capítulo 7

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✨ Kalinda Herreira ✨

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Kalinda Herreira ✨

Há cinco minutos estava paralisada ao ver a verdadeira bagunça que Stefano e Theo fizeram na sala, nem que eu ousasse deixar a casa a sete maravilha do mundo esses dois deixavam de ser bagunceiros.

- Stefano Herreira Mendonça, eu limpei essa casa não tem uma hora e já está uma baderna. Sinceramente, dá próxima vez você vai limpar e deixar tudo organizado como se deve.

- Eu só derramei um pouco de leite com nescau no chão e coloquei alguns brinquedos na sala para brincar com o Theo. Fica tranquila que eu vou deixar tudo arrumado e quando você voltar da casa do Rodrigo tudo estará guardado.

- Acho bom.

Deixei os dois ainda em meio a bagunça e segui para meu quarto, Rodrigo e eu combinamos de sair para passear com nosso filho e eu precisava procurar uma roupa que me deixasse maravilhosa. Minha alto estima nos últimos dias estava cada vez mais elevada e isso me fazia muito bem.

Estico minha roupa encima da cama e observo se fiz uma ótima escolha, não poderia ser nada colado de mais e nem tanto chamativo. Ao lado das minhas peças deixo as de Theo, adorava vestir o meu filho com roupas de playboy como o pai insistia em dizer toda vez que nos encontrávamos. Pego uma das toalhas e corro para o banho, deixo os produtos de cabelos na bancada e conforme tiro a minha roupa percebo minha pequena cicatriz.

A cicatriz que mudou minha vida para sempre e que na semana passada fez seis meses, eu e meu filho éramos um milagre diante de tanta coisa que passamos. Nunca esqueceria as minhas atitudes durante a minha gestação, não foi fácil e com toda certeza continua não sendo. Theo Herreira era o meu menino e a minha salvação no meio de um mundo em que as pessoas desejavam o mal para outra apenas por capricho, ganância e poder.

Permito meu corpo tentar relaxar após as lembranças do passado, eu jamais gostaria de voltar para ele e viver tudo novamente. Traumas ficaram e mesmo depois de tanto tempo ainda não me sentia pronta para muita coisa na minha vida. Enquanto passo sabonete líquido em meu corpo as lembranças de ser mal educada com o Juíz Johnson me toma, após ganhar uma nota sete em física e seis e meio em química, percebo ter que estudar mais para não ficar com o boletim vermelho novamente.

Não era minha intenção ser grossa com o cara que apenas foi gentil e me convidou para almoçar com ele, algo em Liam Johnson gritava perigo e a última coisa que eu precisava era de alguma confusão em minha vida. Mas infelizmente não poderia negar que o homem poderoso havia mexido comigo como ninguém nunca fez.

- Não é como se ele quisesse algo comigo, sou apenas uma adolescente com um fogo temporário por ele.- Ouso resmungar baixinho, assim não corria o risco de alguém me ouvir.

Após terminar o banho e me arrumar, pego as coisas de Theo e corro para fora de casa depois de escutar vozes do lado de fora. Rodrigo conversava com meus pais e nosso filho exibia um sorrio com dois dentes para o pai.

- Muito atrasada?- Pergunto após deixar um beijo em sua bochecha e bagunçar os cabelos de Stefano que estava ao lado de nossos pais.

- Não, acabei chegando mais cedo que nosso combinado e seus pais disseram que você ainda estava no banho. Aliás, eu estava elogiando o quanto o jardim está bonito.

- Obrigada, direi ao jardineiro que você elogiou nosso trabalho.

- Nosso?

- Pode até não parecer que não fiz nada, mas eu me empenhei em ajudá-lo essa semana.

- Você está bem? Kalinda, você tem pavor de mexer em terra.

- Deixa de besteira, eu precisava pensar em algumas coisas e aproveitei para unir o útil ao agradável.

- Nesse caso não tinha nada de agradável nessa história, filha. Você é cheia de não me toque quando se trata de terras e matos.

Realmente eu não era a melhor escolha para trabalhos como esse, mas ajudar o jardineiro enquanto pensava no belo meritíssimo e o quanto senti desejo em beija-lo foi inevitável. Ter seu rosto próximo ao meu em nosso último encontro foi desconcertante, seu cheiro me cativou de maneira estranha e eu desejei sentir o aroma mais de perto.

- Planeta terra chamando.- Faço careta ao sentir estalos rente ao meu rosto.

- O que foi, Rodrigo?

- Estamos falando e você fazendo a egípcia.

- Não é nada, agora vamos logo antes que fique tarde e o Theo comece a ficar enjoado.

- Tudo bem, vamos.

Esperei Rodrigo se despedir e entrei no carro, sabia que ele faria um belo interrogatório como sempre. Arrumei nosso filho na cadeirinha e me virei para o pai dele assim que saímos do condómino.

- Pode começar a falar tudinho, tenho certeza que se trata daquele juiz que você me perturbou durante dois dias para fuçar a vida dele na internet.

- Eu conto, mas fica quieto e não me interrompa.

- Solta o verbo, gata.

Não tinha motivos para esconder nada de Rodrigo, éramos amigos e não tínhamos segredos um com outro.


Minha perdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora