Esse capitulo vai ser mais curto que os outros. Vai ser tipo um desabafo da personagem!
ALERTA!!! Talvez esse capitulo cause um pouquinho de gatilho,mesmo eu tentando tratar dos problemas do personagens o mais leve que consigo mesmo "Sempre Valley" sendo uma obra pesada em SI.
Então caso tenha algum gatilho com relacionamento abusivo e dependência emocional você pode pular esse capitulo! Nada vai diferenciar na história!
E eu queria pedir desculpa,já que em um capitulo anterior eu tratei de um assunto MUITO delicado sem avisar,peço perdão e juro que caso algo cause gatilho em alguém eu aviso!
Mil perdões novamente!
Agradeço pelos comentários de carinho 💙! Muito obrigada!!!Estou olhando o túmulo de Kel com uma certa felicidade mas tristeza de como tudo aquilo começou e poderia ser evitado.
Eu namorei o Kel por volta de 10 meses,se contar com a última contagem,já que terminamos 10 vezes,e essa foi a décima.
E eu nem consegui dizer "estamos terminando" pois o homem já estava esperneando meu nome por todos os cantos da minha casa meramente pequena.
Um detalhe interessante,é que Kel morreu olhando nossa aliança de namoro.
Acho que ele apenas pensou: "eu odeio ter começado a te namorar Leah." E isso não é como se ele nem me falasse isso toda hora e depois vinha com aquelas mãos enormes me dar um soco.
Eu tinha uma certa dependência no meu ex namorado de forma brutal.
Eu pensava comigo mesma: ele apenas não teve um dia bom. Ele apenas está irritado,ele apenas está me ensinando algo que eu deveria saber.
E mesmo que meu relacionamento fosse perturbado,eu achava que era super normal,até ver meus hematomas no espelho.
Eu quebrei-o com tanto ódio e chorei gritando que aquilo não era normal.
Talvez eu quisesse pedir ajuda para qualquer um,mas eu sabia que isso era uma coisa que eu criei.
Minha familia não gostava dele,minhas amigas e principalmente,eu,no fundo.
Eu me obriguei a namora-lo pois ele colocou em minha cabeça que eu não acharia ninguém se não fosse o mesmo.
Mey foi ê primeirê pessoa a ver meu olhar cansado,meu olhar de socorro mesmo eu achando que eu não merecia ser socorrida.
Sabe aquele sentimento de não se sentir merecedor de algo que você sabe que te faria bem?
Minha vida seria tão melhor se eu só me amasse e soubesse que o Kel não faz parte de mim e nem um pouco.
Eu gosto de desenhar,fazer esculturas e chuva,e o garoto não sabia e nunca vai saber de NADA disso.
Minhas obras perderam a cor com forme os meses que passei me deprimindo e sendo apenas uma parte de algo que nem merecia ter uma parte.
Eu queria estar morta quando eu percebia que algo faria Kel me bater.
Mata-lo foi aliviador no começo,mas só eu sei o desespero quando percebi o que tinha ocorrido.
A policia podia ter sido acionada,mas acho que eu queria acabar com meu inferno logo.
Não planejo continuar como se nada tivesse ocorrido,mas aprender a entender que eu tinha que resolver,e ver o moreno gritando era como ver minha tristeza e dependência gritando que eu me livraria delas.
O tanto que eu me forcei a ser perfeita e boa para alguém que me tratava como se eu fosse uma máquina de socos,onde ele poderia me chutar e se masturbar em mim a hora que quisesse.
O tanto que me sentia enojada ao ser tratada não como uma namorada,mas sim uma máquina de prazeres e talvez um tipo de boneca ambulante.
Uma marionete com cordas e sem boca para manda-lo parar.
Como uma verdadeira covarde.
O ápice para mim foi descobrir que ele assediou Emily da mesma forma que eu me sentia assediada.
Eu poderia ter matado ele antes,assim ele não faria essa PORRA com a minha amiga que não merecia ser tocada assim.
Eu queria ter o desejo de ter mata-lo antes.Abri os olhos em minha casa,e vi Kel lá.
Ou ele é um fantasma,ou eu estou morta.
Até que me vejo,chorando por não ter terminado o jantar a tempo dele chegar.
Kel vai até a eu que vejo e puxa ela pela perna.
