Capítulo 28

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- Megan pov -

Depois de me alimentar forçadamente,fui pelos guardas para uma zona mais afastada,levou só alguns minutos para chegarmos a um elevador,ele era bem reforçado,como se fossem transportar um monstro,logo imaginei que Dreykov usava ele.

- Você não deveria ter irritado ele - Um dis guardas diz enquanto me empurra para dentro do elevador.

- Eu não tenho medo dele - Falo firme,embora esteja preocupada. Sei do ele era capaz melhor do que ninguém,fui criada por ele,e não foi do jeito bom.

O elevador desse por um breve momento,e sei que chegamos no subsolo,pois não vejo nem resquício da luz do sol. Quando a porta se abre,me deparo com um longo corredor,escuro,como se o lugar absorvesse todas as coisas ruins que eles,com certeza,faziam ali,haviam muitas portas,e muitas com grades nas mesmas,tento olhar dentro,mas sem sucesso. Não quero nem imaginar o que eles escondiam ali. Viramos à esquerda,caminhamos em linha reta e depois viramos à direita,parando em frente a uma porta,que um dos guardas destrava,me dando a visão da mesma por dentro. Era uma sala com algumas correntes,sem nenhuma janela,haviam muitas coisas que por sorte,por enquanto,eu não sabia para que serviam,barris com algum líquido dentro,talvez água,talvez.

- Vem - O guarda,o menos antipático dos dois,não que o outro fosse um mar de simpatia,mas esse fazia questão de ser o mais rude possível,como se isso fosse lhe dar pontos com o chefe,me pega pelo pulso e me leva ao centro da sala,me encostando em uma espécie de coluna, passando as correntes pelos meus braços e os erguendo.

- Dá para pelo menos fazer isso logo? - Eles trocam olhar por um minuto,antes de me encarar sorrindo e irem até a porta.

Eles só ficam lá,parados,conversando como se eu nem estivesse aqui. Depois de que pareceram horas,mas que provavelmente não passaram de poucos minutos,posso ouvir a porta ser aberta,nem me dou ao trabalho de olhar,pois seja lá quem for,provavelmente não vai me tirar daqui.

- Pronta? - A voz dele afasta meus pensamentos e ergo o olhar,apenas a tempo de vê-lo retirar o paletó cor azul marinho e entregá-lo para um dos guardas que continuam ali. - Vai se arrepender de ter me desafiado - Ele segura no meu queixo,o erguendo e fazendo com que eu o olhasse nos olhos.
As próximas horas foram de tratamento nada amigáveis. Ele usava um dos barris cheios de água que haviam na sala,e colocava a minha cabeça dentro,e só retirava a mesma quando via que eu estava perto de me afogar,ele fez isso por sabe-se lá quanto tempo,eu simplesmente parei de contar quando passou de dez minutos,depois,com o corpo ainda molhado,ele prendeu uma espécie de presilhas em cada lado da minha barriga,e eu não fazia ideia para que elas serviam,até ele dar a ordem aos guardas.

- Liguem - E no mesmo instante em que ordenou,eu senti uma onda muito forte de eletricidade percorrer o meu corpo,causando uma dor absolutamente forte,a cada ordem,um novo e mais forte chique era sentido por mim.

"Nada que vá deixar marcas ou cicatrizes no seu belo corpo".

Lembro do que ele havia me dito horas antes,e começo a duvidar firmemente se aquilo seria verdade,já que meu corpo começava a se sentir exausto por tudo o que eu estava sendo obrigada a sentir,aquilo certamente deixaria marcas por longos dias.

Eu perdi a noção do tempo,já que não havia relógios ou janelas,só a dor alucinante que eu tinha começado a sentir horas atrás e ainda se fazia presente em meu corpo. Eu creio que não esteja forte o suficiente para caminhar sozinha,já que sinto um guarda de cada lado do meu corpo,eles passam meus braços em seus pescoços,me mantendo em pé,luto contra a vontade de fechar meus olhos,não posso dormir,ou desmaiar no caso,preciso ficar acordada. Sou levada de volta ao meu quarto,onde simplesmente os guardas me soltam na cama. Estou cansada demais,dolorida demais,mal consigo ficar em pé,me sinto zonza,mas me obrigo a levantar e ir até o banheiro,preciso me lavar. Caio de joelhos algumas vezes antes de finalmente alcançar o banheiro,abro a porta e caminho até o chuveiro,respiro aliviada quando a água toca meu corpo,estava quente. Coloco roupas secas e me deito,sem nem me preocupar em me cobrir,só precisava fechar os olhos e sumir daquele lugar,nem que fosse por algumas horas,mas mesmo com meu corpo tão cansado,não durmo,quando fecho os olhos,só consigo ver o rosto dela,o rosto da minha Nat,uma angústia me invade e antes que as lágrimas possam cair,ouço a porta ser aberta.

- Seu jantar - Um guarda diferente,que eu ainda não conhecia entra no meu quarto. Ele parecia jovem,talvez tivesse minha idade,e por incrível que pareça,ele tem uma expressão suave em seu rosto,até amigável eu diria. - Sugiro que coma antes que esfrie. Eu recebi ordens para esperar até que comesse tudo,então não pense em jogar fora - Ele se senta na cadeira que fica próxima a minha cama.

Com muita desconfiança pego a bandeija,começo a comer lentamente a comida que havia ali,os olhos do garoto estavam sobre mim o tempo todo.

- Qual o seu nome? - Percebo a curiosidade quando pergunta. - Por que está aqui?

- Se isso é um tipo de truque,não vai funcionar.

- Truque? - Ele realmente parece não saber do que se trata. - Não tem truque.

- Você é pago para conversar comigo? - Falo o mais seca possível. - Porque até onde eu saiba,vocês só são pagos para torturar e obedecer sem questionar.

- Desculpa,eu não queria... - Ele para de falar quando empurro a bandeija vazia em sua direção.

- Eu já acabei,agora você pode ir - Não o encaro,mais sei que ele está me olhando. Ele leva segundos até entender a situação,então pega a bandeija,se levanta e sai sem dizer nada.

O que foi isso? Aposto que Dreykov só queria saber se eu pediria por ajuda,para então,me castigar pior do que fez hoje,eu não iria cair em sua armadilha. Não o deixaria vencer.

Passado vermelho - Natasha Romanoff FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora