Capítulo 32

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✨ Kalinda Herrera ✨

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Kalinda Herrera ✨

Os dias pareciam demorar séculos para passar, minha ansiedade estava forte a ponte de roer todas as minhas unhas. Minha cabeça parecia querer explodir ao olhar tantos números em um quadro branco, não pensava em mais nada a não ser comer.

- Amiga, eu juro que não aguento mais.- Laís, uma amiga da sala de aula comenta atrás de mim.

- Minha cabeça está doendo.- Digo em tom baixo.

- Eu estou morrendo de fome e ainda falta dez minutos para a aula terminar.- Olho para trás e vejo sua cara de cansada.

- Rômulo está inspirado para passar tarefa hoje, nem parece que ontem estava no bar da Chica bebendo todas. Acredita que ele estava chorando em dado momento da noite?- Abro a boca para respondê-la e levo um susto com a voz potente atrás de mim.

- Senhorita Herrera e Moraes, esse é um conteúdo que cairá na prova semana que vem e vocês precisam estudar.- Sorrio, um sorriso bem falso por sinal.

- Claro professor Borges, desculpe interromper sua aula.- Ele vira para o quadro novamente e eu olho para Laís mais um vez.

- Relaxa, a gente discute isso no intervalo.- Diz ao abrir o livro de matemática de novo.

Laís e eu éramos amigas há alguns meses, ela foi a primeira a querer puxar assunto comigo e de cara a sintonia foi maravilhosa. Não era o tipo de confiar em ninguém, nem mesmo em minha própria sombra, mas com ela eu sentia que podia ser mais verdadeira maioria das vezes.

O sinal não demorou a tocar, Rômulo passou numerosos deveres de casa e deixou alguns avisos no quadro antes de encerrar sua aula. Minha amiga me esperava na porta com sua mochila de estampa de crepúsculo e todos os membros da saga, ela era completamente louca por eles.

- Jacob ou Edward? - Faço a pergunta de milhões.

- Acho que hoje gostaria de algo mais selvagem, amiga.- Rio, ela não batia bem da cabeça.

- Qual motivo?- Entro na fila do refeitório e me deparo com o lugar totalmente lotado.- O que será de comida hoje?

- Hoje eu quero o Carlos, só ele vai resolver meu problema mais tarde. Meu vampirinho caladão.

- Qual o problema com Jacob?

- No momento indisponível pois está mais centrado que nunca nos estudos e você sabe como ele é. Quanto a comida, não sei o que é.

- Parece macarrão com salsicha.

- Estou preocupada com essa escola, Kalinda.

- Por quê?

- Essa é a segunda vez na semana que preparam esse cardápio.

- Eu gosto dessa comida, sem contar que as meninas da cozinha cozinham muito bem.

- Uma escola não pode preparar a mesma refeição duas vezes na mesma semana, garota.

- Esquece isso, vamos comer.

A garota ao meu lado revira os olhos quando eu puxo seu braço para pegar nossos pratos, seu olhar muda da água para o vinho ao avistar um menino loirinho. Ele tinha seu charme, bonitinho e parecia perdido na multidão de alunos.

- Quer sentar com a gente? - Encosto em seu braço para ter sua atenção.- Vimos que você parece perdido e muito deslocado, caso queira se juntar a nós está convidado.

- Olá meninas, tudo bem? Sim, eu gostaria de me juntar a vocês.- De relace vejo a careta de Laís.- Me chamo Léo.

- Qual sua idade?- Minha amiga não deixa de perguntar.

- Dessesseis.- A mesma idade que a minha.

- Novinho.- Olho para Laís sem acreditar em seu comentário.

Ela era o quê? Coroa?

- Qual é a de vocês?- Ele não tinha traços algum de ser pobre.- Aliás, acabei não perguntando o nome de ambas, perdão.

- Eu sou a Laís e tenho dessesete anos.- Ela estende a mão para o loirinho que sorri.

- Me chamo Kalinda e tenho dessesseis.- Antes de beber um pouco de suco, respondo.

- Por que as pessoas não param de olhar para cá? Tem alguma coisa errada?- Viro um pouco e vejo algumas pessoas conversando baixo enquanto olhavam para nossa mesa.

- Somos um grupo de três pessoas e nosso amigo não veio hoje, devem estar estranhando ver nós duas com um rapaz como você.- Fecho os olhos sabendo o que veria em seguida.

- Um cara como eu? Não entendi o que você quis dizer com isso.- Escuto a risada baixa de Laís.

- Gatinho, loirinho e que eu tenho plena certeza que é a primeira vez que estuda em um colégio público.- O rosto do menino estava ficando avermelhado.

- Está tão na cara assim? Meu pais se mudaram recentemente de estado e eu achei um boa ideia experimentar algo novo.- Troco olhar com a doida que está sentada do meu lado.

- Algo novo?- Arqueio uma sobrancelha curiosa.

- Meus pais nunca me colocaram em uma escola pública e eu queria saber a sensação.- Responde
na maior calma.

- Dependendo do dia é um inferno.- Evito de rir ao ver a cara assustada do meu possível amigo.

Em poucos minutos sabia que Léo tinha uma irmã de doze anos e que seus pais haviam se mudado para Mato Grosso a trabalho, seu sonho era ser engenheiro e que não tinha nenhuma namorada para a alegria de Laís. Eu não era de ter amigos além de Laís e Thiago no colégio e por isso achava que pudesse criar alguma amizade com o novato.

Minha perdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora