Há coisas que nunca mudam

66 2 12
                                    

Olive

Apesar de ainda estar unicamente de calções, o meu vizinho levou-me até lá baixo abrindo-me a porta para que eu pudesse sair. Antes de sair pedi-lhe que dissesse ao Max que precisava de falar com ele.

- Pensei que tínhamos um contrato de exclusividade.

- Amorzinho, eu não sou essas rodadas que passam pelos teus amigos.

- Gostei da alcunha. - reviro os olhos devido à expressão provocadora no rosto dele. - Mas então o que é que vais fazer com ele?

- Nada que te diga respeito.

Saio apressada ao ver a Nora chegar; vou ao seu encontro e sorrio-lhe.

- Acabaste de vir da casa dos vizinhos do lado?

- É uma longa história. Não é nada demais, mas não digas aos meus pais por favor. - peço num tom despreocupado.

Ela abriu a porta de casa, perguntou-me se já tinha tomado o pequeno-almoço e começou a prepará-lo como de costume, enquanto eu me fui vestir para ir para as aulas. Depois de cumprimentar os meus pais e a May, comer, pegar na minha mochila, fones, telemóvel ,etc., dirigi-me para a escola, onde encontrei junto do meu vizinho o Max; arrastei-o logo para podermos conversar.

- Tu 'tás tão fodido comigo. - exclamo claramente furiosa.

- Gostava de pensar que isso é no lado positivo, porém já sei que não existe essa hipótese.

- Ainda bem que sabes. Que merda é que tu tinhas na cabeça pra te enrolares com outra na festa de ontem?

- Essa conversa é por causa da Gwen né?

- Claro que é. Ela odeia-me por tua inteira culpa.

- Mentira. Se um não quer dois não dançam, a gaja que 'tava comigo também teve culpa.

- Não me interessa, só quero que resolvas.

- Pra mim é muito fácil, basta-me um pequeno favor que tenho de pedir a uma certa pessoa a propósito da comitiva de segunda.

- Eu não 'tou com tempo pra falar de pormenores, porque tenho uma amiga pra recuperar, mas espero que o que quer que seja que tenhas em mente funcione.

- Já agora porquê?

- Porque é que eu te "apoio" nisto? - carrego nas aspas; assente com a cabeça expectante. - Porque eu vi como olhaste pra ela no carro. - passa a mão pela cara, posteriormente na parte de trás do cabelo e ficou um tempo a pensar no que me dizer.

- Não comento esse tipo de assuntos.

Pouco depois localizo a Gwen, vou ao seu encontro e contrariamente ao que eu julguei que fosse acontecer isto aconteceu:

- Gwen a sério desculpa.

- 'Tava a ver que não vinhas ter comigo. - declarou.

- Claro que vinha. Apenas me 'tava a mentalizar, pro caso do meu discurso com 2 horas de preparação falhasse e tu tivesses vontade de me atirar de um penhasco na mesma.

- Sendo assim se calhar devias tê-lo preparado em 3 horas.

- O meu último recurso é chorar. Como espero não ter de lá chegar peço a tua piedade pra que me perdoes.

- Vejamos esse discurso, porque realmente deve ser incrível pra eu te perdoar depois daquela humilhação com o meu ex, que por sinal agora és amiga.

- Eu sei que provavelmente não vais acreditar, mas se o fiz foi porque realmente vi algo diferente nele do que vi-a o ano passado e tu sabes que esse lado existe caso contrário não terias namorado com ele. Além disso de acordo com a minha experiência não só em livros, o gajo gosta mais de ti do que ele diz.

- Ele disse-te alguma cena?

- Não negou que o sentia.

- Então a outra gaja foram alucinações minhas. - retorquiu irónica.

- Nessa parte eu deixei de tentar entender os homens.

- Ok já somos duas, mas se ele quer foder com outras tá à vontade que eu faço o mesmo.

- Sim claro, vais dizer que o gajo que mais queres comer não é o Max.

- Posso perfeitamente contentar-me com os amigos dele. - engasgo-me com esta última declaração dela. - Tirando o Jake.

- Eu não te peço que vás a correr pros braços dele, mas por favor eu preciso de uma parceira pra ver o episódio de ontem de "The Summer I Turned Pretty".

- Já vi.

- Quê?! Que tipo de monstro faz isso?

- Uma melhor amiga profundamente revoltada.

- Então vais ver comigo de novo?

- Não é que tenha muita vontade. Não por não querer ver contigo, agora 'tamos bem; não queria era ver aquela escumalhice outra vez.

O meu vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora