Jake
Já não me recordava do que era ver aquelas curvas ao vivo; trazia um vestido tecnicamente decotado e curto, descobrindo a pele, dado que nem usava casaco. Não perdi tempo, existia uma espécie de tensão entre nós.
- Vestiste-te assim só pra te encontrares comigo?
- Talvez. - puxo a cadeira permitindo-lhe sentar-se e empurro esta para a frente, posteriormente sento-me. - Também és assim com a tua namorada? - «foda-se tinha de falar da Olive» pensei.
- Pois... não tive oportunidade pra conversar sobre isso contigo.
- Então é verdade. Namoras. - não prolongo muito este assunto.
- Tu não pelo que vejo.
- Preferi ter a certeza do que tínhamos.
- Passado. - constato.
- Precisamente. - engole uma garfada. - Qual é o nome dela?
- Liv. Olive.
- É bonita. - coloco uma expressão totalmente baralhado.
- Já a viste?
- No insta só.
- Foste stalkea-la. - concluí.
- Apareceu-me o perfil dela.
- Nos meus stories. - as respostas eram curtas e os nossos olhos estavam fixos nos do outro, apenas quebrávamos o contacto visual para visualizar o prato; ajeita-se na cadeira elevando a cabeça.
- Mas isso é mesmo sério? Vocês os dois? - bebo mais um gole de vinho.
- Que é que muda se eu responder?
- Dependendo da tua resposta beijo-te ou não.
- Somos só amigos. Que ficam de vez em quando.
- Posso pedir a conta? - assenti com a cabeça.
Posteriormente estava encostada à parede junto do restaurante a beijar-me, até a troca de saliva ser interrompida pelo tocar do meu telemóvel. Tive de atender era o meu pai, no entanto ela continuou a beijar-me desta vez o pescoço, o rosto, o canto da boca...
~ Diz pai. - contive-me para não me comprometer.
~ Tu e a Saddy já jantaram? - esfreguei os olhos com a mão percebendo o quão lixado estava.
~ Ya, não te preocupes. - consegui dizer.
Depois de me despedir dele digo à Harper, que ainda me beijava o pescoço, que tinha de ir andando. Enquanto fazia o caminho para casa parei num supermercado na tentativa de comprar comida para a minha irmã. Cheguei a casa, chamei-a, porém uma vez que não me respondeu calculei que só podia estar num sítio. Não sei se além de inteligente a minha vizinha também é vidente, contudo pela cara dela quando me abriu a porta tinha alguma cena entalada para me dizer.
- Ela 'tá aqui?
- Na sala. - apesar de temer que me desse um soco na cara passei pela porta.
- Trouxe-te comida. - atirei-lhe um saco de batatas fritas.
- Trouxeste batatas fritas para a tua irmã jantar?
- As pizarias 'tavam todas fechadas.
- Pois à meia noite é raro alguma 'tar aberta. - senti a farpa.
- Alguma coisa pra me dizer?
- Talvez não queiras ter esta conversa à frente da tua irmã. - tomei a iniciativa de ir para o quarto dela enquanto a Saddy pintava uns desenhos feitos a lápis e comia os aperitivos que lhe dei.
- O date com a tua namorada foi fixe? - lança irónica.
- Vou matá-la.
- Sim agora a culpa é da tua irmã.
- Mas aquela cara toda só porque foi sair com a minha ex?
- Porque não me disseste que ias. - corrigiu.
- Pronto agora já disse.
- Voltaram?
- Não. Tecnicamente. - deu uma gargalhada irónica.
- «Tecnicamente».
- O que interessa é que ela 'tá fodida de inveja. - aproximo-me sorrindo tentando fazê-la entender que isto era bom, todavia ela deu um passo para trás.
- Parabéns.
- Mas ao que parece não é a única...
- Eu não 'tou com inveja.
- 'Tás com ciúmes.
- Jake tu tens de entender que no que toca a NÓS nem tudo tem a ver com um relacionamento amoroso. Antes de qualquer coisa eu achei que eramos no mínimo parceiros no mesmo crime. A única cena que tinhas de fazer era falares comigo.
- Então há um «nós»? - interrogo-a baralhado.
- Um «nós» dupla. Onde tem de haver transparência.
- Tu não és transparente comigo.
- Do que é que 'tás a falar?
- Tu gostas de alguém sim ou não?
- Não, eu não 'tou apaixonada por ti.
- Não 'tou a falar de mim.
- Então a resposta é obviamente não.
- Ah ok. - respondo surpreendido.
- Quem é o gajo que te deixa a pensar isso?
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O meu vizinho
RomanceRomance escrito em português de Portugal. Olive Anderson é uma rapariga simples, inteligente e doce (exceto com o seu novo vizinho). Jake Martin, típico badboy, pegador nato e por vezes antipático mudou-se para o seu condomínio há uns meses, porém a...