Surpresa

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Olive

- Que é que queres de mim? - nesse instante ouvi a Saddie chama-lo. - Whatever amanhã dizes-me.

Fui ter com a irmã e eu voltei para o meu trabalho de Álgebra em chamada com o Cop. Desta vez não acordei com música nas alturas o que achei desde logo de estranhar.

Após me preparar e tomar o pequeno-almoço dirigi-me ao pátio onde observei o meu carro já com a porta arranjada. Subitamente escuto uma voz atrás de mim.

- De nada. - viro-me. Ele apoiava uma mão no capô do meu carro.

- Da próxima vez é só andares pelo passeio. - dei-lhe um sorriso forçado. - E tira as mãozinhas do meu carro.

- Tu é que 'tavas toda stressada naquele dia. Como agora aparentemente.

- Claro, vais me dizer que nunca tinhas batido com o skate em mais ninguém.

- No carro da minha ex, quando a conheci.

- Mas quantas ex é que tu tens?

- Algumas. É por isso que preciso da tua ajuda para não aumentar essa lista.

- Eu não faço milagres Jake.

- Mas e boleias dás?

- Depende se o meu vizinho hoje 'tá de bom humor. - aproxima-se de mim e sorri.

- Pra ti 'tou sempre.

Foda-se que mentira.

Entrou no carro, porém sentou-se no lugar do condutor o qual eu ainda tentei reclamar mas sem sucesso; durante a viagem fomos discutindo como iria decorrer o nosso plano de ação para voltar a juntar o Jake e a namorada.

Francamente penso que só aceitei ajudá-lo pois no fundo eu também vou ser beneficiada, até porque se o rapazinho estiver ocupado menos risco corro de um dia poder ceder à tentação de ter este gajo recorrentemente perto de mim. Entretanto foi no trânsito a minha primeira intervenção quando estava um carro parado à nossa frente e ele começou a buzinar inúmeras vezes; peguei-lhe no pulso e encarei-o.

- Comecemos com o seguinte: tens de melhorar essa tua atitude, assim nenhuma miúda te aguenta por muito tempo.

- Que atitude?

- Tens de ser mais calminho.

- A minha voz é calma. - era uma facto.

- 'Tá mas não é a isso que eu me refiro. Tens de ter mais paciência com as cenas.

- 'Tás-te a referir a este cota que não anda pra frente?

- Por exemplo. Mas imagina, tu não achas que os teus ciúmes são exagero da tua cabeça?

- Boa maneira de me chamares tóxico.

- Ok eu não acho que sejas tóxico, é só que às vezes tendes a exagerar.

- Não curto de ver gajos a dançar com a minha namorada sem ela sequer me responder às mensagens. - suspirei.

- Como queiras. - olho pela janela.

- Por isso é que tu e eu nunca funcionaríamos, provavelmente és apologista de relacionamentos com mais do que um.

- Nada a ver Jake! Além disso preferia que mandasses situações hipotéticas que não nos envolvem-se aos dois.

- Mas então se andássemos pelo menos só me comias a mim?

- Claro estúpido. - os nossos olhares cruzaram-se momentaneamente.

Como já tinha referido, durante o tempo que estávamos na escola dava a sensação que nos evitávamos mutuamente e uma vez que hoje passaria a ser a primeira sessão de explicações, o mais relevante dos nossos conflitos partiu precisamente deste período em que estávamos juntos.

Já se passavam 15 minutos desde que o "estudo" tinha começado na casa dele; o rapaz estava no telemóvel.

- Podes parar de olhar pro ecrã de bloqueio do teu telemóvel e concentrares-te no que eu digo?

- 'Tou a ver as notificações. 

- Isso percebi eu. Se 'tás à espera que ela te responda mais vale fazer alguma cena que valha a pena. - avisei-o empurrando o caderno para a sua frente.

- Já copio.

- Jake eu não 'tou aqui pra tu copiares merda nenhuma, por isso larga a tua namorada e vê se fazes alguma coisinha de jeito.

- Chavala se 'tás mal muda-te, neste momento preocupa-me a minha gaja e não esses exercícios todos fodidos do sistema que a idosa da sora de matemática manda fazer.

- Já lhe perguntaste se ela tem outro? Por este andar não me admirava nada. - no momento em que o disse tirou os olhos do telemóvel.

- Qual foi a parte de não falares da minha namorada que não entendeste ontem? - interrogou-me num tom de voz arrogante.

- Pra começar, comigo não falas nesse tom e se bem te lembras foste tu que me pediste que te ajudasse, eu só 'tou a constatar o evidente.

O meu vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora