Guardiões do Destino

Capitulo 33 - Limiar Entre a Vida e a Morte

Zarto foi levado em choque por causa da falta de sangue ao centro medicinal da base. Lá também estava Lita, o chute que levara a havia feito urrar de dor. Os magos enfeitiçaram-na para não sentir a dor até que estivesse plenamente passada. Ganer não saiu do lado de Lita um só minuto. A mulher não demorou muito pra acordar, ao despertar viu Ganer segurando fortemente sua mão. Soltou um sorriso de canto boca alegre pela presença dele ali. Fez carinho na cabeça dele e o garoto acordou. Ela lhe disse.

-Há quanto tempo estou desacordada? – Ganer rapidamente se afastou da cama dela envergonhado e respondeu.

-Há dois dias. Como pancada foi forte, eles usaram um feitiço poderoso. Além de que a senhora havia se machucado também no interior. Mas eles disseram que ficaria tudo bem. – Lita voltou a se recostar na cama e fez mais uma pergunta.

-E Zarto? – involuntariamente Ganer fechou a cara, aquilo deixou Lita preocupada e ela se sentou na cama dizendo – Hein responde.

-Ah ele ficará bem. Ele se machucou muito na luta, apesar de ter tido uma perfuração no ombro, parece que a espada sugou muito sangue dele. Senhor Arlock disse que ele sobreviveu por milagre. E como o ferimento foi no ombro, tem chances de não poder mais brandir a espada. – Lita se acalmou ao saber que Zarto sobreviveria, mas chorou com a possibilidade do seu antigo amor não poder mais lutar. Ainda estava muito cansada por isso ao deitar de novo, dormiu profundamente.

Ganer saiu do quarto deixando-a dormir em paz, o hibrido se dirigiu ao quarto ao lado onde estava Zarto, ainda desacordado com Gyar dormindo do lado da cama. Ganer olhou ao tigre e reparou que seus olhos se reviravam por debaixo das pálpebras, assim como os de Zarto.

Zarto andava em um terreno extremamente frio, era perseguido por magos e espadachins todos queriam matá-lo. O atacavam incessantemente, até que surgia seus pais que lutavam contra todos os inimigos matando-os facilmente, quando Zarto ia abraçar sua mãe ela se transformava em Alana Funbriel que abria um sorriso, que esquentava o coração de Zarto e todo aquele território frio em que estavam se transformava em uma quente e confortável praia.

Onde eles passeavam tranquilamente, após andarem um bom pedaço da praia, uma escuridão total tomava conta de tudo e nada se via logo após isso uma longa e brilhante floresta surgiu havia inúmeros pontos luminosos, no anoitecer raios começaram a cair constantemente do céu explodindo no chão.

Após um raio cair próximo dele tudo o que ele via mudou. Alana desapareceu e ele estava sozinho de frente a uma lagoa que tinha um brilho tão intenso e belo que ele queria sentir a água brilhante em sua pele e nadar até a ilha que estava exatamente no centro e emanava uma luz hipnotizante. Ao entrar na água, Zarto foi ficando cada vez mais fraco sentia-se tonto e sentiu suas pernas fraquejarem. Quando viu seu reflexo na água, estava pálido e piorando, sua pele parecia estar secando. Sentiu algo querendo sair de dentro dele, tentou segurar, mas era muito forte. Foi quando Luna veio andando da ilha sobre as águas e disse a ele.

-Não venha. A sua jornada para vir ainda não começou. – dizia Luna com um gentil sorriso no rosto.

-Mas eu não agüento mais sofrer, perdi todos que gostava. Eu quero descansar. – disse Zarto segurando a mão da menina, ao fazer isso sentiu que se renovava.

-Sofrimento faz parte da vida. Você não me perdeu, nunca vai me perder.

-Perdi sim. Não consegui protegê-la quando você foi atacada, por minha causa pode morrer. Se tivesse ficado na sua vila... – Luna o interrompeu com olhou nos dele e disse.

