🇨🇵Final (Eric)🇧🇷

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Sinopse: Final de mais um ano letivo e o nosso professor é surpreendido por algo que o faz repensar sobre sua importante - e triste - decisão. De férias e ao lado dos pais ele se esforça para evitar pensar na sua doce aluna, não sendo bem sucedido.

E no último capítulo desta temporada eu pergunto: até aonde você seria capaz de ir em nome do verdadeiro amor?

***

Era início da noite de domingo quando terminei de arrumar tranquilamente o enorme bloco empilhado de provas corrigidas, as quais eu separei por turmas nos envelopes, e com isso desafoguei a minha mesa de trabalho obtendo mais espaço. No dia seguinte, eu iria até a faculdade e deixá-las no setor do Arquivo Geral. Com as provas das minhas três turmas do Ensino Médio eu faria o mesmo. Todas as notas dos alunos estavam lançadas no modo tradicional e virtual, mais um semestre se finalizava, eles entrariam de férias e eu também iria respirar e descansar.

Pus todos os envelopes dentro da minha mochila para enviá-los de uma vez e após fechar o zíper, deixando a embaixo da mesa, voltei a me sentar na cadeira, circulando meus ombros para trás e relaxei, apoiando os meus braços em cima da minha cabeça. Olhei na direção de algum ponto do teto, respirando fundo onde era evidente o cansaço.

Fisicamente eu teria um longo período de descanso, no entanto o mesmo eu não podia dizer emocionalmente.

Eu estava completamente fodido.

Ainda mirando para o alto, girei a cadeira para o lado na direção da minha estante de madeira escura, cujo tamanho era maior do que a minha altura, onde eu mantinha os meus livros e fitei em dois específicos.

Me levantei e fiquei de frente para o móvel, olhando na direção de onde estavam.

"Foram da turma sim, Gabi! Todos os presentes."

Observava as capas e o título, me lembrando da frase dita se referindo a eles. Mas eu sabia que não eram presentes da turma e sim, apenas dela pois o enredo dos pequenos volumes era dedicado à uma cidade francesa em específico, localizada quase ao Sul do país e que para mim se tornou normal ouvir sobre ela com maior frequência quando o período de férias de aproximava.

No dia do meu aniversário, ao chegar em casa tarde da noite, eu os deixei na estante posicionados em pé com as capas viradas para frente, mas desde então não abri e não li uma página nem ao menos por curiosidade. Manteria ambos fechados porque eu não teria o mínimo prazer em começar a leitura sem tê-la do meu lado, deitada na minha cama, envolvida nos meus braços.

Os livros ali seriam uma lembrança.

Soltei uma bufada de ar e fui para a minha cama, me deitando ao lado de outra lembrança dela que permanecia intacta bem no meio da cabeceira. Não tive coragem de fazer o que ela havia me pedido e todas as noites antes de ir dormir, olhar para aquela coelha de pelúcia cor de rosa me serviria de conforto em relembrar os poucos meses que ficamos juntos naquele ano. A gaveta do meu guarda roupa com alguns objetos pessoais estava trancada sem nada ter sido mudado de lugar ou ter ido parar no lixo.

De fato, eu não gostaria que nada tivesse mudado.

Nívea e eu erramos muito em vários momentos pois a nossa diferença de idade foi um fator que pesou nesses erros, fazendo com que nossas perspectivas e visões de mundo não se encaixassem e assim começando a surgir os conflitos da nossa relação.

Eu precisava admitir que, para ela, o aumento da minha rotina de trabalho, afetando nosso tempo em que ficávamos juntos e a relação de irmãos que eu possuía com a Luciana foram coisas difíceis de lidar e eu não consegui encontrar uma forma de contornar o sentimento de insegurança que fincou com força no seu coração puro e tão cheio de amor.

Ma Petite Princesse - 2a TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora