🇨🇵 XVI (Helena) 🇧🇷

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Sinopse: Vamos conhecer um pouco da vida da mãe de nossa protagonista?

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Vinte minutos...

O tempo ideal que eu sempre precisei de hidromassagem. Me sentia renovada, com o corpo relaxado e a mente devidamente descansada.

Era o que eu me dava ao direito após um dia inteiro de atendimentos, pelo menos duas, às vezes três noites na semana. Todo o amor e dedicação que eu possuía pelo meu trabalho me fez colher muitos frutos mas também cobrava o seu preço, tanto o físico quanto o mental.

O meu trabalho como esteticista atendia à todas as mulheres: das mais tranquilas ao iniciarem um tratamento de beleza e que confiavam em mim de olhos fechados até as mais exigentes. Com essas, as minhas definições de paciência e simpatia deveriam estar devidamente atualizadas. Mas desde o início da minha carreira com apenas dezenove, quase vinte anos, aprendi que precisávamos oferecer aquilo o que tínhamos de melhor. No meu caso, como mencionei antes, eram o amor e dedicação pelo que eu fazia. Por serem como são, clientes com esse perfil se tornavam o meu maior desafio: conquistar a confiança delas demostrando tranquilidade e esclarecendo todo o tipo de questionamento que elas faziam.

Sem falsa modéstia, a beleza que eu possuía contribuiu para o sucesso na minha profissão. Ostentar belos olhos azuis e um rosto de traços perfeitos se tornaram um trunfo a mais quando mulheres se consultavam comigo pela primeira vez. "Nossa, mas você é tão bonita!", "A sua pele é perfeita assim mesmo?", "Você usa pouca maquiagem e tem um rosto lindo!" eram inúmeros os elogios que eu sempre recebi ao longo de vinte e um anos de profissão.

Mas nada se comparava em ver a reação de garotas adolescentes, ao lado de suas mães, me admirando com um brilho nos olhos. "Quero chegar na sua idade e ter o rosto perfeito igual ao seu!". Ouvir isso de meninas tão jovens me emocionava, não tinha preço e era uma das razões que me faziam acordar antes do Sol nascer para mais um dia de trabalho.

A razão maior era o meu amor maior. Que estava de férias na França havia duas semanas, na casa dos meus sogros. Nívea era o meu anjo, a filha que toda mãe poderia sonhar em ter. Linda, meiga, educada... Eu e o meu marido, sempre a tratamos como uma verdadeira princesa que tinha tudo o que queria a hora que quisesse. Foi a maneira que encontramos de suprir a ausência como pais devido ao nosso trabalho. E além disso, seu jeito compreensivo e amoroso em lidar com isso me fazia ser grata todos os dias.

Mesmo ausente, eu procurava ser uma mãe compreensiva e mostrar para a Nívea que ela poderia se sentir acolhida por mim. Jamais iria invadir o seu espaço sendo controladora. É claro que a crise de choro dela no início do ano me deixou preocupada. No entanto, não a questionei e apenas fiz o que ela me pediu: um abraço longo e protetor durando tempo suficiente para fazê-la se acalmar. Perguntei apenas uma vez o que se passava no seu coração mas ela não quis se abrir comigo e eu respeitei. Adolescência nunca é um período fácil, embora a minha tenha sido tranquila.

Me lembrava sempre de situações inesperadas que aconteciam comigo e com a minha filha. Uma vez quando Nívea ainda era criança, ela me perguntou se eu e o pai dela nos beijávamos como os casais nos filmes. A pergunta me pegou de surpresa mas a respondi com naturalidade que sim. E também lhe disse que tudo tinha a hora certa de acontecer. Mesmo que eu tivesse beijado a primeira vez aos catorze anos e ficado com outros meninos depois disso, o meu beijo verdadeiramente apaixonado que fez o meu corpo flutuar foi somente aos vinte anos com aquele que se tornou o homem da minha vida.

Ao me formar em estética, inaugurei uma pequena sala comercial no Centro do Rio de Janeiro iniciando os meus primeiros atendimentos. Minha querida avó que me criou desde pequena foi quem me ajudou a dar esse pontapé inicial na minha carreira. "Escolha o local, que eu te ajudarei a pagar a metade do aluguel", essas foram as suas palavras. Foi um alívio pois eu não tinha como saber se eu decolaria como profissional. Parte do que me tornei hoje, eu devo e muito à ela. E também à Marina, minha grande amiga e parceira que conheci quando ainda estudava para me formar. Graduada em Administração, foi ela que sempre cuidou da parte burocrática dos meus ganhos. E pensar que ela começou comigo ainda na recepção e agendando atendimentos de forma muito precária, mas que fazia com enorme prazer. Mais do que merecido e mesmo ela relutando por anos, se tornou a minha sócia com a inauguração da filial.

Ma Petite Princesse - 2a TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora