Capítulo vinte e sete

17 2 0
                                    

Olá meus pequenos e pequenas , tudo bem ???
Espero que sim ❤️❤️🙈

————————————————————————

Estou tão cansado de ter tantos papéis
aos quais eu não faço parte de nem sequer um deles, tomei diversas decisões erradas na minha vida, quando ainda somos só crianças é normal que nossos pais nos incentivem ser pessoas fortes, nos incentivem a abandonar nosso eu fraco e se tornar alguém a quem as pessoas confiem totalmente ou como diria meu pai " um cabra homem de verdade ", mas isso sempre foi muito difícil, talvez só para mim. Confesso que no inicio acreditava no que minha mãe me dizia, ela sempre apoiou os meus sonhos, sempre me dizia que todos nos temos medo de algo e isso não seria diferente comigo, acreditei quando ela disse que tudo no final se ajeitaria e que a vida tem um jeito engraçado de arrumar as coisas e sempre que a tristeza ou o medos nos encontra-se ela colocaria uma música muito alta e espantaria todos os monstros, acreditava quando acampávamos só nos dois era para reforçar o laço de mãe e filho, acreditei quando ela me disse que papai sempre estava bravo e gritava por conta de uma doença rara que ele tinha, mas que os gritos e suas palavras não eram verdadeiras era só a doença falando, fui uma criança tola e incapaz de perceber que a música alta só servia para encobrir seus gritos enquanto meu pai chegava bêbado e drogado em casa, que nos acampávamos porque não tínhamos onde ficar quando meu pai expulsava a gente de casa e que na verdade ele não estava doente só não gostava do filho chorão e esposa feia que ele tinha em casa, tenho plena consciência de que nunca vou ousar a me perdoar por demorar tanto para perceber a realidade que minha pobre mãe perdeu sua sanidade, mas não a julgo, nunca poderia, a culpa é minha por não ter assumido meu lugar na família, não ter pego meu lugar como "cabra macho", infelizmente só assumi meu papel depois que minha mãe precisou ser internada no hospital psiquiátrico por dois meses ,aos meus doze anos assumi meu precioso papel o papel que minha pobre mãe teve que suportar por ter um filho tão fraco e desprezível. Depois da internação de mamãe tive me mudar de escola o que foi perfeito já que eu era apenas um fraco na minha antiga escola, comecei a jogar futebol americano , o que eu detestava e depois de uma vitória meu pai me levou para uma noite de homens, uma noite infernal antes de minha mamãe voltar, me lembro de vomitar as primeiras coisas que ele me deu para beber , lembro que ele se irritou e me deu um tapa no rosto e pediu que eu não estragasse o momento, depois disso lembro de beber e usar algumas coisas horríveis, no dia seguinte não aguentava abri meus olhos sem sentir que meu corpo todo estava um caco, vomitei muito e me lembro de chorar no banheiro do hospital antes de trazer a mãe pra casa, ela parecia bem, ela sorria e brincava, mas não demorou muito para que "ele" voltasse a tratá-la como a esposa que ele não queria e por isso começamos a brigar , claro que eu apanhei  como um condenado em todas as nossas brigas afinal eu continuava fraco, demorou um bom tempo mas descobri que existia um equilíbrio ao qual se eu conseguisse manter meu pai não brigaria com minha mãe e eles teria uma boa vida, com pouco tempo mantendo o equilíbrio ganhei minha pequenina, minha irmãzinha, meu bebezinho, eu odiava esse equilíbrio, odiava o medo e a dor que eu sentia , odiava ser tão idiota com pessoas que eu admirava , com pessoas que eu queria tanto ter ao meu lado, mas todas as vezes que a solidão , o vazio me consumia me lembrava que tinha uma família a proteger , tinha pessoas que contavam comigo, então com o tempo todas as vezes que "ele" me batia como se não houvesse um amanhã eu me sentia melhor, porque naquele momento eu podia ter medo , eu podia apenas deitar no chão e me render e no fundo sabia que estava pagando pelo que fiz com minha pobre mãe, até que um dia na escola percebi alguém como eu, não o eu que tinha que zoar os meninos ou puxava cuecas , mas igual a mim, ele estava lá sentado com uma pele tão friamente branca, seus cabelos loiros caindo nos olhos, ele parecia ter medo de tudo e todos, então não deixei que os meninos se descem conta de sua existência, até que um certo dia idiota , ele sem querer trombou em mim e eu o joguei contra o armário e depois disso o provoquei e o xinguei diversas vezes , fui um escroto, todos os dias depois de virar a esquina da rua silves eu chorava o caminho todo até em casa , não queria machucar ele, não queria ter agido assim, um dia enquanto volta para casa chorando "ele" me encontrou no caminho e eu entrei em panico era aniversario da minha pequena, não queria estragar o clima, então inventei uma historia tosca de que estava chorando de raiva porque o capitão do meu time era gay, "ele" se empolgou e queria ir bater nele junto com os amigos e o único jeito de fazer ele parar foi a ideia de expulsar ele do time e depois dar uma surra porque seria mais humilhante, mas "ele" não imagina que isso viraria um caos e que nesse exato momento eu , minha mãe e minha pequena estaríamos na casa do tio Jack, bom ele não se chama Jack o nome dele é Paul , mas achei que o apelido combinou muito bem com ele, Paul o irmão mais velho "dele" foi o único parente que quis ficar conosco até a situação na justiça se resolver, Paul não é diferente "dele" para mim e eu tive que me adaptar a um novo equilíbrio, tio Jack não maltratava minha mãe e nem minha pequena , pelo contrario as tratava muito bem, ele também não queria que eu fosse nem um pouco cabra macho, era doloroso o equilíbrio, mas eu finalmente poderia me aproximar das pessoas as quais eu queria , eu finalmente não precisava mais ser um idiota, mas como todo equilíbrio um parte minha teria que ser abandonada, porém isso não era nada demais, minhas meninas finalmente estariam bem. Uma das minhas lembranças favoritas quando eu era criança foi de uma apresentação de poesia da escola quando tinha sete anos, foi uma das poucas vezes que meu pai foi em uma apresentação minha e ficou tão orgulhoso de mim, um dos únicos momentos que meu pai teve orgulho de mim e só de mim.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

- Oi, boa noite senhor Link! Muito obrigado pelo outro dia.

-Imagina criança, acredito que você esteja aqui na casa do Nathanael para vê-lo , entre.

-Não quero incomodá-lo .

-Pai quem está ai ?? é a Sônia? - Escuto a voz de Benjamin de dentro da casa.

-Vamos entre Kaio. -Senhor Link me da passagem , e imagino em qual ponto de equilíbrio ele havia se tornado assim , espero um dia alcançar esse ponto.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Aug 12, 2023 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

My black princeOnde histórias criam vida. Descubra agora