-Você me deu uma vida que ninguém nunca me daria igual. Você é e sempre será o homem da minha vida. Se eu prometer que voltaremos a nos ver, você promete que seguirá em frente? – Zarto pela primeira vez sorriu e disse.

-Sim, prometo. – falou enxugando as lagrimas dos olhos.

-Então acorde. Ainda nos veremos prometo a você. Zarto, filho de Lóra. – Luna de mão dada a ele, caminhava sobre a água, levando o espadachim de volta a margem da lagoa onde não deveria ter entrado. Ao sair completamente da lagoa. Zarto e Luna se abraçaram afetuosamente, e o espadachim falou.

-Porque me sinto tão bem abraçando você? – a menina com um tom de brincadeira e rosto de desapontamento respondeu.

-Porque você gosta muito de mim. Eu hein... parece até que machucou a cabeça e não o ombro. – a menina tocou o ombro do espadachim que sentiu uma pontada de dor no ponto onde levara a estocada de Kilan. A partir daí tudo desapareceu e Zarto abriu os olhos.

Zarto acordou estava com vários magos a sua volta todos suados e cansados, e preocupados com ele. Ganer e Lita estavam em pé em um canto junto com Gyar, que ao ver seu amigo abrindo os olhos abriu caminho à força entre os magos e lambeu a mão do espadachim que pendia no lado da cama. Zarto olhou para Lita e soltou um tímido, mas doloroso sorriso indicando que estava bem. Arlock Funbriel se aproximou do troglodita e disse.

-Você nos deu um baita susto moleque. Todos os seus sinais de vida diminuíram muito. Por uns momentos achamos que estava perdido, alias não achamos você estava gelado, sem pulso e sem respirar. Mas algo o trouxe de volta, sem dúvida você deve ter mais vidas que um gato. Quando voltou foi necessário esses quatros magos brancos para manter a estabilidade para fazê-lo melhorar. E por algum motivo sem explicação você não tem nenhuma seqüela ou cicatriz do ferimento que Kilan provocou em seu ombro. Há mais em você senhor Zarto, que posso entender. – Arlock saia quando Zarto disse.

-Obrigado. – o mago continuou em frente, fingindo que não havia escutado as palavras do espadachim. Rigo se virou à Lita, Ganer e Zarto e perguntou.

-Bem estão livres, podem partir. Ou desejam ainda combater? – Lita olhou para Zarto, que fez um sinal de positivo com a cabeça. A mulher respondeu.

-Não obrigado. Agora queremos mesmo é voltar à cidade e viver em paz. – Rigo riu e falou.

-Já esperava que dissessem isso, por isso mandei trazer todas as suas coisas e preparar a casa que usaram de residência temporária em Trinodor. – surpresos o grupo agradeceu, Rigo antes de sair do quarto falou. – É só avisarem que uma diligência os levará à capital. – saiu o mago indo se encontrar com seu chefe.

Lita estava aliviada ao ver o filho de Lóra totalmente recuperado, mas muito nervosa para tocar no assunto que era urgente e precisava falar com seu amigo.

-Zarto eu e Ganer temos uma coisa muito importante pra falar. – o espadachim olhou pra mulher sorrindo e disse.

-O que é?

-É sobre Luna e Lart. – o coração de Zarto antes tranqüilo estourou de tão rápido que batia. Por isso as próximas palavras foram muito difíceis para ele pronunciar.

-O que têm eles? – o espadachim não sabia o que esperar.

-Ontem à noite, os dois sumiram da cama onde dormiam. Ninguém sabe o que houve. – Zarto ficou nervoso por um momento, mas olhou seu punho e relaxou, pois ali estava a pulseira de arame de Luna, por fim o espadachim disse.

-Vou descansar. Luna prometeu que nos veríamos de novo. – todos olharam surpresos para o espadachim que adormeceu imediatamente após o término da frase.