capítulo 30

177 6 0
                                    

✨ Kalinda Herrera ✨

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Kalinda Herrera ✨

Nem acreditava que após uma sessão de fotos lindas na fazenda campobello e uma festa que me deixaria mais atraída pelo filho dos donos do lugar pudesse me deixar feliz ao retornar para casa e usufruir do meu próprio banheiro.

Observo as espumas em meu corpo enquanto me permito relaxar e acabo lembrando de um belo episódio que em qualquer outra ocasião eu jamais deixaria acontecer, às mãos de Liam alisando minhas costas enquanto jogava água morna para aliviar às duras dores de cólicas que pareciam querer acabar comigo a cada minuto não sairia da minha cabeça nunca mais

Sentar em seu colo, beijar seu pescoço, arranhar suas costas e fazer carinho em seu rosto ainda me deixava surpresa, nem mesmo em outra vida isso seria possível. Mais impossível ainda era o fato de eu ter feito uma proposta indecente para o cara que tinha idade para ser meu pai me encontrar em Gramado para uma foda enquanto eu insistia em dizer que não me sentia bem perto de homem nenhum.

Ainda não sabia qual era o mistério por trás daquela beldade que eu dava brechas para que pudesse ficar perto de mim, também não sabia o que poderia acontecer quando nos encontrassemos novamente.

- Filha, você vai demorar? O jantar será servido em quinze minutos.- A voz potente de Marcelo Herrera ecoa atrás da porta.

- Não, eu já estou terminando.- Respondo ao sair da banheira e seguir para debaixo do chuveiro.

- Tudo bem, não demora muito.- Sorrio, sabia que ele ficaria impaciente se eu atrasasse demais.

Aproveito para testar a nova linha de produtos de cabelos que seria lançado no próximo mês, eu sempre testava antes de lançar no mercado para saber se valia apena investir. Cheiro o conteúdo antes de aplicar e percebo que o cheiro não é enjoativo, termino o mais rápido o banho e em menos de quinze minutos estou devidamente vestida com meu pijama de estampa de ursinhos.

- Você está muito cheirosa, meu amor.- Os braços de meu pai rodeiam meu corpo e ele deixa um beijo no topo da minha cabeça.

- Obrigada, Sr. Mendonça.- Retribuo seu gesto.

- Estava com saudades, Amorzinho.- As grandes mãos de Marcelo fecham em meu rosto ao me analisar.- Você parece estar bem e não vejo nenhum machucado dessa vez.

- Fica tranquilo que dessa vez eu não fiz nada que pudesse me machucar, papai.- Encostei nossas testas e passei meu nariz no dele como sempre fazíamos.

- Estou feliz que esteja em casa novamente e debaixo das minhas asas.- Apertou meu nariz e eu não evitei fazer uma careta.

- Não é como se eu pretendesse sair delas agora e vocês mais que ninguém desejam isso.- Brinco.

- Fique ciente que você só sairá de nossas asas depois que se casar e enquanto isso não acontece a mocinha fica aqui com dois velhos chatos.

- Fale por você, Marcelo, eu sou um homem muito novo. Não me considero velho, estou na flor da idade.

Contei os pratos postos na mesa e estranhei ter um a mais, somente meus pais e eu iríamos jantar pelo fato de Stéfano não estar em casa e voltar somente na manhã seguinte. Bebi um pouco de suco enquanto escutava meus pais discutir sobre as idades de ambos e a campainha tocou.

- Chegamos.- Virei ao escutar a voz de Rodrigo.

- Não acredito que você veio.- Levantei e me joguei em seus braços.

- Também estava com saudades, Tigresa.- Meus pais se entreolharam e balançaram a cabeça em negação ao ver a cena de nós dois.- Olha quem eu trouxe para você ver.

- Aí meu Deus, mamãe estava morrendo de saudade de você.- Beijei o rostinho de Théo e ele sorriu.

- Acho que ele sentiu que estávamos vindo te encontrar pois até meia hora atrás estava num choro que não acabava mais.- Peguei meu neném e aninhei em meus braços.

- Sério? Será que não está com fome?- Perguntei.

- Fome? Menina, essa criança mama demais e agora que começou a introdução alimentar que ele vai comer ainda mais.- Pegou em suas mãozinhas e beijou.

- Sente-se, Rodrigo, logo o jantar será servido e eu já pedi que Glenda mandasse colocar um prato a mais.- Sento ao lado de meu pai Marcelo e ele pega o neto.- Vovô também estava com saudades, pequeno.

- Depois você dá umas gotinhas daquele remédio que o pediatra mandou, Théo está um pouco febril. - Encostei a mão em sua testa e senti que meu menino estava começando a ficar doente.

- Tudo bem, mais tarde antes dele dormir eu dou o remédio.- Digo.

Esperava ser apenas uma febre como qualquer outra e nada mais grave, não desejava passar dias dentro de um hospital novamente. Toda vez que eu era obrigada a procurar algum médico me trazia lembrança de meses atrás com o nascimento de Théo.

- Como foi a viagem, Kalinda? Aproveitou muito a festa?- A pergunta do filho da puta tinha segunda intenções e eu saquei de primeira.

- Acredito que eu tenha aproveitado muito bem a minha viagem tanto em Santa Catarina quanto no Pantanal, dona Lara estava radiante com todos familiares e amigos reunidos para comemorar seu aniversário. A família Johnson não é muito grande, mas todos os membros são muito bem educados e solícitos. - Comentei.

- Fico feliz em saber que você e nossa equipe foram bem recebidos na fazenda Campobello, filha. Aliás, eu e seu pai estamos pensando em tirar um final de semana em família para conhecer o Pantanal.- Sorrio com a possibilidade de voltar para fazer turismo.

- Eu adorei a ideia, papai.- Bati palmas de leve animada e Rodrigo riu.

- Parece que alguém realmente gostou do passeio a ponto de querer voltar.- Seu sorriso cínico estava estampado em seu rosto e seu comentário tinha uma pontada de deboche.

- Você não ficou de frescura em relação aos matos, né? Filha, espero que tenha pelo menos disfarçado seu desconforto.- Meu pai Ricardo disse.

- A sua filha parece que voltou outra depois dessa viagem, Sr. Mendonça, olha como ela ficou animada em saber que vocês estão pensando na possibilidade de ir conhecer o local que foram realizadas as fotos para o próximo lançamento.

Disfarçadamente chutei a canela de Rodrigo embaixo da mesa e ele fez uma expressão de dor ao trincar os dentes e me olhar com um sorriso zombateiro.

- Pantanal é um bom ponto turístico e como eu não tive a oportunidade de explorar como gostaria acredito que possa ser uma boa ideia retornar para fazer turismo.- Respondi.

- Vamos procurar um final de semana que todos estejam livres e possam ir. Inclusive, você também pode ir conosco, Rodrigo.- Pai Marcelo comentou enquanto dava caldo de feijão para Théo.

- Agradeço pelo o convite, mas eu não gosto muito da ideia de ter contato diretamente com a natureza.- Rio, ele era igualzinho a mim em algumas coisas.

- Você quem sabe, caso mude de ideia é só nos comunicar.- Meu amigo apenas deu um aceno de entendimento para meu pai.

- Pode deixar, Sr. Mendonça.- Respondeu antes de pegar o prato para se servir.

Gostava de casa cheia e mesmo que faltasse apenas Stéfano, me senti feliz de estar em casa com pessoas que eu amava e que me fazia bem.

Minha perdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora