Capitulo 10 - Dragões

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A caminhada até a antiga casa de Zarto durou dois dias. Pois o conhecimento do espadachim sobre a floresta era grande, fazendo com que eles não fossem pelas poucas trilhas que tinham, mas por um caminho mais rápido. Eles paravam apenas para trocar os curativos de Juno e Luna. Para não perderem tempo comiam caminhando mesmo. Assim, poderiam aumentar a distância entre eles e os Patrulheiros.

A casa estava exatamente como Zarto havia deixado. Rústica e pequena como sempre fora, porém o interior estava todo bagunçado, mostrando que os soldados imperiais ali estiveram e fizeram tudo o que ele escutara enquanto estava no castelo.

Zarto entrou na casa, ele se sentia meio perdido dentro daquele recinto sem a presença de sua mãe, sempre esteve acostumado a presença dela ali na casa. Agora não mais teria a sensação de aquela casa rústica e velha, era seu porto seguro Mas sim o local onde condenou sua mãe às presas do império.

Sua mãe havia sofrido e morrido por sua causa. Ela era uma guerreira poderosa, uma tristeza intensa pareceu esmagar seu peito. Virado para a parede sentiu as lagrimas brotando de seus olhos ele se ajoelhou no chão e colocando suas mãos no rosto chorou muito por sua mãe. Por causa disso não viu quando Juno entrou. Ele disse.

-Zarto? Ta tudo bem? – enxugando as lagrimas do rosto ele respondeu.

-Foi aqui que morei com minha mãe e agora ela se foi. – Juno parecia calmo demais e seu rosto estava retorcido em dúvida.

-Tem certeza que sua mãe foi morta? – sem entender a pergunta Zarto o olhou e disse.

-Foi o que eu ouvi quando tava preso.

-Interessante...

-Porque a morte da minha mãe é interessante? – explodiu Zarto.

-É interessante exatamente por isso. Zarto acho que não entendeu o que eu quis dizer quando eu disse que era Mestre Espadachim de Classe Superior. Essa posição é mais elevada do que a maioria dos generais dos doze exércitos e sua mãe me derrotou. Entenda que sua mãe era a mais poderosa espadachim que já vi, nunca vi ninguém derrotá-la. Ela era a líder dos Lo... – Gyar entrou na casa correndo e interrompeu Juno. Ele se aproximou de seu canto de descanso e lá deitou olhando Juno nos olhos. O mestre espadachim disse.

-Acho que podemos passar uma noite aqui com o mínimo de conforto.

Com a idéia de Juno de passarem uma noite, ali na casa de Zarto, serviu para todos dormirem mais tranqüilos por uma noite. As mulheres dormiram cedo, Zarto esperou ter certeza de que ambas dormiam para poder conversar a sós com Juno.

-O que ia dizer aquela hora que Gyar entrou? – Juno olhou envolta e viu Lita, Luna e Gyar dormindo.

-Em resumo? Bom não acho que sua mãe morta pelos soldados que o imperador mandou. – um aperto de felicidade cruzou o coração de Zarto. Ele não disse nada apenas fechou os olhos e sentiu seu coração agarrar aquele fio de esperança.

-Não tenho certeza. Depende de quem ele enviou, mas não há corpo ou sinal de sangue aqui na casa. – Zarto concordou, mas só pensava em ver a mãe viva novamente. Depois de um tempo perguntou.

-Juno, você tem alguma idéia de como eu poderia ter fugido do castelo? – perguntou Zarto.

-Não, mas no momento isso não é importante. Espero que você tenha percebido que teremos companhia daqui a pouco. – disse Juno de forma sombria e bem baixa.

-Não pode ser não senti nada. O senhor só pode estar enganado ninguém conseguiria chegar até aqui assim. – disse o espadachim levantando um pouco a voz.

-Fale baixo. Provavelmente eles não sabem que sabemos. – disse Juno com olhar severo.

Zarto se acalmou e sentiu a presença de três homens em volta deles. Ele percebeu que eram homens experientes e bem treinados, pois eles quase se camuflavam com o ambiente, porém o espadachim conhecia cada som que durante a noite a floresta produzia. Apesar de controlada, a respiração, entregava a posição de cada um deles. A sua preocupação e ansiedade por voltar para casa, o deixara cego para a presença destes homens. Juno já segurava seu cajado de madeira, a olhos leigos, de maneira displicente, mas ele estava pronto para atacar qualquer lado que os atacassem. Zarto colocou a mão em cima de sua espada, a pegou fingindo que estava amolando sua lâmina.

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