Depois vai despi-la e assim,ele a-bate.
Fecho os olhos ouvindo o som do choro sendo segurado por minha figura que se sente desesperada.
Eu lembro desse dia,jurei que dessa vez,tudo ficaria bem,mas nunca ficava.
Ele continuava e mesmo que naquela época eu tentasse falar,o mesmo não ouvia.
No mesmo dia,eu tentei pedir ajuda,mas a imagem de Kel me batendo me fez ter um medo do gênero masculino que cultivo até hoje,mesmo com ele morto.
Qualquer gesto de alguém que pode parecer uma forma de agressão já me faz entrar em desespero e pedir desculpas mesmo raramente pedindo antigamente quando a culpa obviamente não era minha.
Teve até um dia que Kel me deixou sair sozinha e avistei Alex.
De imediato,olhei seu cabelo castanho e pensei que era Kel,mas o mesmo só estava atrás de seu vô George que havia saido sem avisar.
-Ah! Oi Leah! Quanto tempo!
Alex vai até mim e me abraça.
Minha respiração fica ofegante e sinto que vou vomitar.
"Ele vai tocar em mim.
Ele vai bater em mim.
Onde está o Kel?
Ele me bate
Mas eu prefiro apanhar uma vez do que duas." Eu pensava.
Começo a tremer a visivelmente empurrar Alex para longe,mas o mesmo não parece notar.
Até que perco o controle.
-VOCÊ NÃO VAI ME BATER KEL! -Jogo Alex no chão.
Ao ver o ocorrido,minha boca e minha mão esquerda se juntam com o choque.
O dono dos olhos esmeraldas me olha assustado.
-Ei,eu sou o Alex. O Kel te bate Leah?!
-Não! -Começo a chorar. -Me desculpa.
Ele seca minhas lágrimas.
-Está tudo bem. Veio umê fazendeirê novê hoje! Quer ir na fazenda delu comigo?
-Não. Estou oculpada.
Recuo.
-Certo,mas pode me explicar sobre essa coisa do Kel?
-Não. Eu tenho que ir.E eu fugi. Eu sempre fujo.
A dependência,resumidamente dizendo,significa algo que você acha que precisa.Acho que eu só consigo pensar nisso sobre mim.
Talvez eu fosse também o bloqueio depois disso.
Não quero me relacionar novamente,foi extremamente horroroso sentir toda essa pressão.
Dependência.
Se eu fizesse parte das personalidades de um ser humano,eu seria a dependência dela.
Acho que sou nada mais que a parte de alguém que,bom,morreu? E a culpa foi minha ainda.
Sei lá,tipo,por que você notaria que um relacionamento é abusivo? Ás vezes o amor cega. O meu cegou em todos os aspectos possíveis.
O que te faz pensar que não vai acontecer novamente?
É um cacto,ou você não toca,ou se machuca com os espinhos.
Mas,algo que um pintor que eu gosto muito disse e que me faz pensar se REALMENTE vale apena se proteger de uma situação ao invez de viver.
"Se uma perna sua foi quebrada por conta de um carro e depois milagrosamente curada,e mesmo assim você ficar com medo de auto moveis,você deve fazer um exame de vista,tanto por não ver o carro,e tanto por não ver que você tem DUAS pernas,não UMA,caso você não tenha uma,lembre de seus braços,e caso não tenha braços,e nem pernas,lembre que está respirando. "
Mesmo a frase parecendo um pouco complexa de começo e até engraçadinha,se você ver minha situação agora,vai ver que é mais profunda do que parece.
Talvez o carro fosse o Kel e meu coração a perna,mas mesmo que meu coração seja quebrado,eu tenho olhos,ouvidos,mãos,pés e um cabelo ruivo quase único.
A moral definitiva é que eu não preciso me bloquear de ser feliz por conta de um erro que eu posso apenas controlar,e até procurar ajuda.Enfim,eu sou a dependência,talvez um dia nunca curada,mas eu sou alguém,não duas pessoas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
SEMPRE VALLEY
Fanfiction"Sempre Valley" é uma narrativa que mergulha profundamente no universo de Mey, um jovem que herda um Nintendo do seu avô após a sua morte. Diante do luto e da dificuldade em lidar com a perda, Mey encontra uma fuga para fugir da realidade: o mundo...