Capítulo 97

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💜✨Kalinda Herrera ✨💜

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💜✨Kalinda Herrera ✨💜


O silêncio no café da manhã era péssimo, ninguém falava nada, apenas barulhos dos talheres eram ouvidos.

- Posso fazer uma pergunta?- Olhei para os meus pais e depois para o meu irmão.

- O que você quer saber, Stefano?- Perguntei.

- Vocês estão fazendo voto de silêncio? A nossa casa nunca fica calada desse jeito.- Escuto uma risada baixa do meu pai.

- Estamos sem assunto, meu amor.- Papai disse ao passar a mão nos cabelos de Stefano.

- Não, vocês três estão escondendo alguma coisa e não querem me contar.- Respondeu ao nos olhar desconfiado.

- Então é a sua irmã que tem que te contar alguma coisa, Stefano.- Meu pai, Marcelo, falou.

- O que você aprontou, Kalinda?- Ele me olha sério.

- O único que está falando comigo é o nosso pai, Ricardo.- Disse ao afastar meu prato para o lado e meu pai, Marcelo, devolver para o lugar sem me olhar.

- Como assim? Por que o papai não está falando com você?- Respirei fundo antes de responder, ele também ficaria bravo.

- Você foi promovido a tio mais uma vez.- Falei ao beber o meu suco de uva.

Ele paralisa como quem analisa o que eu acabei de dizer, olha para os nossos pais e depois para mim, me assusto ao ouvir o seu tapa na mesa.

- Perdeu o juízo, garota?- Ele apoiou as mãos na mesa após se levantar.

- Se quebrar a mesa eu desconto da sua mesada todo mês, Stefano.- Meu pai, Marcelo, respondeu.

- Todo mundo sabe que você não pode engravidar novamente, irmã.- Falou como se eu não soubesse disso.

- Mas eu engravidei e agora não tenho mais o que fazer, Stefano. Sinto muito se a ideia de termos mais um membro na família não agrade você e ao papai, mas agora não tem mais volta e em sete meses essa criança nasce.- Retruquei ao também me levantar.

- Sabia que você é uma irresponsável?- Gritou, me deixando surpresa.- O papai tem razão em estar bravo com você.

- Abaixa o tom, Stefano.- Nosso pai, Ricardo, pediu ao se colocar de pé.- A sua irmã sabe muito bem o quanto errou, mas não podemos fazer o que você está fazendo.

- A ideia de uma nova gestação também não me agrada em nada e mesmo que eu não esteja de acordo com tudo isso, não podemos tratar a sua irmã mal.- Meu pai, Marcelo, que até então estava calado também se levantou de seu lugar.

- Eu não acredito que eu vou te perder por um erro que você resolveu cometer, mas eu também te conheço o suficiente para saber que você vai ficar com o bebê. A única coisa que eu te peço é para não morrer, porque você é a minha única irmã e eu não suportaria não tê-la na minha vida mais.

Fiquei calada ao escutar suas palavras, elas tinham um peso muito grande, meu irmão pegou sua mochila que estava jogada no sofá e saiu para fora de casa. Olhei o horário em meu celular e percebi que me atrasaria para a aula se eu não saísse agora.

- Eu não quero nenhum de vocês dois brigando ou gritando dentro dessa casa, isso nunca ocorreu e não será agora que passará a acontecer. Marquei uma consulta com o doutor Lauro para amanhã às seis e meia, avise para aquele rapaz caso ele queira comparecer.- Meu pai avisou.

- Tudo bem, obrigada.- Mesmo que ele estivesse bravo comigo, deixei um beijo em sua bochecha e dei uma abraço em meu pai Ricardo antes de sair.

Meu irmão era muito tranquilo em tudo que fosse relacionado a sua vida, ele era um menino de ouro de apenas catorze anos que não dava trabalho algum para nossos pais. Ele ficaria bravo comigo, faria voto de silêncio por algumas horas, mas não aguentaria uma semana sem falar com a única pessoa que o defendia de nossos pais em relação aos seus jogos.

- Bom dia, pequena. Como vocês estão?- Brinquei com o chaveirinho da minha mochila, ele era um coraçãozinho vermelho com detalhes em dourado.

- Eu estou bem, liguei para te informar sobre uma coisa que meu pai pediu.- Disse ao atrair o olhar curioso de Stefano, ele estava no canto dele.

- O bebê está bem?- Pelo tom de voz, ele estava preocupado.- Aconteceu alguma coisa?

- Não, não aconteceu nada.- Respirei fundo após sentir um enjôo.- Ele marcou uma consulta com o doutor Lauro e me pediu para avisar.

- Quando será, meu amor?- Perguntou.- Eu estou ansioso para ver o nosso bebê.

- Amanhã, seis e meia.- Respondo ao abrir a janela do carro, precisava de um pouco de vento.

- Tudo bem, estarei lá.- Fechei os olhos sentindo o vento fresco em meu rosto.- Você precisa de algo, Mein Leben?

- Como assim?- Estranhei sua pergunta.

- Ainda não sentiu desejo de comer algo?- Sorrio, ele realmente estava empolgado com a gravidez.

- Não, única coisa que eu não quero agora é ficar com essa sensação de enjôo. Sério, acabei de abrir a janela do carro para poder pegar um pouco de vento.- Observei que a escola de Stefano estava próxima.

Nosso motorista parou em frente a escola de Stefano, ele não se despediu de mim ao descer do carro e nem mesmo olhou para trás, meu irmão estava chateado comigo.

Minha perdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora