada a contar-te isto, tu deves 'tar horrível.

- Ah? - oh meu Deus ela pensa mesmo que é isso!

- Vi logo na tua cara que alguma cena incomodava essa cabecinha. Mas a G 'tá aqui pra comer gelado de Oreo e chorar contigo se precisares. - afasto-a.

- Gwen eu agradeço a tua preocupação, mas garanto-te que não gosto do Cop dessa maneira.

- Liv pior do que me tentares enganar é oprimires os teus próprios sentimentos. Tu sabes que falo por experiência própria. - continuava o seu discurso: - Guardares isso pra ti deixa de ser opção, portanto pelo menos diz-lhe como te sentes.

Foi à cerca de 1 ano: a minha melhor amiga e o Max Dyer. Sempre soube que ela tinha uma queda por ele (também basta olhar para perceber a razão), entretanto ele finalmente reparou nela e estiveram juntos numa das festas onde vai o pessoal da escola, no entanto isso também não é propriamente chocante tendo em conta o historial dele. O que de facto me surpreendeu foi a demora do Max a arranjar outra, o que de certo modo deu esperança à minha pobre G. O resto está basicamente descrito nas músicas da Olivia Rodrigo.

- Ok mas não é o caso. 

- Meu Deus Liv admite logo, eu vi perfeitamente a tua cara. - começo a olhar em volta pedindo um milagre que me salve desta conversa; é aí que o interceto.

- Tenho de ir. - dou-lhe um beijo na testa apressada fugindo dali, ela ainda disse algo mas não percebi.

Contra todas as minhas vontades, interrompi a conversa dele com os amiguinhos do mal (um deles era precisamente o Max) e puxei-lhe o braço para falarmos. A minha vergonha teve de desaparecer naquele instante. 

- Eu aceito. - franziu o olho expressando um rosto confuso.

- Aceitas namorar comigo? - interroga-me perplexo.

- A fingir. - acrescento.

- Podia-te abraçar neste momento.

- Dispenso.

- 'Tava quase pra me ajoelhar aos teus pés só pra que aceitasses esta merda.

- Já viste ao que eu te poupei.

- Nice, olhos verdes. - surge um sorriso da parte dele.

- Vais me chamar isso a partir daqui?

- Yaaa... - observa a minha cara de descontentamento - Não! - ah ainda bem. - Mas posso saber o porquê de, de repente, aceitares? Apesar de acreditar piamente na minha capacidade de persuasão diria que pertences ao limitado grupo de gajas que não caí nos meus encantos. Pelo menos assim tão facilmente.

- Eu já sabia que eras um rapaz muito modesto, - completamente irónica. - mas evidente que não foi pelos teus dotes. São só umas cenas com a Gwen. - acabo mesmo por lhe dizer.

- A ex do Max.

- Como é que tu...

- 'Távamos a falar de vocês quando chegaste. Até porque se repares vocês estão precisamente no nosso campo de visão. - indica-me com a cabeça para olhar para o nosso ponto de encontro e acabo por me aperceber que a própria Gwen permanecia lá, inclusive a observar-nos. Volto a focar-me nele.

- Por acaso adorava que os teus amigos não falassem de nenhuma de nós. Nunca.

- Irreal esse pedido. 

- Não é uma opção, Jake!

- Miúda não dá, se agora andas comigo é impossível eles não falarem de ti.

- Mas eu não gosto dos teus amigos.

- E quê queres que eu lhes vá dizer? - pergunta irónico. - Tu é que nem ponderas a hipótese de os conhecer.

- Conheço o suficiente pra saber que não os quero conhecer mais. - do nada agarra a minha mão puxando-me. - Jake para! Eu não vou falar com eles. - segura-me a mão mais firme, porém continua sem me magoar.

- Nem precisas de ser simpática. - acrescenta: - No fundo eles também gostam mais delas assim.

- Mas é suposto namorar contigo ou com eles? - encara-me subitamente.

- Queres mesmo que te responda?

- 'Tás avisado que se eu não curtir algum comentário bazo.

- Isso é muito fora. Se precisares bate-me no braço e eu tiro-te de lá.

- 'Dás-me o proveito de te poder bater? 

- O que posso dizer, 'tou caidinho por ti. - dá-me um sorriso irónico. Em resposta EU dou-lhe um suco no braço, igualmente sorrindo. O meu vizinho ainda acrescenta: - Não te estiques que eu só te dei permissão quando 'tivermos com eles.

O meu vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora