✨ Liam Johnson✨
Precisava comprar um belo presente para minha mãe, ela jamais iria me perdoar por não comparecer em seu aniversário. Mas as ideias de meus irmãos não eram das melhores.
- Sapatos eu acho uma boa ideia.- Meu irmão Lourenço sugere.
- Acho que a mamãe vai gostar de uma joia, ela é vaidosa e gosta disso.- Bianca também sugere e eu reviro os olhos.
- Nenhum e nem outro, mamãe já tem tudo isso.- Agora era vez de Peter se pronunciar pela primeira vez.
- Eu ligo para pedir ajuda e vocês não conseguem me ajudar em uma simples sugestão.- Reclamo.
- Se todas as opções são nulas, por que pediu nossa opinião?- Edgar, meu cunhado, responde.
- Vocês convivem a maior parte do tempo com ela e eu não a vejo há meses, realmente eu pensei que pudessem me ajudar.- Coço a nuca, estava começando a ficar entediado.
Pelo reflexo da vitrine eu vejo uma loira, ela caminhava em minha direção e eu me atentei a qualquer movimento suspeito de sua parte. A mulher não me parecia estranha e a cada passo que ela dava eu sentia algo estranho, uma boa sensação na verdade.
- Está escutando, Liam?- Escuto o grito da minha irmã e afasto o telefone do ouvido.
- Não precisa gritar, Bianca.- Aviso, a mulher não estava mais no reflexo e ao olhar para o lado tenho uma bela surpresa.
- Estamos falando e você não responde, achei que sua ligação estivesse falhando.
Arqueio uma sobrancelha ao ver a loira em minha frente sorrir.
- Falo com vocês mais tarde, tenho que desligar.- Não espero a resposta de nenhum deles e encaro a loirinha.
- Desculpa, não queria incomodar.
- Você não está incomodando, estou surpreso em encontrar você depois de tanto tempo.
- Sobre isso...
- Espero que não seja alvo de nada hoje.
- Gostaria de pedir desculpas pela a atitude de duas semanas, descontei em você algo que não deveria. Peço que me perdoe pela péssima educação que eu tive com você.
- Só posso perdoar se você aceitar meu convite.
- Qual?
- Janta comigo esse final de semana?
- Agradeço pelo convite, mas eu tenho compromisso.
- Uma garota muito compromissada.
Seu sorriso mexe comigo e sinto meu corpo diferente, há tempos não recebia um sorriso sincero como o dela. Eu não desistiria fácil e a convenceria a sair comigo.
- Se você estiver disposto a esperar, no próximo domingo eu tenho tempo livre e podemos sair para jantar.
- Agora você não tem tempo?
- Agora? Não acredito que seja possível.
- Por que?
- Eu..- Seu telefone toca e espero ela falar com quem quer que seja do outro lado da linha.- Ok, talvez seja seu dia de sorte.
- Como assim?
- Podemos jantar hoje, às pessoas com quem eu estava me avisou que está indo embora.
- Ótimo.- Sorrio igual um bobo e ela me olha confusa.- Eu só preciso comprar um presente e podemos ir.
- Quer ajuda?
- Se não for incomodar.
- De maneira alguma.
Pego em sua mão e levo para dentro de uma loja de vestidos de grife, ela olha tudo muito atenta e faz umas caras e bocas ao ver os valores de cada peça.
- Essa é uma loja bem cara.- Ela fala baixinho.
- Por ser uma loja conceituada de alto padrão tudo é caro, mas tem umas peças de preços menores.- Mostro e ela me olha desacreditada.
- Tem certeza que esse é o menor preço? Talvez você tenha pego uma etiqueta errada.- Rio, nem parecia que sua família tinha dinheiro para comprar o shopping inteiro se quisesse.
- Graças à Deus dinheiro não é mais um problema em minha vida, quando eu tinha sua idade trabalhava na roça para ter algum trocado final de semana.
- Sério?
- Sim, eu trabalhava para meu pai e como todo patrão, ele me pagava tudo certinho no final do mês. Então quando eu queria comprar algo ou ir em algum lugar era só economizar.
- Mas se você pedisse dinheiro como filho e não funcionário ele daria?
- Com toda certeza que sim, ele levava muito mais a sério o posto de pai do que patrão na minha vida. Mas os valores eram todos limitados e eu me organizava para não ficar sem nenhum centavo.
- Justo.
- Meu pai sempre foi muito correto com suas coisas e nunca deixou nenhum funcionário na mão, sempre que algum precisava de algo ele estava lá para ajudar.
- Parece que temos alguns assuntos em comum, Sr.Johnson.
Observo ela olhar cada arara de roupa e analisar como se fosse uma peça preciosa. Ela para e me olha com uma sobrancelha arqueada, alguma coisa parecia ter acontecido para sua feição mudar repentinamente.
- Para quem é o presente?- Me olhou intrigada e pensativa.
- Minha mãe.- Não havia necessidade de mentir e eu odiava isso.
- O que você está procurando pra ela?
- Na verdade eu não sei e meus irmãos até me deram algumas sugestões, mas aparentemente minha mãe tem tudo.
- Eu já sei.
- Como assim?
- Aquele vestido azul royal decotado e com uma fenda discreta na perna vai ficar perfeito. Leva ele e quem ganha o presente não é somente sua mãe.
- Não entendi.
- Além do vestido que por sinal é lindo, você pode pagar um jantar para seus pais em uma data de sua escolha em um restaurante maravilhoso no centro da cidade.
- Sua ideia não é ruim, mas os meus pais moram em uma fazenda e naquela região não tem um lugar a altura de um vestido como esse.
- Isso é o de menos, Liam, aposto que sua mãe terá inúmeras oportunidades para usá-lo.
- Tudo bem, vamos levar ele então.
- Ótimo, eu vou esperar você próximo a porta enquanto faz o pagamento da peça.
- Prometo não demorar.- Aviso e menos de dois passos dado, me viro e a chamo tendo seu olhar atento ao meu.- Kalinda, não vai embora.
- Você ainda me deve um jantar.- Pisca seu olho direito e eu rio.
Espero ela caminhar em direção a porta e peço para a vendedora pegar uma das peças que ela havia gostado enquanto procurava algo para minha mãe. Hoje ela não me escapava e não a deixaria ir embora sem jantar comigo.
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Minha perdição
RomanceJuíz do Estado de Mato Grosso e empresário no ramo agropecuário, Liam Jonhson viu sua vida de ponta cabeça ao ser largado no altar por Renata Alonso. Todos os planos para o futuro foram água abaixo após receber uma carta no dia de seu casamento e e...